Ser rebaixado de divisão no futebol costuma exigir muitas mudanças. Quando isso acontece com um clube grande, então, a reformulação é inevitável. O Vasco de 2014, no entanto, foge à regra e mantém relativamente uma base de jogadores que amarguraram o momento trágico em 8 de dezembro. Em comparação com os números da primeira queda do clube, em 2008, foram menos 25% de saídas. Na ocasião, 26 dos 36 não permaneceram, o que equivale a 72,2%. Hoje, zarparam na barca 18 de 38, somando 47,3%.
Nomes como Abuda, Pedro Ken e Edmílson acabaram até valorizados pelo que mostraram especialmente na reta final do Campeonato Brasileiro. A diretoria também decidiu apostar na renovação de Dakson e do ídolo veterano Juninho e deve abrir cada vez mais espaço a jovens em ascensão com Jordi, Luan, Jomar e Thalles.
Foram dispensados naquela época jogadores que nem sequer fizeram cinco partidas, como Eduardo, André, Johnny, Serginho, o nigeriano Abubakar e o chileno Pinilla. Titulares no jogo que decretou o rebaixamento, Rafael, Baiano, Odvan e Fernando tinham menos de três meses em São Januário. E, consequentemente, o presidente Roberto Dinamite, já com Rodrigo Caetano na direção executiva, contratou por atacado de uma temporada para a outra: Fernando Prass, Fagner, Paulo Sérgio, Titi, Gian, Ramon, Fernando Galhardo, Nilton, Benitez, Vera, Carlos Alberto, Enrico, Jéferson, Fernandinho, Léo Lima, Rodrigo Pimpão, Elton e Edgar foram os 18 apresentados ao longo de janeiro.
Com apenas sete reforços treinando agora, para Caetano, a situação geral é melhor desta vez, apesar da dificuldade para contornar a grave crise financeira. A queda para a Série B, segundo ele, foi circunstancial.
- É difícil fazer diagnóstico. Acredito que hoje o clube esteja em condições bem melhores do que aquelas de 2009 quando cheguei. Até mesmo porque nesse tempo o clube conquistou algumas coisas. A gente costuma só lembrar dos insucessos, mas de 2009 para cá o Vasco venceu a Copa do Brasil, foi vice-campeão de um Brasileiro de pontos corridos, o que é sempre difícil - destacou o dirigente.
Em cenário equivalente, o Palmeiras, último grande que havia caído, também se movimentou consideravelmente após o baque de 2012. Foram mais de 60% de mudanças imediatas em seu grupo. Como o Vasco agora, porém, sustentou o técnico, Gilson Kleina, que segue no comando até hoje depois do retorno à elite sem sustos.
A tendência é que o clube carioca ainda acerte com mais dois reforços - provavelmente um meia e um atacante. Mas o próprio Adilson Batista não quer pressa e cita a importância de ser um tiro certo. Assim, os jogadores podem pintar até mesmo depois do estadual, que começa no próximo fim de semana e termina em abril.
- Contratamos bastante para o setor de defesa (cinco dos sete), pois foi onde encontramos dificuldades. Estamos bem servidos, buscamos jogadores que já demonstraram seu potencial. Contratamos certo. Vamos seguir atentos ao mercado, trabalhando internamente, mas temos conversado que os reforços sejam pontuais. O importante é a qualidade - apontou o treinador, em entrevista já em Pinheiral, onde ocorre a preparação.
Novo ano, menos idade
Além do grau de mudanças, a média de idade do elenco vascaíno também caiu. Foi de 27,8 no fim do ano passado para 24,9 neste momento, às vésperas da estreia no Carioca. O descarte de atletas rodados como Michel Alves, Cris, Tenorio, Wendel, Renato Silva e Francismar pesou.
No Rio de Janeiro, aliás, o único que tenta se envelhecer é o Botafogo, por conta da disputa da Libertadores. Acertou com Jorge Wagner e El Tanque Ferreyra e quer Forlán para formar dupla com Seedorf. O Fluminense, por sua vez, deixou de lado os medalhões Felipe, Edinho e Anderson e promove cada vez mais garotos de sua base.
Confira o elenco que inicia 2014:
Goleiros: Martín Silva, Diogo Silva e Jordi
Laterais: André Rocha, Marlon, Diego Renan e Henrique
Zagueiros: Luan, Rafael Vaz, Rodrigo, Jomar e Kadu Fernandes
Volantes: Guiñazu, Aranda, Pedro Ken, Abuda, Danilo e Fellipe Bastos
Meias: Bernardo, Montoya, Dakson, Juninho e Jhon Cley
Atacantes: Thalles, Edmilson, Everton Costa, William Barbio e Reginaldo
Fonte: GloboEsporte.com