Juninho fala sobre retorno, rebaixamento, temporada 2014, Bernardo, Rodrigo Caetano, eleições e STJD; confira íntegra da entrevista

Quarta-feira, 15/01/2014 - 13:01
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Só Dá Vasco (Oficial)
JUNINHO FALA SOBRE RETORNO, REBAIXAMENTO, TEMPORADA DE 2014, ELEIÇÕES E STJD!

Ídolo maior da torcida do Vasco da Gama na atualidade, o meio-campo Juninho Pernambucano concedeu na manhã desta quarta-feira (15/01) sua primeira entrevista coletiva após seu retorno ao Gigante da Colina. O meio-campo falou no Centro de Treinamento João Havelange, localizado na cidade de Pinheiral, sobre o rebaixamento cruzmaltino para a segunda divisão e revelou o motivo que o fez não frequentar o vestiário nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

O camisa 8 deu detalhes de seu novo contrato com o Vasco da Gama, revelou sua expectativa para temporada, opinou sobre as eleições e rasgou elogios para o diretor-executivo Rodrigo Caetano. Juninho também falou sobre Guiñazu e Bernardo e se mostrou contrário a um Campeonato Brasileiro com 24 clubes.

Confira a transcrição de trechos da entrevista coletiva do "Reizinho":


> Motivo que o levou a permanecer no Vasco:

"Eu realmente tinha decidido parar. É muito duro. Durante as férias fiquei pensando nisso, mas não tinha cem por cento de certeza. A tendência era parar. O Rodrigo e o Roberto me ligaram e disseram que eu tinha que jogar o campeonato carioca para não ficar com aquela imagem de sair machucado. Fui convencido por esses argumentos. O Adílson aceitou. Eu aceitei a pré-temporada. Mesmo tendo feito treinos, eu estou muito atrás do grupo. Está sendo muito difícil recuperar o ritmo. Nesse ritmo de competição estou muito atrás do grupo. Fiquei grato porque o clube me deu a oportunidade de continuar a jogar. Se daqui a algum tempo eu não conseguir ficar à disposição do Adílson, eu paro. Futebol hoje não se joga com nome. Não dá para enganar. A pré-temporada está sendo difícil para mim. Espero fazer um boa pré-temporada e ajudar o Vasco a fazer um grande campeonato carioca. O acordo do Rodrigo é que se eu não conseguir acompanhar o ritmo, eu posso parar".

"É um desafio e aquela coisa de não querer parar. Você fica na dúvida e ouve algumas pessoas. Você faz alguns testes e eles mostram que você possui condição. Eu aceitei devido ao argumento do Rodrigo e do Roberto. Hoje eles já possuem um time definido e não tenho obrigação de estar sempre à disposição. O Adílson também aceitou. É mais porque eu gosto. Se mais para frente eu não conseguir jogar, eu vir aqui e falar para vocês que não dá".

> Rebaixamento do Vasco:

"No fundo você mantém uma esperança, mas com a experiência de vinte anos de futebol profissional eu sentia que era uma situação muito difícil. Mesmo dependendo do último jogo, a gente sabia que o time não passava confiança para o torcedor. Nós tomamos muitos gols e não tínhamos equilíbrio. Vi um jogo excelente contra o Cruzeiro, mas a rodada foi muito ruim. No jogo que a gente poderia ter sido ajudado, todo mundo acabou vencendo. O Atlético-PR perdeu a final da Copa do Brasil e precisou do último jogo. Era um time melhor que a gente e eu sentia que seria difícil. Mas bola para frente. Temos que esquecer o que passou e colocar o Vasco no lugar onde tem que estar sempre. Temos que lutar para ganhar o Carioca".

"Eu não vou falar da falta de comprometimento de cada jogador. Eu acho que quando se perde e termina em 18º lugar numa competição é porque aconteceu muita coisa ruim. Quem tem que falar sobre isso é o treinador e os atletas que você acha que não cumpriram da maneira devida o contrato. Acho que todos que fizeram parte do grupo tiveram culpa".

