É tempo de seca. Nos cofres. A falta de dinheiro e, enfim, uma dose de responsabilidade normalmente escassa no futebol brasileiro estão pintando um novo cenário nos gramados. Na falta de reforços de peso — nada a ver com o agora tricolor Walter —, a bola começou a rolar ontem em pés bem modestos.
No Rio, o Fluminense é exceção. Apesar de ter repatriado Conca, manteve a folha do futebol no mesmo nível do ano passado: R$ 4,5 milhões, incluído o poderoso aporte da Unimed. Já Flamengo, Vasco e Botafogo não escaparam da recessão. Os três clubes estão subtraindo mais do que somando.
O Flamengo, que já teve uma folha de R$ 7 milhões, faz malabarismo para ficar na faixa dos R$ 4,5 milhões. A meta do Vasco é reduzir a folha de R$ 4,5 milhões para R$ 2 milhões. E, na mesma linha, o Botafogo vai enxugando o gasto de R$ 4,5 milhões para R$ 3 milhões.
O vice-presidente do Flamengo, Walter D'Agostino, prega a austeridade:
— Desconfio dessas contratações feitas na Europa. Um dia, isso arrebenta. Pagar 100 milhões de euros num jogador, como o Real Madrid fez, é um absurdo — destaca, lembrando a transação do galês Gareth Bale.
Por seguir o mesmo raciocínio, o Botafogo, que perdeu Seedorf, preferiu não fazer juras a Forlán, seu sonho de consumo.
— Está fora da realidade do Botafogo pagar R$ 1 milhão por mês a um jogador — afirma o gente executivo Aníbal Rouxinol.
Inflado pela Unimed, o Fluminense brilha no papel com Conca e Fred. Mas defende a austeridade de seus primos mais pobres.
— O patrocinador nos ajuda, mas temos um orçamento limitado. Se a gente extrapola, sente lá na frente — destaca o vice de futebol Ricardo Tenório.
Fonte: Extra Online