Feminino: Confira entrevista com Karina Santos, volante do Sub-17 do Vasco

Superação. É com essa palavra que podemos resumir a trajetória de vida da volante Karina Santos, destaque do time sub-17 do Vasco da Gama em 2013. Natural de Nova Friburgo, cidade localizada no Rio de Janeiro, a jovem iniciou a trajetória no futebol nas ruas, porém a maior problema que precisou superar não foi a ausência de equipes femininas em seu município ou tampouco o preconceito, mas sim a prisão dos pais.

Foi devido a esse fato que Karina precisou se mudar para o Rio de Janeiro. Com o apoio de amigos e familiares, a jovem conseguiu forças para ultrapassar o problema e dar prosseguimento ao sonho de se tornar jogadora do futebol. O forte desejo de vencer na vida levou Karina ao Vasco da Gama, clube onde ela encontrou a felicidade.

No Gigante da Colina, a garota conquistou títulos e a confiança de todas as pessoas que lutam diariamente pelo sucesso da modalidade no clube. Elogiada por Anthony Menezes, técnico da categoria sub-17, a polivalente jogadora (também atua como meia e atacante) revelou em entrevista ao programa "Só dá Vasco" detalhes de sua curta carreira.

Confira uma entrevista exclusiva com Karina Santos, volante da equipe sub-17 do Vasco:

Como iniciou sua carreira no futebol?

"Comecei a jogar nas ruas de Nova Friburgo (RJ). Lá não tinha campo, não tinha nada. Eu jogava pela rua mesmo. Minha avó sempre procurava escolinhas por lá, mas nunca encontrou nada. Passei a enfrentar dificuldades depois de 2008".

Quais foram essas dificuldades? E como você chegou ao Vasco?

"Não gosto muito de falar dessa história, mas vamos lá. Em 2008 meus pais foram presos e por isso tive que me mudar para o Rio de Janeiro. Passei a morar com meus tios e tias. Foi um período difícil. Nesse tempo morando com meus tios e tias eu conheci um casal. Esse casal me deu e ainda me dá muita força para continuar. Cheguei no Vasco com a ajuda desse casal. Esse rapaz me ajuda desde 2010. Não foi fácil passar por isso, mas só tenho agradecer a eles por tudo. Eles me ajudam demais".

Como foi sua trajetória no Vasco até agora?

"Foi perfeita. Sempre fui tratada bem dentro do Vasco. Ninguém me julgou. Disputei três campeonatos e em todos eu consegui ser campeã. Ainda não tive momentos de tristeza no Vasco. Fiquei muito feliz com o título do Estadual sub-17. O que me deixou alegre também foi o fato de ter ficado no banco em alguns jogos da categoria adulta neste ano. Não cheguei a entrar, mas foi ótimo ficar no banco".

Vocês esperavam ganhar tudo neste ano?

"Desde que comecei a ter confiança em mim e perceber a união do grupo passei a acreditar. Foi difícil, mas esperava sim. Lutamos muito por esses títulos. Todas jogaram juntas as finais".

O que falar sobre a conquista da Copa do Brasil?

"Lutamos muito para chegar a essa conquista. Não fui bem no primeiro jogo, mas depois comecei a me sair bem e continuei jogando como titular. Agradeço ao Tony pela confiança que ele teve em mim. Agradeci muito a Deus por ter conquistado essa taça. Na final eu estava muito nervosa e com o joelho ruim. Acabei perdendo o pênalti, mas Deus abençoou e fez com que as atletas do outro time perdessem também. Foi difícil, pois quase ninguém confiava na gente".

Quais são seus objetivos para o ano que vem?

"Espero continuar jogando pelo Vasco se tiver oportunidade. O Vasco é um excelente time. Gostei muito de vestir a camisa do Vasco".

O que você pode falar da comissão técnica?

"Não tenho palavras para falar da Comissão! O Tony é um excelente técnico e o Luí um excelente preparador físico. Cito aqui o Paulinho também. Aprendi muita coisa com os três. Na final do Campeonato Carioca o Tony me elogiou muito. Ele acreditou em mim e eu acabei jogando muito bem".