Jornais, telefones nas mãos e muita atenção em cada detalhe. Em rápida conversa com o volante Fellipe Bastos, que concedeu entrevista coletiva após o treino da tarde desta segunda-feira, o diretor de futebol Rodrigo Caetano encosta no jogador e o aconselha a colocar gelo no pé após a atividade. Mesmo com uma maratona de entrevistas, o dirigente reservou um olhar para o primeiro treino coletivo do ano de 2014 do Vasco.
- Você viu? Chutei umas três bolas só - respondeu, surpreso, Bastos.
- É isso aí mesmo. Tem que chutar - disse Caetano, antes de completar:
- Estou de olho em tudo.
De volta ao Vasco, dois anos depois de uma passagem pelo Fluminense, onde se equilibrava entre os egos e vontades do patrocinador e do presidente do clube das Laranjeiras, o diretor de futebol transita com facilidade em todas correntes e é quase unanimidade num clube dividido e tumultuado politicamente. Mesmo com o cuidado de fazer contrato mais curto, de apenas um ano e sem multa por quebra de vínculo, Rodrigo Caetano sabe que goza de prestígio indiscutível em São Januário.
Em entrevista de 40 minutos ao GloboEsporte.com, o dirigente reconhece um clube mais forte do que em 2009, mas com as mesmas carências financeiras daquela época. Ele lembra que, hoje, tem a oferecer condição muito semelhante às daquela temporada.
- O Vasco é uma grande marca. Vale lembrar que quase todos jogadores que passaram pelo clube entre 2009 e 2011 conseguiram um upgrade na carreira. Vendas, novos contratos, convocações para a Seleção. É isso que podemos oferecer hoje. Camisa, tamanho, visibilidade. É um novo ciclo que se abre - afirma o diretor de futebol.
Caetano nega que houvesse arestas a serem aparadas entre ele e o presidente Roberto Dinamite. Lembra que descartou todas conversas com outros clubes quando recebeu o convite do Vasco. E também prevê um novo ciclo vitorioso se iniciando, mesmo que ele não esteja mais em São Januário para vê-lo se concretizar.
Confira abaixo a entrevista completa com o diretor executivo de futebol do Vasco.
GloboEsporte.com: A intenção do Vasco é reduzir bastante a folha salarial. De R$ 4,5 milhões para R$ 2,5 milhões. Esta quantia será inferior à da Série B de 2009?
Rodrigo Caetano: Não. Se chegarmos a R$ 2,5 milhões ainda vai ser maior do que a folha de 2009 (que era de cerca de R$ 1,7 milhão). Naquela época, não tínhamos jogadores que não faziam parte dos planos com contrato vigente. Essa é a diferença. Agora temos que inserir esses atletas nos custos. Precisamos fazer cortes e reeducar o clube à nova realidade. É isso que estamos tentando fazer nesse momento. Os problemas certamente não serão solucionados do dia para a noite. Não temos essa pretensão. Mas a ação de reduzir os custos é o caminho que se faz necessário para atingir no futuro a possibilidade de honrar compromissos e datas. Temos que lembrar que o clube tem um passível considerável e isso atrapalha. Não existe fórmula mágica. Temos que aumentar as receitas e diminuir as despesas. Estamos tentando fazer a nossa parte. Paralelamente a isso, pessoas encarregadas vão tentar aumentar as receitas do clube para contribuir em toda essa reestruturação.
Por enquanto, houve a saída do Alessandro e outros que não estão na lista dos que recebem mais. Qual a perspectiva de solução desses que estão encostados?
Até agora emprestamos o Alessandro ao Náutico até o fim do ano. Alguns outros jovens já foram emprestados também. Romário foi para o Boavista, Willem para o Bangu, Dieyson e Max para o Caxias do Sul. Mas alguns ainda vão treinar separado. Aqueles com salários mais representativos ainda não foram realocados. Casos de Ney, Renato Silva, Wendel, Sandro Silva, Rodolfo e Michel Alves. Todos foram comunicados por mim sobre a situação. Passamos a posição do clube. Foram decisões difíceis, mas necessárias. Hoje passamos por uma nova realidade e temos que nos adaptar. Infelizmente todos vão ter que buscar novos clubes. Ainda é muito recente e não tem nada definido. Toda negociação vai ser tratada individualmente.
