O Vasco versão 2014 ganhou roupagem nova com seus sete reforços, dois retornos de empréstimo e 18 dispensas de jogadores. Mas a solução tática ao menos para a estreia no Campeonato Carioca, neste sábado, às 19h30m, contra o Boavista, se assemelha bastante com a opção escolhida por Adilson Batista em seu começo de trabalho, ainda no Brasileirão do ano passado - e repetida também em sua passagem pelo Figueirense. O esquema é o 4-1-4-1, uma espécie de variação do 4-3-3, sem um meia centralizado e com falsos atacantes nas diagonais.
A defesa está remodelada, mas segue o padrão dos dois zagueiros (um deles é o reforço Rodrigo) e dois laterais (André Rocha e Marlon, ambos novatos). No meio, Abuda comprova a condição de homem de confiança no desarme e divide espaço com Guiñazu e Fellipe Bastos, mais à frente, com liberdade para avançar quando o time tiver a bola. Estes dois fazem a ligação com Reginaldo e William Barbio, que atuam abertos e recuam para defender em bloco.
Com esta formação, o Cruz-Maltino derrotou o Coritiba por 2 a 1, em Macaé, tendo Marlone e Francismar como o complemento a Edmílson, centroavante da época que permanece com prestígio. No meio, Wendel e Pedro Ken funcionavam como a dupla de volantes adiantada. O camisa 10, aliás, deve ocupar este posto assim que tiver condições físicas de entrar em campo.
Pelo tempo curto de preparação, a comissão técnica vetou por leve lesão Everton Costa e poupou, além de Ken, Juninho, Bernardo e Dakson, que vêm de problemas graves e estão longe da melhor forma por enquanto. O goleiro Martín Silva e o cabeça de área Aranda (que também se machucou) não estão regularizados. Quando todos estiveram liberados, as alternativas aumentam pela versatilidade de várias peças. É o que espera o treinador cruz-maltino.
- Vocês acompanharam os treinamentos e viram a formação que vai ser utilizada. Tenho que ter cuidados para não iniciar o jogo já pensando nas substituições. Nem todos estão aptos na parte física. Uns voltaram das férias com déficit, outros com sobrepeso... É normal.
Autor do blog Painel Tático, do GloboEsporte.com, Léo Miranda desenhou outras situações que o torcedor pode se acostumar a ver ao longo do Campeonato Carioca.
- Com todos a disposição, as possibilidades táticas do Vasco são imensas. Adilson tem um verdadeiro quebra-cabeça. Dá para pensar em um 4-2-3-1 que varia para o 4-3-1-2 com a movimentação de Montoya e Bastos, por exemplo. Como o Bastos procura o lado direito, o Adilson poderia colocar Ken (ou Juninho) centralizado e Montoya (ou Everton Costa) com mais liberdade pela esquerda, junto a Edmilson ou Thalles. Nessa execução, o apoio de André Rocha e as tabelas com Bastos seriam mais aproveitadas, assim como Montoya, sempre procurando o drible sobre o lateral - explicou o blogueiro, indicando o colombiano como um novo Marlone.
Adilson admitiu que não ficará refém de um esquema ou se privará de fazer mudanças constantes. Diferentemente de quando assumiu, com a corda no pescoço, agora é a hora de dar oportunidades a quem não foi testado devidamente sob sua batuta em São Januário.
- Ano passado eu tinha muito espaço para ver outros jogadores, para fazer experiências, eu falei isso para vocês (jornalistas). Eu tinha pouco tempo, precisava ser mais objetivo, tomar cuidados e transferir (a responsabilidade) para alguns. Não seria justo agora não vê-los. Todos vão ter oportunidade para mostrar seu devido valor - assegurou.
Na variação destacada abaixo, Dakson, de estilo mais cadenciado e carregador de bola, pode ser o meia centralizado, com Bernardo e Barbio como pontas no auxílio. Thalles, que deu sintonia ao lado de Edmílson, deve ser opção no banco ao camisa 19, mas funcionaria do mesmo modo. Neste cenário, a disputa é intensa, com Aranda, Juninho, Reginaldo, Montoya e Everton fora.
Outra formação possível é adotar um losango no meio-campo, com Ken e Bastos, ambos volantes com boa visão de jogo e que se encaixam no 4-3-1-2. Dakson poderia ficar na ligação (ou Juninho, invariavelmente poupado) e Edmilson teria liberdade para se movimentar junto a Thalles. A principal vantagem dessa formação é o equilíbrio e a superioridade no meio-campo quando o time enfrenta adversários no 4-2-3-1, pois um volante sempre fica livre de marcação.
A mais ousada de todas as possibilidades é um 4-3-2-1 com Juninho como "regista", posição que Pirlo atualmente desempenha na Itália. Como o Reizinho começa a sofrer com condições físicas, Guiñazu e Aranda poderiam ser encarregados da marcação e “correria” no meio, liberando o camisa 8 para lançamentos, passes e aproximações com os laterais e os rápidos meias, que podem ser Bernardo, Montoya, Everton Costa ou Reginaldo.
Fonte: GloboEsporte.com