Emprestar dinheiro para os clubes virou uma especialidade da CBF. Mas, pelo menos para o Fluminense, a entidade não foi tão "generosa" como com a Lusa, quando ofereceu juro zero e pagamento a "perder de vista" para um pedido de R$ 4 milhões condicionado ao time do Canindé aceitar o resultado de julgamento do tapetão que o levou à Série B.
De acordo com o balanço patrimonial de 2012 (o de 2013 ainda não foi divulgado), a CBF tinha a receber R$ 50,2 milhões de empréstimos feitos a clubes. Na milionária lista de contratos de patrocínios da confederação, só a Nike paga mais do que isso por ano. Em 2011, quando José Maria Marin ainda não havia assumido, eram R$ 46,9 milhões em empréstimos.
Em balanço de três grandes cariocas aparecem os empréstimos feitos pela CBF. De acordo com o documento do Flamengo, o clube pegou R$ 15,536 milhões com a CBF em 2012, e o Vasco, R$ 7,8 milhões. Já o Fluminense tinha um débito de R$ 4,3 milhões.
E o clube das Laranjeiras foi o único que divulgou no balanço a taxa de juros cobrada pela CBF. De acordo com o documento, Marin emprestou ao clube cobrando juro de 1,5% ao mês. Numa taxa anualizada, isso equivale a um índice anual de 20%.
Com as aplicações financeiras no Brasil hoje raramente pagando 10% ao ano, a CBF fez um ótimo negócio ao emprestar dinheiro ao Fluminense com essa taxa de juro.
Até em bancos comerciais é possível fazer um negócio melhor. No balanço de 2012, o Atlético-PR lista um empréstimo no Banco Itaú com taxa de 1,07% ao mês. O próprio Fluminense recorreu ao Banco BMG pagado taxa próxima a cobrada pela CBF (1,7%).
No caso dos grandes paulistas, como o Corinthians, não são listados empréstimos da CBF, mas aparecem valores repassados pela Federação Paulista de Futebol.
Fonte: ESPN.com.br