Na primeira oportunidade que teve em 2014, Adilson Batista não hesitou: colocou em campo todos os estrangeiros de que o Vasco dispõe. Mais do que ninguém, o treinador não esconde sua admiração cada vez maior pelo trabalho e pela postura de jogadores de fora do país. Animado com o rendimento de Martín Silva, Aranda - ambos estrearam no domingo passado -, Guiñazu e Montoya, ele já até planeja um novo reforço de outro idioma enquanto lista, em tom nostálgico, os grandes nomes com os quais dividiu espaço na carreira, dentro e fora das quatro linhas.
Quando chegou ao Grêmio, no fim de 1994, Adilson tinha 26 anos e, apesar dos títulos conquistados pelo Cruzeiro, ainda buscava o estrelato. Que veio na dupla com Rivarola, o primeiro a ser citado como exemplo de gringo. Virou capitão, ergueu a Taça Libertadores e foi convocado para Seleção. Daí em diante, os conceitos de disciplina e determinação se tornaram um lema que abre mão. Em seu caminho também cruzaram o lateral Arce, outro no time gaúcho, Rincón e Gamarra, ambos no Corinthians, Sorín, já como técnico do Cruzeiro, e até o sul-coreano Kim Jin-Kyu, no Jubilo Iwata, a quem se refere como um "baita zagueiro".
- É sempre prazeroso trabalhar com estrangeiros, porque eles são profissionais na acepção da palavra. Chegam no horário, cumprem tudo o que se pede, se dedicam, se entregam. E fizeram, coletivamente, um grande jogo. Já tinha visto o Aranda e o Martín no Paraguai e gostei muito. O Vasco está bem servido nesse sentido. O mercado abriu, os nossos que fiquem atentos - alertou.
Na temporada passada, apenas nas últimas rodadas do Brasileirão é que foi possível unir os quatro estrangeiros. Mas Montoya vivia fase de adaptação e Tenorio vinha de lesão grave. Junto ao peruano Yotún, o equatoriano arrumou as malas e não renovou contrato com o Vasco.
Embora não tenha trabalhado com Pedro Rocha e Hugo de León, Adilson fez questão de reverenciá-los ao tocar no assunto. A dupla de uruguaios (lateral e zagueiro, respectivamente) também ganhou fama no Brasil por sua raça aliada à qualidade técnica. Mas nem só de alegrias viveu o treinador cruz-maltino no quesito. Ele viu algumas apostas fracassarem, entre elas o panamenho Baloy e o paraguaio Tavarelli, no Grêmio, e o argentino Deferico, no Corinthians.
Pés no chão com novo xodó
Adilson mantém a cautela ao comentar sobre Montoya. A regularidade é o próximo - e mais difícil - passo para afirmação, avisa o comandante.
- A guinada dele aqui no Vasco a gente vai ver com o tempo. Futebol é dinâmico, tem jogos quase todos os dias. O tempo é que vai dizer, mas oportunidade não vai faltar para mostrar. O importante é a regularidade. Espero que mantenha isso.
A equipe volta a campo nesta quarta-feira, às 19h30m, contra o Audax, em Volta Redonda. Os quatro gringos novamente estão escalados e lideram o Vasco rumo à ponta da tabela.
Fonte: GloboEsporte.com