Martín Andrés Silva Leites. Nome e sobrenome daquele que pretende dar ao gol vascaíno a tranquilidade que faltou em 2013. Depois de uma temporada que deixou a posição em evidência pelos lados de São Januário, o uruguaio de 30 anos chegou ao clube com status de titular absoluto. E o preparador de goleiros Carlos Germano precisou apenas de alguns dias de pré-temporada para se empolgar com as qualidades do reforço. Ídolo vascaíno, o ex-camisa 1 classificou a contratação como uma resposta ao ano complicado e revelou que ele mesmo iniciou as conversas com o empresário do jogador após a última edição Libertadores, da qual Martín foi vice-campeão com a camisa do Olímpia.
- A cobrança foi muito grande no ano passado em relação aos goleiros que estavam jogando. Eles não conseguiam se firmar, havia uma rotatividade enorme... Isso é muito ruim. Quem terminou com isso foi o Adilson, que manteve o Alessandro quando chegou. Com o Dorival a cada três jogos entrava um. Se jogador de linha já é difícil, imagina goleiro. O cara entrava pensando que não podia errar. E qualquer goleiro está sujeito a erros. A cobrança era em cima disso e todos sofreram bastante. Agora o clube está dando uma resposta ao que já pretendíamos desde o ano passado: ter um goleiro a nível de Vasco. Começamos a negociar no ano passado. Eu mesmo falei com o empresário após a Libertadores, o Ricardo Gomes também. Naquele momento não deu certo por causa da janela, mas ficou em pauta para o fim do ano, quando conseguimos concretizar. Hoje temos um goleiro que está muito perto de jogar a Copa do Mundo. Vai ser muito bom para a gente. Acredito que o torcedor vai gostar. Com a confiança que o Martín tem e o apoio que ele deve receber, os vascaínos vão ficar felizes por muito tempo com o gol do seu time - resumiu Germano em entrevista ao GloboEsporte.com no CT João Havelange, em Pinheiral, palco da pré-temporada vascaína.
Por causa de problemas burocráticos, o novo goleiro não foi regularizado a tempo de poder participar da estreia do Vasco no Campeonato Carioca. Sua primeira partida deve ser na segunda rodada, no dia 22 de janeiro, contra o Macaé. Nada que preocupe Carlos Germano. Tanto que o preparador lembra o início de Diego Cavalieri no Fluminense em 2011 para pedir calma e apoio aos vascaínos.
- Ele vai ter esse tempo no início da competição para se adaptar ao futebol brasileiro. Vamos brigar pelas primeiras posições no Carioca, mas a competição vai ser de grande valia para o Martín. Há dois anos (três, na verdade), o Fluminense repatriou o Diego Cavalieri e ele teve problemas no início. Precisava se ambientar com os jogadores novos, com os companheiros e tal. Acabou sendo sacado do time. Mas hoje está ai, um goleiro de seleção. Por isso esse início é muito importante para ajudar o Martín Silva a se adaptar mais rapidamente possível. Temos pouco tempo de preparação para o Carioca. Ele não vai poder jogar na primeira rodada por questões burocráticas, mas esperamos contar com sua ajuda já na segunda rodada - lembrou.
Experiência, tranquilidade e qualidade com os pés
Sobre as qualidades do novo camisa 1, Germano foi direto: enumerou a experiência, a tranquilidade e a qualidade com os pés como ponto alto. No treino da última quarta-feira, aliás, Martín Silva mostrou que sabe bater bem na bola. Em uma brincadeira com o próprio Germano e os outros goleiros do elenco (Diogo Silva e Jordi), o uruguaio bateu três faltas com categoria da entrada da área. Duas entraram no ângulo e outra explodiu no travessão.
- É um goleiro totalmente de nível de seleção. Dá para ver isso pelos treinamentos dele. Vejo diferença na experiência, é nítido. Quando começa o coletivo, ele se porta com muita tranquilidade e isso deve se repetir nos jogos. Martín sai tranquilamente jogando com os pés, está sempre orientando... Não tem desespero, não se apavora. É jogador de Copa do Mundo. Está ainda em uma seleção que tem uma escola excelente de goleiros. O Vasco está tendo a oportunidade de ter um goleiro de ponta. Torço muito para que ele consiga fazer história no clube como Andrada, Acácio, Mazaropi, Hélton... Torço para que ele siga essa linha e traga sua experiência para esse início de competição. Diante disso, peço ao torcedor vascaíno que apoie porque o Vasco não mediu esforços para trazer um goleiro desse nível. Tomara que ele seja feliz com nossa camisa - afirmou.
Otimista, o preparador espera ainda que as boas atuações do futuro titular ajudem a apagar os problemas no setor em 2013. Em um ano que quase nada deu certo em São Januário, o gol ficou marcado como um dos principais problemas do time. Alessandro, Diogo Silva e Michel Alves se revezaram na posição. Entre falhas e derrotas, Carlos Germano se cobrava muito mesmo sem poder entrar em campo.
- Me cobrava porque o trabalho é feito todo dia. Antes era com o Fernando Prass de 2009 a 2012. Foram quatro anos jogando sem nenhuma preocupação. No ano passado tivemos essa irregularidade na posição. É ruim porque você torce para os goleiros irem bem nos jogos. E quando isso não acontecia, eu sofria fora do campo como torcedor também apesar de estar preparando os profissionais para o jogo. Sofri bastante porque queria sempre o melhor deles. A pressão era muito grande. Esse ano vamos conseguir amenizar isso.
Fonte: GloboEsporte.com