Essas últimas duas contratações, do meia e do atacante, podem demorar mais, como você já disse. Passa por um mapeamento do mercado sul-americano, que tem se tornado um grande filão dos clubes brasileiros nos últimos anos? Até por conta dos salários mais baixos em relação ao futebol do nosso país.
A questão salarial ajuda a contratar jogadores sul-americanos. Mas se o jogador tiver vínculo longo com o clube a negociação emperra. Martín Silva e Aranda se tornaram viáveis porque ambos entraram em litígio com o Olimpia. Conseguiram seus direitos e negociaram com o Vasco. Não teríamos condições de trazê-los se tivéssemos que negociar com o Olimpia. Só temos mais uma vaga para estrangeiros. Não podemos nos dar ao luxo de ter seis e só cinco poderem jogar. Vamos seguir buscando opções para as duas posições ainda vagas no elenco, um meia e um atacante. Sem lentidão, mas também sem pressa. Antes da estreia no Carioca eu acho muito difícil ter qualquer novidade. Os atletas que chegaram nós estávamos tentando desde dezembro. Conversamos com vários outros nomes, fizemos consultas, tentativas, e muita coisa não deu certo. No entendimento da comissão técnica e da diretoria, são dois jogadores que chegariam para o time titular. Por isso vamos ter um pouco mais de critério.
Dois anos depois, você retorna ao Vasco, onde conseguiu projeção do seu trabalho. O Vasco, pela sua ligação, é onde você se sente em casa?
Além do convite, uma das coisas que me fez querer retornar após o comunicado da não renovação com o Fluminense foi a manifestação de carinho dos torcedores vascaínos no tempo em que estive fora. Isso pesou muito na minha decisão. Era impressionante. Em qualquer lugar do Brasil que ia com o Fluminense vinha torcedor do Vasco me pedir para voltar. Não foram fatos isolados. Por isso decidi retornar ao clube pelo qual tive uma trajetória muito boa. Foram três anos, passando por um processo de reconstrução que culminou com títulos importantes. Isso me dá uma expectativa muito boa. Aqui tenho um carinho muito grande por parte dos funcionários, dos conselheiros, dos torcedores. E pelo qual eu tenho um caminho enorme. O Vasco me abriu as portas para o cenário do futebol brasileiro.
No Fluminense, por outras questões, como relação com patrocinador, com o Celso Barros (presidente da Unimed), diretoria e presidente, seu trabalho era diferente do que você tem no Vasco. Em São Januário você tem mais autonomia, certo?
Isso você adquire com o tempo, não se impõe. Foi algo que conquistei na primeira passagem. O próprio presidente (Dinamite) sabe a minha forma de trabalhar. Assim como as pessoas que me convidaram, o vice-presidente, o Cristiano Koehler. Todos já me conhecem, sabem do meu dinamismo nas ações. Cada clube tem a sua característica. Passei três anos no Vasco e retorno agora tentando realizar as mesmas funções. O Fluminense, por exemplo, tem suas peculiaridades. No primeiro ano deu muito resultado. Eu tinha pessoas ao meu lado que facilitaram isso, como Sandrão (Sandro Lima, ex-vice-presidente de futebol), Peter Siemsen (presidente do Fluminense), Celso Barros. Em 2013, o investimento não foi o mesmo. Não foi uma questão de autonomia sobre o meu trabalho, é importante ressaltar. O clube passou por um sério problema financeiro. Foram 12 meses de penhoras que acarretaram vários problemas. Mas em todas as decisões, por mais que você tenha dinâmica e agilidade, são conjuntas. Cabe ao executivo apresentar a melhor solução aos seus superiores.
Você havia dito que permaneceria no Fluminense em caso de queda para a Série B, o que terminou acontecendo. Mas deixou o clube por decisão da diretoria. Como foi isso?
