Quando estava no Vasco, Marcelo Oliveira pediu a contratação de Éverton Ribeiro, eleito melhor jogador do Brasileiro 2013

Sábado, 28/12/2013 - 23:30
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Aos 24 anos e com passagens por cinco clubes, desde muito cedo, nos campinhos de terra batida de Santa Isabel-SP, cidade onde nasceu e cresceu, o meia cruzeirense Éverton Ribeiro chamava atenção pela habilidade com a bola. Eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro no último mês e campeão nacional com o Cruzeiro em 2013, antes mesmo de completar 10 anos de idade, na metade da década de 1990, o meia celeste já despertava confiança em relação ao seu futuro no mundo da bola.

Destaque nos campeonatos entre bairros e nas disputas com os amigos, o franzino e tímido garoto começou a dar seus primeiros passos no futebol na Escolinha de Futsal de Manoel Rodrigues de Paula, primeiro treinador do craque.

- Ele era impressionante. Eu costumava dizer que, se o Éverton não fosse profissional, mais ninguém da cidade seria - contou 'Seo Neco', como é conhecido o professor de futebol.

Ainda aos nove anos, um amigo de seu pai, Amadeu Ribeiro, levou Éverton para fazer uma peneira para o time de futebol de salão da Portuguesa, onde foi aprovado logo no primeiro dia de testes. Ao final de seu primeiro campeonato com a camisa da Lusa, o meia ganhou a chuteira de ouro como melhor jogador e revelação do torneio. Não tardou para que ele conseguisse uma vaga no time de campo da Lusa.

- Na época eu o considerava novo para testes e se esperasse mais um pouco economizaríamos um tempo de despesas. Eu já sabia que o caminho dele estava apontando para o futebol, mas, como não gosto de desperdiçar oportunidades, o levei mesmo assim - falou o pai do craque.

Dividindo o tempo entre os estudos e os treinos, os anos em que ficou na Portuguesa não foram fáceis para Éverton. Muitas vezes o jogador almoçava no carro, no trajeto entre sua escola em Santa Isabel e o CT da Lusa, na Zona Leste de São Paulo. Mesmo com a falta de tempo, Amadeu Ribeiro garante que seu filho nunca chegou atrasado a um treino no Canindé.

Dois anos após Éverton chegar ao time da capital, Amadeu recebeu um telefonema convidando seu filho para representar o Corinthians em um torneio na cidade de Votorantim, no interior do estado. Depois de convencer o jovem Éverton, que relutava em aceitar a oportunidade de defender o Timão, Amadeu recebeu de seu filho uma notícia que o surpreendeu.

- Na volta da excursão ele me disse que gostou da equipe. Ficamos em uma situação chata, porque ele ainda defendia a Portuguesa. Conversamos e resolvemos falar com o Carlão (então treinador na Lusa), e ele falou exatamente isso: 'como treinador, é óbvio que preciso dele no meio de campo, mas, como pai, preferiria vê-lo no Corinthians'.

Riso e choro no Corinthians

No Parque São Jorge, Éverton viveu a alegria de subir para o time profissional com apenas 17 anos, mas amargou o drama do rebaixamento corintiano no Campeonato Brasileiro de 2007. Atuando na lateral-esquerda nos últimos quatro jogos na campanha do descenso alvinegro, o jogador ficou marcado, mas, ainda assim, foi um dos poucos poupados pela torcida corintiana na época.

Com a chegada de Mano Menezes, Éverton perdeu espaço na equipe. Para não ficar parado, ele foi emprestado ao São Caetano e ouviu que só voltaria ao Timão caso se destacasse no time do ABC Paulista. No Azulão o meia sofreu com a constante troca de treinadores e com as dificuldades da Série B.

Em um jogo pelo São Caetano, Éverton Ribeiro e o volante Moradei se destacaram. Bastou para o técnico Tite, que já havia chegado ao Parque São Jorge e acompanhava a partida, o chamar de volta. Porém, o meia quase não era relacionado, o que fez tê-lo uma conversa com o então presidente do Corinthians.

- Ele foi pessoalmente falar com o Andrés Sanchez para explicar a situação e o Andrés disse que se ele achasse um clube, facilitaria a saída. Como no São Caetano o Éverton havia feito uma boa partida contra o Coritiba pela Série B, o Marcelo Oliveira (técnico do Coritiba na época e atual comandante do Cruzeiro) já estava de olho - recordou Amadeu.

'Perseguido' por Marcelo Oliveira

Foi no time paranaense que Éverton Ribeiro começou a se destacar de verdade. Ele comandava o meio-campo do Coxa e era um dos homens de confiança do treinador Marcelo Oliveira, que acabou deixando o clube, mas não desistiu de contar com o meio-campista.

Quando o Marcelo Oliveira foi para o Vasco, na primeira semana ele já pediu a contratação do Éverton, mas o Éverton disse que não queria jogar no Rio de Janeiro, não queria morar na cidade. Eu apoiei. Ele ficou no Coritiba e acabou bicampeão paranaense e duas vezes foi vice-campeão da Copa do Brasil - contou o pai.

Entretanto, o treinador ainda tinha vontade de contar com o atleta. Sem conseguir levar o jogador para o Gigante da Colina, ao assumir o Cruzeiro, Oliveira mais uma vez fez o mesmo pedido para sua diretoria: contratar Éverton Ribeiro.

Dito e feito. Éverton Ribeiro chegou à Toca da Raposa em janeiro de 2013 sem saber que este ano seria o melhor de toda a sua carreira até aqui, e que ainda guardaria uma possível nova mudança de ares. De acordo com sites ingleses e com seu pai, o poderoso Manchester United está de olho na contratação da joia saída da pequena Santa Isabel, o que pode fazer o craque adicionar o sexto clube em seu currículo, o primeiro internacional.

Fonte: GloboEsporte.com