Após quatro dias de silêncio, desde o fatídico incidente em Joinville, o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, gravou um vídeo publicado no site oficial do clube, no qual condena a atitude dos envolvidos na organização do jogo contra o Atlético-PR e garante que o departamento jurídico, que já protocolou ação no STJD, não medirá esforços para recuperar os pontos conquistados pelo rival. Se isso ocorrer, escapa do rebaixamento.
Para o dirigente, além da falta de segurança para o evento, o time cruz-maltino, goleado por 5 a 1, perdeu "a tranquilidade e o equilíbrio" para lutar pelo resultado.
Apesar de reuniões de olho no futuro, o Vasco segura ao máximo seu planejamento para a próxima temporada diante do caso em aberto. Na sexta-feira, haverá o julgamento sobre a briga generalizada entre as torcidas e seus responsáveis - árbitro e federação catarinense. Na ocasião, Gigante da Colina e Furacão podem perder até 20 mandos de campo. E deve ser marcado para a semana que vem o pleito que avaliará, paralelamente, o recurso dos cariocas.
Em tom cabisbaixo, Dinamite se dirigiu aos torcedores por mais de sete minutos e relatou, em detalhes, sua visão dos fatos, pedindo justiça aos culpados.
- Caros vascaínos, quero nesse momento me dirigir a todos vocês, me colocando junto à indignação sobre tudo o que aconteceu na Arena Joinville (...). Mudanças que aconteceram e que dizem respeito à garantia do torcedor no espetáculo, tudo isso culminou com aquilo que vivemos dentro daquele estádio. Cenas lamentáveis, com a reação inicial da torcida do Atlético-PR, no que diz respeito a ir para cima de onde estava a torcida do Vasco da Gama. O ponto principal, em relação à segurança daquela partida, eu continuo pensando da mesma forma: que a Polícia Militar deveria estar fazendo a divisão das duas torcidas para que tudo pudesse transcorrer de forma tranquila. Infelizmente, se essa decisão foi tomada pelo Ministério Público, pela Polícia Militar ou pela direção do Atlético, é lamentável. Tivemos esse problema, um problema claro se acompanharmos desde o inicio a atitude do Atlético-PR.
Para o presidente, os vascaínos, em minoria, foram vítimas na confusão da Arena Joinville.
- O torcedor do Vasco, num primeiro momento, ficou acuado num espaço menor e aí teve o tipo de reação de defesa. Sou contra a violência, não admito e não aceito, mas acho que mais do que nunca esse jogo não poderia e não deveria ter sido reiniciado em razão de não ter policiamento adequado para importância da partida. O Vasco lutando contra o rebaixamento, o Atlético querendo a Libertadores... Seria um jogo tenso, disputado, e na parte que compete ao mandante não houve atitude de garantir o espetáculo. Fatos que, com todo o respeito, sou totalmente contra. Então tem que se analisar isso tudo e que se olhar.
Ele reiterou que o clube buscará os "reparos" necessários, que significam a inversão dos pontos, e pediu apoio da torcida na ação. Em enquete, mais de 71% mostraram-se favoráveis.
- Mais do que nunca, o Vasco está tomando decisões e, através do seu corpo jurídico, defenderá a instituição. É dentro disso que vamos lutar até o final. Coibir qualquer tipo de violência, de atitude extracampo, que, mais uma vez, não admitimos e compartilhamos (...). O que buscamos são reparos com relação àquilo que consideramos de suma importância para que o espetáculo tenha plena condição de segurança para ser realizado. Entramos com a medida cabível no sentido de mostrar tudo o que aconteceu (...). Pessoas do Vasco ficaram detidas, têm que ser punidas punidas, sim, se houve excesso. Mas os torcedores do Atlético é que iniciaram uma violência que deveria ser contida pelo policiamento dentro do estádio. Então vamos lutar até o fim pelo nosso direito. Acho fundamental que o torcedor do Vasco tenha consciência de que a diretoria vê assim (...). É isso que eu tenho para falar. Estamos tristes e vamos lutar até o final para que esse reparo possa estar acontecendo e, com isso, o Vasco vai lutar pelos três pontos, já que entendemos que foi tirada a tranquilidade e o equilíbrio para lutar pelo resultado que interessava. Um abraço a todos - finalizou Dinamite.