> Confusão no jogo final contra o Atlético-PR:

"Eu teria voltado porque não sou eu que decido. Eu não sei como eu reagiria aquela situação. Talvez eu tivesse dado aquela opinião, mas os jogadores não perceberam que tinha passado uma hora. Talvez eu pudesse colaborar jogando, mas não sei o resultado mudaria comigo em campo. Se a maioria voltasse para o campo, eu voltaria completamente"

"Sou a favor de 20 equipes na primeira divisão e sou contra virada de mesa. Entendo o meu torcedor e que ele não vai aceitar o que estou dizendo. Não acho que uma equipe como a Portuguesa que passou toda a competição cometa um suicídio na última rodada. Sou a favor de uma investigação também a isso. Acho que seria fácil de resolver. Uma suspensão automática todo mundo sabe onde é. Sou contra a exposição do STJD".

> Ausência no vestiário nos jogos finais:

"Simplesmente eu não achava que tinha alguma coisa para colaborar. Eu assisti contra o Cruzeiro, não assisti contra o Náutico, mas estava no Brasil no jogo contra o Atlético-PR. Eu não achava que seria importante minha presença no vestiário. Muita gente fica no vestiário e não soma nada. Era o momento de total emergência para salvar o clube e quando se chega numa situação como essa é pelo fato do grupo não caminhar de forma conjunta. Eu me lesionei e viajei cinco dias para visitar minha filha. Não foi nada que prejudicou. Não tem como analisar o desempenho do clube por conta da minha ausência no vestiário. Que o verdadeiro vascaíno pense no clube primeiro e não prejudique o Vasco".

> Passatempo na pré-temporada, a última da carreira:

"Eu gosto de séries. Eu trago sempre algumas séries. Nas refeições a gente conversa um pouco mais. Ee tenho dificuldade para ficar preso e até mesmo para dormir na concentração. Eu passo meu tempo basicamente vendo filmes e séries. Sobre ser a última digo que dá um alívio saber que vou ficar menos tempo fora de casa, mas ao mesmo tempo é ruim porque vou ficar sem me preparar para jogar. O clube me deu essa oportunidade. Foi uma gratidão do Roberto e do Rodrigo. Eles são os dois únicos que sabem como eu voltei. Foi uma forma de gratidão da parte dos dois"

> Reestreia pelo Vasco:

"O planejamento da preparação física é que demorarei mais um mês para voltar a fazer os trabalhos finais, bater em bola, dar lançamento, dar chutes e executar passes. Ainda dá para fazer mini coletivo, mas dizer que dia eu estarei à disposição do Adilson é meio complicado. Vão ter jogos amistosos no Rio, mas vai minha utilização vai depender da resposta em cada um dos dias. O grupo mudou e é bem mais jovem. Eles vão tentar colocar o Vasco entre os melhores. A ideia é fazer um bom campeonato carioca e só depois pensar na Série B. Se eu tiver condição de jogar, eu vou ficar à disposição do Adílson para disputar o Estadual".

> Grupo mais qualificado que o de 2013?

"Eu não posso dizer que é mais forte, até porque não seria justo com os que saíram. Toda vez que a gente faz uma temporada ruim é normal que ocorram mudanças. A gente lamenta pelos jogadores que saíram e estão afastados, mas a gente torce para que eles resolvam a situação o quanto antes. Alguns voltaram, como o Barbio e o Bastos, e chegaram outros jogadores com experiência, como Marlon e André. Temos o Thalles, o Henrique, o Pedro e o Abuda. Perdemos o Marlone, mas o trabalho vem sendo muito bem feito. Foi dado uma oportunidade para a preparação física da casa. O Daniel e o Rodney mereciam essa chance faz muito tempo. Tentaram enxugar a folha e fazer um time competitivo. Tenho a expectativa de que a gente irá bem já no Carioca".

> Pode jogar a Série B?

"Meus últimos contratos foram assim. Eu vou fazer os seis meses e depois vou fazer um balanço do que será feito. Não posso prometer, até porque não sei se vou jogar o Campeonato Carioca. Queria jogar até o resto da minha vida, mas não sei como será. Não quero mais entrar em campo sem poder render o que posso. Hoje não se engana mais no futebol".

