Um grupo de torcedores de Cuiabá do clube carioca Vasco da Gama ajuizou quatro reclamações no Juizado Especial da Capital contra a Confederação Brasileira de futebol (CBF).
No processo eles requerem, em sede de liminar, a suspensão do resultado da partida realizada entre Vasco da Gama e o clube Atlético Paranaense, no dia 8 de dezembro de 2013, pelo Campeonato Brasileiro da série A.
No mérito, o objetivo dos torcedores é a suspensão em definitivo da partida e, também, indenização por danos morais.
Entenda o caso
Durante a partida, o jogo foi interrompido ainda no primeiro tempo por 73 minutos, em decorrência de uma briga entre torcidas. O time perdeu para o Atlético por cinco gols a um. Com isso, o Vasco foi rebaixado da Série A do campeonato.
Na avaliação dos torcedores o correto seria que o jogo não tivesse tido continuidade naquele dia.
Tese dos autores
A tese defendida pelo advogado do grupo, Geandre Bucair Santos, é que a relação existente entre os torcedores e a CBF é de consumo e teria havido falhas na prestação do serviço, durante a realização da partida, no quesito segurança.
“O partida foi realizada em uma situação eivada de vícios e defeitos, pela completa ausência de segurança”, explicou.
Nas ações, o advogado defende que o fato causou “indiscutíveis danos morais”, aos torcedores, “vez que presenciaram o seu time Vasco da Gama ser injustiçado, com o seu rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, por uma partida de futebol em que teve pancadaria entre as torcidas por ausência de segurança, paralisação da partida por mais de uma hora e pressões feitas contra o árbitro”.
Ainda segundo Geandre, “nenhum torcedor, jogador e árbitro, após todo aquele tumulto, tinham condições psicológicas para continuar a partida. Ou seja, não há dúvidas que esses fatos influenciaram sensivelmente no resultado que ocasionou o rebaixamento do Vasco da Gama para a série B do Futebol Brasileiro e a classificação do Atlético Paranaense para a Libertadores”.
“Ao presenciar o seu time, considerado pela crítica esportiva como time de elite do futebol brasileiro, ser rebaixado para a série B do Campeonato Brasileiro, em decorrência da prática ato ilícito realizada pela ré, foi atingido em sua honra, dignidade”, destacou.
Geandre defendeu ainda que os fatos ocorridos no dia são suficientes para configurar o dano moral.
Segundo ele, o “dano moral é o prejuízo decorrente da dor imputada a uma pessoa, em razão de atos que, indevidamente, ofendem seus sentimentos de honra e dignidade, provocando mágoa e atribulações na esfera interna pertinente à sensibilidade moral”.
Na petição inicial, ajuizada nesta quinta-feira (9), o advogado também defendeu que a culpa da CBF está alicerçada ainda no fato de que ela propiciou uma partida de futebol que expôs os torcedores ao ridículo e a uma situação vexatória, perante os demais torcedores de outros clubes.
Direitos
Os torcedores mato-grossenses que impetraram com as ações são: Kleverson Murilo França, Francisco de Oliveira Fortes, Cristiano da Silva Peres e Dante Martins Miraglia Lima.
Para Cristiano Peres, o principal motivo que o levou a ingressar no Judiciário foi a “ausência do poder público de não agir no momento em eu deveria agir”.
“O jogo não deveria ter ocorrido e nem ter sido continuado com a ausência de seguranças, principalmente, porque as arquibancadas entre as torcidas estavam muito próximas. A confusão deixou os times sem equilíbrio emocional para dar continuidade a partida”, disse.
Já o torcedor Dante Miraglia, afirmou que a ação é uma forma de busca a justiça para aquilo que ele acredita ser o correto. “Outros torcedores devem seguir o exemplo e buscar a Justiça pelos nossos direitos”, ressaltou.
Fonte: Midia News