Em tempos de desalento quanto ao conceito de “justiça” nos bastidores do futebol brasileiro, a reação de muitos torcedores foi parecida. Ontem, por exemplo, houve movimentos no sentido de cancelar a assinatura de pacotes de pay per view. Outros preferiram focar no bem jogado e sempre organizado futebol europeu. Neste contexto, o Blog Teoria dos Jogos teve acesso a uma pesquisa elaborada pela Stochos Sports Entertainment que mensura justamente a simpatia do torcedor brasileiro por clubes do exterior. Simpatia esta que, possivelmente, cresceu um bocado de ontem para hoje...
Os números fazem parte da pesquisa “Brand Tracking”, com 8.345 pessoas acima de 16 anos, sendo 70% homens – ou seja, material focado no público-alvo do futebol. A margem de erro foi de 1,1 pontos, com percentuais sendo confrontados à mesma pesquisa realizada três anos antes:
Embora seja necessário diferenciar a verdadeira torcida da mera simpatia (elemento aqui mensurado), o primeiro movimento importante é o aumento do interesse dos brasileiros por clubes do exterior. Em 2010, 58,7% dos entrevistados demonstraram desagrado quanto a times de fora, percentual que caiu para 45,9% em 2013. A Espanha disparou nas preferências, abocanhando boa parte deste “novo público”: saiu de 19,5% para 36,9%. Os italianos desabaram de 14,4% para 5,2%, sendo ultrapassados pelos clubes da Inglaterra (5,9%). Alemanha, Argentina, França e Portugal também cresceram em menor escala.
A preferência por clubes é assim dividida:
A agremiação a quem os brasileiros mais acompanham à distância é o Barcelona (24,9%). Importante ressaltar que à época da pesquisa (julho/2013) Neymar já era contratado dos catalães, fazendo suas primeiras partidas com a camisa blaugrana. O segundo é o Real Madrid (11,8%), seguido por Milan (3,7%), Chelsea (2,7%), Manchester United (2,5%) e Bayern de Munique (2%). O Boca Juniors (1,4%) é o representante não-europeu, à frente do PSG (1,1%), último dos que superam a marca de 1%. Apenas Milan, Manchester United e Internazionale viram participações cair de 2010 para cá.
Constantemente vemos europeus (especialmente ingleses) utilizando estatísticas como estas para “medir” o tamanho de suas torcidas mundo afora. O resultado são números falaciosos que ultrapassam até as centenas de milhões de adeptos. Como já foi dito, os percentuais tratam apenas de simpatia, que se modifica ao sabor de resultados e contratações. Ainda assim, não podemos negar o valor de se conhecer este tipo de demanda. Mesmo que temporárias, configuram oportunidades de negócio que podem se tornar de médio ou longo prazo no caso de um bom trabalho em cima das marcas.
Dentro de cada torcida brasileira, as preferências foram assim distribuídas:
Santistas são aqueles que mais simpatizam com clubes europeus, marcando apenas 38,6% de “Nenhum”. No outro extremo está o Internacional, refutando europeus em 52,9% dos casos. Todas as doze grandes torcidas do Brasil preferem Barcelona e Real Madrid, nesta ordem. O Atlético-MG é o clube mais simpático aos catalães, com 30% de preferências. Colorados são os que menos gostam do clube de Neymar: 17,1%. O auge do Real Madrid está na torcida do Santos (17%). O Milan surge como terceira preferência de cinco torcidas, contra quatro do Bayern. Man Utd e Chelsea são lembrados, enquanto apenas a torcida do Fluminense coloca o Paris Saint Germain entre os quatro primeiros.
Fonte: Blog Teoria dos Jogos - GloboEsporte.com