O tom de dúvida no pronunciamento para a imprensa ganhou contornos de contundência nas palavras para a torcida. Na última terça-feira, após ser sucinto às perguntas dos jornalistas na saída da 37ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Geral do clube, Olavo Monteiro de Carvalho, foi abordado também por vascaínos. Ao parar para conversar com o grupo, um deles gravou o diálogo e publicou nas redes sociais. No vídeo, o empresário foi mais categórico sobre a possibilidade de antecipar a eleição do clube, prevista para o meio de 2014, e falou em definir datas para o pleito já no princípio de janeiro.
- É uma alternativa muito válida. Vamos fazer tudo isso com calma, sem tumulto. De acordo com o estatuto, vamos fazer o que for melhor para o Vasco. Acho que a antecipação de eleição é muito possível. Até a primeira semana de janeiro vamos decidir a data das eleições. Nós somos torcida também. A gente sofre da mesma maneira. Acho que foi a pior semana da nossa vida, vou te contar, depois daquele domingo (que decretou o rebaixamento do Cruz-Maltino).
Olavo também se mostrou preocupado com o momento vivido por Roberto Dinamite no comando do Vasco. Questionado pelos torcedores se o atual presidente é favorável a antecipar as eleições, o empresário respondeu que o mandatário ainda está avaliando o que deve ser feito para não prejudicar o início da temporada de 2014.
- Ele está muito abatido. O Roberto está com um clima muito difícil. A gente tem também que pensar nele, pois é um cara que se sacrificou, botou a cara dele ali para atender nossos pedidos.... Ele está estudando o que é melhor para o Vasco. Temos um campeonato carioca aqui e agora. A eleição precisa de 60 dias, pelo menos. Como a gente faz? Temos que nos fortalecer, fazer um bom papel no Carioca.
O presidente da Assembleia Geral atribuiu o momento atual do Vasco a uma dívida maior do que o esperado, disse que o clube teria "quebrado" se não fosse a venda de jogadores e que Dinamite errou ao esconder a crise financeira da imprensa.
- Não podemos esquecer que o Vasco tem herança de gestões passadas, uma dívida quase que incontrolável. Essa foi a principal causa de nossa derrocada nesse ano. Apareceu muito esqueleto. A dívida era muito maior do que imaginávamos. A única receita que entrou durante o ano foi com venda de jogador. Senão, a gente já tinha quebrado e fechado o clube. Ele (Dinamite) quis poupar, achou que não seria bom para a imagem do Vasco, mas foi um erro. Deveria ter chegado e dito “a situação é essa.
Olavo: rescisão da Nissan foi pedido do Japão
Olavo também foi questionado pelos vascaínos a respeito da rescisão de contrato da Nissan, que era uma das patrocinadoras da equipe. O empresário se disse surpreendido, falou que a decisão foi tomada pela matriz da montadora japonesa e alegou não acreditar na hipótese de que o rompimento tenha sido tomada em função do rebaixamento do Vasco.
- Fui surpreendido, não esperava isso deles, não li a carta, a justificativa deles. Acho que é uma decisão da matriz lá no Japão. Por trás disso tudo tem um problema de déficit. Eles estão gastando muito dinheiro nas Olimpíadas. Isso eles já tinha me dito: iam fazer esse esforço pelo Vasco.
Fonte: GloboEsporte.com