Só tenho a agradecer ao Fluminense. É uma grande casa que meu deu oportunidade. Tenho que agradecer muito ao Celso Barros também por todo o apoio, assim como ao Peter. Mas confesso que fiquei surpreso com a decisão de não renovarem o meu contrato. Confesso. As conversas que tínhamos antes do fim do Campeonato Brasileiro eram no sentido da continuidade. Me pegou de surpresa quando fui comunicado da saída. Mas no mesmo dia tive o sentimento de alegria porque me ligaram do Vasco. Até aquele momento do comunicado do Flu eu tinha declinado convites por querer honrar o compromisso, de querer permanecer independentemente da divisão. Depois de ter conversado com o Vasco não ouvi mais nenhum outro clube. Até porque já passei a me envolver com as questões do clube. Estou motivado. Independentemente de quanto tempo eu estiver no clube. Teremos o processo eleitoral em 2014 e por causa disso assinei um contrato sem multa. Foi uma decisão minha. Não queria que o futuro presidente do Vasco tivesse mais um problema para resolver. Por isso ele terá toda a liberdade para avaliar o trabalho quando for preciso.
Antes de retornar, você conversou com as correntes políticas do clube, que vão participar do processo eleitoral?
Conversei com vários, falei com bastante gente, consultei alguns, outros me ligaram. Mas todos foram unânimes em apoiar o trabalho. Todos querem um Vasco forte, todos querem receber o clube em condições favoráveis caso sejam eleitos. Vim pela instituição, para esses tantos torcedores que pediram minha volta mesmo quando eu estava no Fluminense.
Houve chance real do Cristiano, seu amigo e com quem você já trabalhou no Grêmio e no próprio Vasco, deixar o clube. Você chegou a pensar em não voltar se ele saísse?
Trabalhei com o Cristiano no Grêmio e no Vasco. É um profissional que está entre os três melhores do país em sua função. Apesar do insucesso desportivo do Vasco em 2013 e da dificuldade financeira, já percebi o clube bem organizado em outras áreas. Quando cheguei em 2009, as pessoas ainda estavam se informando do que era o Vasco. É diferente de agora. A permanência dele traz benefícios, facilita, elimina etapas. Ele vai poder trabalhar com mais ênfase na busca pela solução dos problemas financeiros. Temos uma ótima relação. A decisão da permanência dele foi critério do presidente, dos conselheiros. Mas era difícil abrir mão de um profissional como o Cristiano. Quem ganha é o Vasco.
O que você quer fazer nesta nova passagem por São Januário que não foi possível realizar da primeira vez no Vasco?
Uma das frustrações foi que não conseguimos avançar na questão da formação de jogadores como eu julgava ser o ideal. Hoje temos um CT para a base, temos condições de formar melhor. Isso avançou nesse tempo que estive longe do clube. Naquela época era difícil. Não tinha local apropriado para o trabalho e os profissionais da época eram prejudicados. Mas pensar em qualquer planejamento para a base a médio prazo seria pretensão minha. Temos que atacar um plano emergencial na montagem do elenco, na redução de custos. Não sabemos nem o dia da eleição. Estou trabalhando para tentar contribuir com o Vasco. Quando tivermos o futuro presidente, vamos poder falar sobre o futuro se ele quiser dar continuidade ao meu trabalho. Tendo apenas poucos meses certos fica complicado. Tenho que atacar o que é urgente agora e ter um elenco competitivo.
Cristiano disse que há possibilidade de vender um dos jovens mais valorizados ainda este ano. Ele citou Henrique e Thalles. Em crise financeira, é uma análise que bate com a realidade do clube, mas o lado técnico sai prejudicado, certo?
Se o Vasco estivesse em outra situação, o esforço seria contrário. Tentaríamos recursos para mantê-los. Não é a nossa realidade. Mas vamos esperar o ano se desenhar. Talvez busquemos soluções na própria base, no mercado. Qualquer clube precisa vender um ou dois jogadores por ano. Quem dirá o Vasco, que busca equilibrar suas finanças.
Uma das características do seu trabalho é a aposta em jovens. Foi assim no Vasco com a chegada do Rômulo e do Dedé. Entre os sete jogadores que chegaram ainda não há uma contratação desse estilo. Pode vir agora no Estadual, que seria um campo de observação?
