O Vasco está negociando com pelo menos três empresas interessadas em ocupar o espaço que era da Nissan até o fim do ano passado. A patrocinadora decidiu deixar o clube depois das cenas lamentáveis da última rodada, envolvendo torcedores organizados do time carioca e também do Atlético-PR, em um dos episódios mais marcantes do Brasileirão 2013.
Depois de algumas semanas do anúncio da empresa, no fim de dezembro, o novo vice-presidente de Marketing da equipe de São Januário, Victor Ferreira, falou sobre o assunto. Em entrevista para o ESPN.com.br, o dirigente lamentou a decisão e afirmou que quer ajudar os torcedores que compraram da montadora a trocarem de carro.
Ferreira revelou que uma das marcas interessadas é uma outra asiática do mercado automobilístico, cujo nome não foi revelado. O cartola explicou que já há um acerto acordo para uma espécie de campanha nesse sentido.
"A atitude deles não foi correta com a gente, nem com a torcida. Teve torcedor que mandou e-mail pra gente que tinha acabado de comprar um carro da Nissan. Faz o que agora com isso? Foram tantas coisas juntas que a gente nem deu foco nisso. A gente também não quis armar briga com a Nissan, mas não foi legal. Já tem uma montadora muito perto da gente, que quer entrar no clube, ainda não posso te falar o nome. A gente até já acertou com eles que se eles entrarem vão ajudar esses torcedores a trocarem de carro", afirmou o novo vice-presidente.
"Pelo menos quem comprou e reclamou com a gente, a nossa ideia é ajudar essas pessoas. Ajudar a vender e comprar o da outra com mega desconto. muitos deles acham que foi uma covardia o que eles fizeram com a gente", completou.
Para Victor Ferreira, a responsabilidade maior da barbárie em Joinville não foi do lado do Vasco e uma outra prioridade do departamento de Marketing será o de trabalhar essa questão da imagem do torcedor.
"Eu estava no estádio, os torcedores do Atlético-PR começaram a ir para cima do Vasco e aí começou aquilo tudo. Teve vandalismo, claro. Mas não foi o Vasco que começou isso. A gente vai trabalhar isso na imagem do clube. Quando o jogo é aqui em são januário, é tudo tranquilo, vem família, vem criança. Vamos trabalhar em cima disso", comentou.
Com a Caixa Econômica Federal, outra patrocinadora, o episódio não atrapalhou.
"Não teve nenhum problema. A Caixa sabe que isso acontece, que foi um fato isolado. Isso não foi a torcida, mas sim uma facção de torcida organizada. Isso já aconteceu outras vezes em estádios. Na Europa, ano retrasado, na Champions League, isso aconteceu e ninguém tirou o patrocínio por causa disso. Isso acontece. Quem tem te cuidar da segurança do estádio era o outro time, que já tinha até sido punido antes, e a PM. O torcedor foi até lá para apoiar o time, sempre tem um ou outro nesse meio."
"A diretoria está cuidando disso, o marketing não tem muito relacionamento com isso. Mas é aquilo, a gente não quer acabar com as torcidas, a gente não quer que tenha violência dentro dos estádios. O meu pensamento é que tem muita gente boa e muito trabalhador dentro das torcidas. Se a gente for acabar com as organizadas porque tem alguns bandidos nesse meio, a gente vai acabar com o Senado, com a Câmara dos Deputados. Tem um monte deles presos aí. Não pode generalizar", finalizou.
Fonte: ESPN.com.br