A Polícia Civil do Paraná realiza uma operação para prender torcedores do Atlético-PR envolvidos na briga de torcidas na arquibancada da Arena Joinville, em Santa Catarina, no dia 8 de dezembro. A ação foi batizada de "Cartão Vermelho" e ocorre desde as 5h desta quinta-feira (19), em Curitiba e Região, em Joinville e Blumenau, em Santa Catarina, e no Rio de Janeiro.
O delegado responsável pela operação, Clóvis Galvão, disse que serão cumpridos mais de 20 mandados de prisão e pelo menos um de busca e apreensão. Até as 7h15, quatro pessoas tinham sido presas no Paraná e duas em Santa Catarina.
A Polícia Civil informou que o ex- superintendente da antiga Ecoparaná, atual PR Projetos, e ex-vereador de Curitiba Juliano Borghetti também teve o mandado de prisão expedido e não foi encontrado. Ele é considerado foragido.
A briga paralisou o jogo entre Atlético-PR e Vasco aos 17 minutos do primeiro tempo. Um grupo de rubro-negros e outro de cruz-maltinos protagonizaram cenas de selvageria, com trocas de socos e pontapés. A polícia demorou a agir e, somente depois de alguns minutos do início da confusão, alguns oficiais apareceram para conter o tumulto. A partida terminou em 5 a 1 para o Atlético-PR e o Vasco acabou rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Vascaínos continuam presos em SC
Na terça-feira (17), a Justiça negou o pedido de liberdade provisória aos três torcedores do Vasco presos em flagrante por tentativa de homicídio e outros crimes, após a briga. A decisão foi tomada pela juíza Karen Francis Schubert Reimer.
Na sentença, a magistrada salientou que a detenção de Arthur Barcelos Lima Ferreira, Jonathan Fernandes dos Santos e Leone Mendes da Silva se faz necessária para manter a ordem pública e evitar a continuidade deste tipo de violência. Ela classificou os crimes cometidos pelos suspeitos como "hediondos", de "extrema gravidade", mediante a "grave violência à pessoa".
Os três homens estão presos na Penitenciária Agrícola de Joinville e são mantidos isolados dos demais presos para evitar riscos à integridade física, segundo as direções das unidades.
Clubes punidos
A 4ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou o incidente na sexta-feira (13). Caracterizado com maior responsabilidade no incidente, o Atlético-PR foi condenado com a perda de 12 mandos de campo, sendo seis com portões fechados, além de multa de R$ 140 mil (sendo R$ 120 mil no artigo 213 e R$ 20 mil no artigo 191, combinado com 211 na forma do 183, que é o que permite que um artigo absorva o outro).
Já o Vasco recebeu a pena de oito mandos de campo, sendo quatro com portões fechados, além de multa de R$ 80 mil.
Nesta quarta-feira (18), o Atlético-PR entrou com recurso no STJD para tentar diminuir a pena de 12 mandos de campo, metade com portões fechados, pela briga na Arena Joinville. O recurso será julgado no próximo dia 27. O advogado do clube, Domingos Moro, considerou a punição imposta pela entidade exagerada e propôs penas alternativas, como jogos com a presença de mulheres e crianças no estádio.
"É difícil dizer qual vai ser o entendimento dos auditores em relação a uma redução de pena. O portão fechado pode nos dar uma outra natureza, como abrigar mulheres e crianças, dando um novo cenário educativo para a punição", afirmou o advogado.
Já a Torcida Organizada Os Fanáticos, do Atlético-PR, assinou um acordo com o Ministério Público e está impedida de frequentar os estádios de todo o Brasil por seis meses. Os torcedores atleticanos que fazem parte da organizada não podem frequentar os estádios com adereços, como camisas, bandeiras, faixas ou instrumentos.
Fonte: G1