O Criciúma escapou do rebaixamento em 2013 na última rodada, apesar da derrota para o Botafogo, ao ser beneficiado com a vitória do Atlético-PR sobre o Vasco. Mas o Tigre ainda não está fora de perigo. Se os torcedores que vão ingressar na Justiça comum obterem êxito, o Vasco ficará com os três pontos do jogo em Joinville e terminará o Brasileirão com 47 pontos, fora do Z4, jogando o Criciúma, com 46, na Série B - contando que Flamengo e Portuguesa não percam pontos, como determinou a Justiça de São Paulo.
O diretor de futebol do Tigre, Cláudio Gomes, garante que sequer cogita essa possibilidade e, por isso, não pensa em uma defesa na Justiça. Mas reage fazendo duras críticas à possível “virada de mesa”.
“Isso nunca nos preocupou, nem cogitei. Mas seria a falência total da moralidade do futebol brasileiro. Seria um absurdo chegar a esse nível. O futebol entraria em descrédito, ainda mais em ano de Copa do Mundo. Essa ação destruiria o futebol. Não acredito nisso. A ética vai prevalecer”, disse Gomes ao Portal da Band.
No Rio de Janeiro, o advogado Luiz Roberto Leven Siano representa um grupo de torcedores que estavam no estádio em Joinville. Eles vão à Justiça em busca de várias reivindicações, incluindo indenizações. Mas também pedirão a nulidade da partida, baseados no Estatuto do Torcedor, que determina que as partidas tenham a segurança feita por policiais. Se conseguirem a condenação do Atlético-PR, responsável pelo jogo, o Vasco ficaria com os pontos e se salvaria do rebaixamento.
Uma estratégia pensada pelo advogado é entrar com ações na mesma 42ª Vara Cível de São Paulo, onde torcedores de Flamengo e Portuguesa já conseguiram liminares para suspender o julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, assim, devolver aos clubes os quatro pontos perdidos. Basta que um deles seja de São Paulo.
Na instância esportiva, o Vasco já tentou ficar com os pontos, mas saiu derrotado no STJD. Na Justiça comum, o clube, a princípio, não fará uma tentativa, mas aguarda o desfecho das ações dos torcedores.
Pressão sobre a CBF
Gomes ainda vê nas ações uma forma de pressão sobre a CBF, abrindo caminho para uma solução política: a organização de um Brasileiro com 24 clubes, com os quatro rebaixados.
“Pode ser mais uma jogada de pressão, mas não acredito na possibilidade de um campeonato com 24 clubes. A CBF é muito competente”, afirmou o diretor, que ainda mandou um recado para os rebaixados em campo.
“Futebol tem que sair dessa esfera. Quem caiu que coloque a cabeça no lugar e refaça seu planejamento”, concluiu.
Fonte: Band.com.br