Um pacto foi proposto nesta quinta-feira, durante o conselho técnico da CBF, na sede da entidade, para que nenhum clube se beneficie de decisões conseguidas por torcedores na Justiça Comum. Mesmo ainda não tendo sido assinado, a pena em caso de descumprimento do acordo foi fechada entre os dirigentes no próprio encontro e irá afetar fortemente o bolso de cada um de seus times: eles não terão direito a cota de TV se recorrerem a esse caminho.
A informação foi confirmada ao ESPN.com.br pelo diretor jurídico da entidade, Carlos Eugênio Lopes.
O termo de compromisso ainda não foi fechado por nenhuma das equipes, mas a expectativa é de que todas elas adiram até o início do Brasileiro, previsto para 20 de abril.
Na discussão que travaram na reunião, os representantes dos clubes concluíram que, somente afetando a principal fonte de receita de praticamente todos eles, seria possível desencorajá-los a partirem para a Justiça Comum e repetirem o que aconteceu no fim do ano passado, com a briga entre Fluminense, Portuguesa e Flamengo contra o rebaixamento.
Outras punições ainda estão sendo estudadas pelos times.
"O que se falou foi que tem que haver punição (para quem não descumprir o que for acordado) e a melhor alternativa é a grana. Acredito que é uma ideia boa. Uma pena pecuniária também foi sugerida", afirma o vice-presidente do Inter, Marcelo Medeiros, à reportagem.
O movimento tem o apoio de outros cartolas como Sandro Pallaoro, da Chapecoense.
"Realmente, essa medida pode ser aplicada, mas ainda não foi assinada. Estamos estudando a possibilidade. O Flamengo e a Portuguesa estão errados. Não têm do que reclamar. Você tem que acompanhar o jogador. Se o julgamento é na sexta, na própria sexta ou no sábado você já tem que saber o resultado. Trata-se de uma falha grosseira e que não pode ser revertida assim", diz.
Marcelo Campos Pinto, diretor executivo da Globo Esportes, detentora dos direitos de transmissão do campeonato, esteve presente no arbitral desta quinta-feira.
Ele acenou com a possibilidade de um aumento no repasse das cotas para alguns clubes. A princípio, o acréscimo não passaria de R$ 2 milhões. Uma definição deverá sair entre março e abril.
Pelo pacto selado, os clubes que participarem das competições assumirão o compromisso de não tirarem proveito mais de qualquer eventual medida concedida pelo Poder Judiciário.
Fonte: ESPN.com.br