A disputa dos Estaduais é um momento propício para aumentar o banco de dados. Foi assim com Dedé, Rômulo. O objetivo agora, no entanto, é realmente remontar um elenco com o mínimo de apostas possíveis. Na outra passagem pelo clube, pudemos arriscar quando tínhamos um elenco equilibrado. Mas estamos atentos. Cedo ou tarde vão aparecer desconhecidos com potencial. Agora a situação é mais emergencial. A estreia está batendo na porta. Não dá para arriscar em um momento de curtíssimo prazo como o atual.
Em 2009, na reformulação do elenco, um dos principais parceiros foi o empresário Carlos Leite, que emprestou R$ 8 milhões ao Vasco naquele momento. Depois disso, ele teve a relação estremecida com o presidente Roberto Dinamite. O seu retorno pode atraí-lo novamente ao Vasco? É um dos parceiros que você espera atrair para reforçar o time.
Ainda não tivemos contato porque foi tudo muito recente. Carlos teve um papel importante em 2009 e na sequência de minha primeira passagem pelo Vasco, assim como também tiveram outros empresários. Mas agora não tivemos nem a oportunidade de vislumbrar algum tipo de negócio, que só se torna bom para as partes quando também é bom para o clube. Ainda não surgiu nenhum nome de jogador representado por ele. Amanhã ou depois, se identificarmos algum, não teremos problema algum. Ele vai até ficar feliz. Atualmente temos falado com vários agentes e todos querem ajudar. O Vasco é uma grande marca. Vale lembrar que quase a totalidade dos jogadores que passaram pelo clube entre 2009 e 2011 conseguiram um upgrade na carreira. Vendas, novos contratos, convocações para a Seleção... É isso que podemos oferecer hoje. Camisa, tamanho, visibilidade... É um novo ciclo que se abre. Em 2011 era diferente. Durante o Carioca chegaram apenas mais dois jogadores: Diego Souza e Alecsandro. Eles acabaram acrescentando qualidade a um time que vinha sendo montado. Depois veio o título da Copa do Brasil, a contratação do Juninho, o vice-campeonato brasileiro... Hoje, nosso ciclo é de remontagem. Tomara que tenhamos tempo para reviver isso tudo depois.
Você alegou desgaste da relação de três anos quando deixou o Vasco no fim de 2011. O presidente disse, em entrevista ao GloboEsporte.com em maio de 2013, que quando quis participar mais do processo de contratação gerou mal-estar com você e (José Hamilton) Mandarino, ex-vice de futebol. Essas arestas foram acertadas no seu retorno?
Dinamite nunca esteve distante das negociações. Toda e qualquer definição sobre reforços é tomara em conjunto. Tanto na minha primeira passagem como agora. Vice-presidente de futebol, presidente, financeiro, jurídico... Todos são consultados. A obrigação do executivo é levar possíveis soluções. Erros e acertos acontecem. Acho que acertamos mais. Saí em 2011 porque já estava há três anos no clube, o ciclo tinha sido desgastante... Mas nunca precisamos aparar qualquer tipo de arestas.
Na sua saída, o Vasco parecia um clube em ascensão, com a Copa do Brasil e um vice-campeonato brasileiro. Como é reencontrá-lo em baixa?
Prefiro fazer a comparação do Vasco que iniciou a Série B em 2009 para o Vasco de 2011, com receitas extraordinárias, ativos, venda de jogadores, base do elenco formada... Agora é menos pior na questão do elenco do que em 2009. Em tese, a margem de erro diminuiu. A questão financeira está difícil da mesma forma. Já a questão da infraestrutura de profissionais evoluiu bem. O clube avançou ainda na profissionalização. Diria que a passos largos, apesar do rebaixamento. Em 2012, mesmo após a minha saída, a equipe chegou até as quartas de final da Libertadores, perdendo apenas para o campeão. Ainda foi quinto lugar no Campeonato Brasileiro... Ainda era um ciclo daquele mesmo time. Agora vamos ter que reorganizar a casa, o departamento de futebol e o time para, quem sabe, abrir um novo ciclo vencedor.
Trabalha com um prazo na sua cabeça de ajustar os valores da folha salarial e montar um novo time forte, como aquele de 2011?