"Tudo pode mudar muito rápido. Eu analiso a cada seis meses o meu rendimento. Foi assim que eu fiz desde que retornei ao Vasco. Fui definindo caso a caso. O Rodrigo sabe como foi feito o meu primeiro contrato. Seria uma grande oportunidade de vocês fazerem para ele essa pergunta. Desde a saída do Rodrigo foi criada essa dúvida. Se eu tiver condição de jogar e me sentir bem, a tendência é que eu continue jogando. Mas eu acho que vai ser muito difícil. A tendência é que mesmo jogando bem é que o pare no Carioca".

> Resposta aos elogios do Guiñazu:

"É gratificante ouvir isso de um companheiro. Não tivemos a felicidade de jogar muito tempo juntos, mas ele foi um cara sempre presente e que sempre tentou nos ajudar a sair daquela situação. Eu agradeço. A minha história no Vasco é forte, mas sempre existem momentos ruins e bons. Ouvir do Guiñazu é muito bom. Eu prefiro ouvir elogios dos mais velhos, pois sei que são reais. Às vezes os mais novos vem aqui e elogiam porque são obrigado a elogiar os principais jogadores e os ídolos do clube".

> Retorno do Rodrigo Caetano:

"O Rodrigo significa disciplina. Ele já passou no início da temporada tudo que a gente tem que seguir. Quando você sabe que existem regras, é assim que você trabalha. O Rodrigo fala isso olho no olho. Ele passou que tem hierarquia. Com a saída do Rodrigo se perdeu um pouco isso. Foram muitas mudanças de treinador. O Rodrigo inicia a temporada e tentar terminar a temporada com uma base. É um grande reforço. A disciplina é fundamental e tem que vir de cima".

> Bernardo:

"Eu acho que a qualidade do Bernardo é até mais como atacante do que como meia. Ele tem jogador que tem estrela para fazer gols e ainda é jovem. Ele tem a oportunidade de recuperar. Ele tem dificuldade de manter o foco e entender que o futebol é um profissão e não uma brincadeira. Espero que o Rodrigo ajude o Bernardo, mas ele possui 30 jogadores, um milhão de torcedores, o presidente e toda a comissão para lidar. O jogador de futebol com 23 anos é novo para o futebol, mas não é novo para vida. Você não tem muitos amigos no futebol. Toda profissão tem uma disputa muito grande interna. Que esse ano ele volte dar alegrias ao torcedor. Gostaria que ele recuperasse o futebol, mas sabemos o risco que é, principalmente pela dificuldade que ele tem de manter o foco".

> Expectativa para a Temporada:

"A expectativa minha, assim como a do torcedor do Vasco, é a de que o time consiga vencer os jogos logo no início. Que consiga criar uma cara e fazer com que os torcedores saibam quem vai jogar. Espero que o Vasco vença o Campeonato Carioca".

> Pode seguir o mesmo caminho do Seedorf:

"Posso sim. Não recebi nenhum convite do Lyon. Eu recebi para voltar, mas não como função definida. Aproveito para parabenizar o Seedorf pela carreira. Parabenizo ele. É uma oportunidade excelente que ele está tendo. Existe a possibilidade de voltar para o Lyon, mas não agora. Quero viver a Copa do Mundo em casa. Não me sinto preparado hoje para assumir um time como ele vai assumir. Ele vai assumir jogadores com que já jogou com ele, como o Kaká. Isso dá segurança. Pela ligação que tenho com o Lyon, se eles me oferecerem o que me ofereceram quando fui para lá, eu aceitaria sim".

> Despedida do Futebol:

"Fui convidado pelo pessoal que fez o jogo de despedida do Marcos. Surgiu a ideia de fazer um amistoso contra o River. Eu passei que não gostaria de fazer uma despedida sem ter condição de fazer um bom jogo. Quero jogar uma partida que quero perder. Não assinei nada com eles ainda. Depende da situação do Vasco e pode ser até num jogo oficial. Não tenho obsessão de fazer um jogo de despedida".

> Política do Vasco:

"Eu não vou envolver politicamente no Vasco no momento, talvez mais para frente. Tudo que acontece na parte política não pode chegar no vestiário. O Rodrigo voltou sabendo disso e ele deve estar preparado para isso, assim como a comissão. A única coisa que digo é que os candidatos pensem no Vasco. O Vasco tem uma dívida grande e todo mundo quer entrar. Isso levanta uma suspeita na minha opinião. Que o verdadeiro sócio escolha o melhor para o clube".

Fonte: Facebook Só Dá Vasco