Jorge Salgado: 'Gostaria sim de poder ser um candidato de união, mas se não for possível, paciência'

Quarta-feira, 15/01/2014 - 16:00
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No fim do ano passado, um almoço no Centro do Rio parecia que iria mudar o cenário eleitoral da sucessão do presidente Roberto Dinamite em São Januário. O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, e o empresário Jorge Salgado se encontraram e praticamente selaram uma nova chapa para as eleições vascaínas deste ano. O lançamento da candidatura - com Horta ou Salgado na cabeça da chapa, mais o ex-euriquista Pedro Valente, a Cruzada Vascaína e outros apoiadores - era esperado no início deste ano. Porém, o tempo passou, nada ainda aconteceu e os primeiros atritos começaram a aparecer. A maioria passava pelo nome de Salgado, que estaria indefinido sobre suas pretensões nas eleições de 2014. Em contato com o GloboEsporte.com, o empresário negou que haja qualquer indefinição de sua parte e avisou:

- Penso no Vasco todos os dias.

Nome antigo na política vascaína, Salgado foi vice-presidente de finanças do clube entre 1987 e 1989, perdeu polêmicas eleições em 1997 e é sempre um nome influente dentro de São Januário - mesmo que seu nome nem sempre apareça. A demora em lançar a chapa e uma suposta indefinição a concorrer ao pleito - seja com Horta à frente ou ele mesmo - geraram críticas de pessoas de dentro do grupo recém-formado. Semana passada, em entrevista à revista Capa-a-Capa, do jornalista Luiz Orlando Baptista, o presidente da Unidos da Tijuca deu mostras dessa insatisfação ao dizer que 'Salgado se considera acima do bem e do mal'. Horta disse ainda que a postura do empresário parecia a de quem queria evitar atrito, o que pode inviabilizar a entrada no sempre tumultuado processo político do Vasco.

Com poucas palavras, em contato por e-mail, Salgado preferiu relevar as declarações de Horta. Questionado sobre o envio de um e-mail em que pediria o apoio do maior número de correntes à sua candidatura, ele negou que tenha enviado qualquer mensagem eletrônica. Mas admitiu que fosse um desejo seu concorrer com o máximo de apoio possível.

- Gostaria sim de poder ser um candidato de união, mas se não for possível, paciência - disse o empresário do mercado financeiro.

Preocupação com quadro de votantes

Desde o segundo semestre do ano passado, Salgado mantém conversas com diversos grupos dentro do clube. A indefinição da data das eleições, neste momento, parece nortear sua velha estratégia de sair dos holofotes. O empresário dificilmente atende pedido de entrevistas e pouco deve falar para não se expor antes da hora. Mas ele garante que não está alheio ao processo eleitoral, o que ficou claro quando citou a análise de comissão de sindicância que está sendo feita em São Januário sobre os sócios que entraram em março e abril, em polêmica adesão em massa ao quadro social do clube.

- A indefinição não existe. Tenho sido coerente com as minhas convicções. Não temos eleições marcadas. Existem dúvidas importantes e relevantes sobre o cadastro (de eleitores do clube). Os sócios de última hora podem votar? Quantos? Os cadastros estão de acordo com o estatuto? - questiona Salgado.

A maioria dos mais de três mil sócios entraram para o grupo do ex-presidente Eurico Miranda, do Casaca!, e do ex-vereador e ex-presidente de uma torcida organizada Roberto Monteiro, da Identidade Vascaína - Fernando Horta, aliás, já disse que 'com Mensalão eu não entro na candidatura'. Mensalão é como ficou conhecida a prática de colocar sócios em condições de votar em 2014, com pagamento de mensalidades e matrículas feito pelos grupos políticos.

Apesar de não ter mais encontrados com Horta e Valente, Salgado diz que segue em reuniões com diversos atores políticos do Vasco.

- Tenho me reunido a cada semana com um grupo de vascaínos para discutir o futuro do clube. A definição de chapa tem a sua hora - lemmbra o empresário.

Fonte: GloboEsporte.com