Não é um prazo. O que é o planejamento ideal? Não sei se vou estar à frente dele (do planejamento), mas alguém tinha que começá-lo. Se alguém vai dar sequência ou se serei eu mesmo, é outra história. Precisamos de pelo menos dois anos para gerar ativos, reequilibrar finanças, retomar a imagem positiva, competir no mercado de igual para igual.
Ficou uma frustração por não ficar no Vasco para a Libertadores de 2012? Uma sensação de trabalho incompleto fez parte da sua vontade de voltar?
Claro que fiquei frustrado por não disputar a Libertadores pelo Vasco. Se tiver a oportunidade de participar de um novo ciclo vitorioso, não sairia antes da Libertadores. Fazia tempo que o Vasco não disputava a competição, mais de 10 anos. E acho que fez um bom papel em 2012. Não passou para a semifinal no detalhe. Todos lembram do gol que o Diego Souza perdeu no Pacaembu, mas se esquecem do gol mal anulado do Alecsandro em São Januário. Mas o Vasco vai voltar. Vai voltar para o lugar que merece. O trabalho é árduo e sabemos disso. Todos estão comprometidos. Nada do que falamos nessa entrevista os jogadores não sabem. Temos que ter transparência. Alguns jogadores já participaram de momentos bons e voltaram por causa disso. O momento positivo aqui é muito prazeroso.
O Martín Silva e o Aranda deixaram o Olimpia por conta de atraso salarial. Eles pediram garantias para acertarem com o Vasco?
Não. Vamos ter sempre uma relação muito transparente. Seja nas vitórias ou nas derrotas. Vamos conduzir isso durante todo o tempo. Passamos aos dois que o clube passa por uma reestruturação e busca regularizar tudo. Isso, aliás, não é um privilégio, entre aspas, do Vasco. Vários outros clubes têm problemas. Cabe a nós resolvê-los internamente. Certamente vocês (jornalistas) terão isso (questão salarial) menos como pauta daqui para frente.
Ano passado o Vasco flexibilizou a concentração. Este ano vai agir como?
Sempre vai ter concentração. É uma necessidade. Não atingimos ainda esse nível de maturidade com nossos atletas. A concentração, muitas vezes, é para protegê-los. Imagine a situação: dia anterior ao jogo o cara sai para jantar às 22h com a família. É notícia? Claro que é... Na concentração tem alimentação, descanso e proteção para o atleta. Vamos trabalhar assim.
Havia um perfil diferente no estilo de trabalho do Ricardo Gomes. Até por ser treinador, ele fazia questão de deixar claro que não interferia, nem se metia ou cobrava os treinadores. O diretor de futebol, como gerente do departamento, deve ter esse papel também?
Vamos ter rotinas de reuniões semanais como todos os grandes clubes têm. Justamente para nos entendermos cada vez mais na tomada de decisões. Adilson tem a liberdade de escolha. Para trazer um jogador chegamos a um consenso. Mas a metodologia do trabalho é do técnico e as escolhas são dele também. Mas precisamos ter argumentos. Nós também prestamos justificativas públicas e dentro do clube. Porque fez essa ou aquela escolha, discussões, constatações.
Adilson disse que você tentou contratá-lo em outros clubes. Como vê o treinador Adilson Batista, o que te chama a atenção no trabalho dele?
Tentei contratá-lo várias vezes, não foi só uma. Tive a chance de conhecê-lo como atleta. Joguei contra o Adilson no Rio Grande do Sul. Ele foi um grande ídolo do Grêmio, sempre teve uma liderança positiva. Conheci seu método de trabalho em 2003 quando ele treinava o Paysandu. Certa vez ele passou uma semana utilizando as instalações do RS Futebol, onde trabalhei logo após a minha aposentadoria. Ali pude observar seus treinamentos. Ele era jovem, mas já tinha uma metodologia atualizada. Sempre se aproximou muito das características do jogo durante o treino. Adilson tem muito conteúdo, exerce ótima liderança e espero que nós possamos ser o suporte necessário para ele ficar focado no campo e se envolver menos nos problemas fora dele. Temos uma parceria bacana.
Fonte: GloboEsporte.com