O presidente da torcida organizada vascaína Força Jovem, Bruno Pereira Ribeiro, 31, afirma que ele e seus colegas apenas se defenderam na arquibancada da Arena Joinville, em Santa Catarina, no jogo contra o Atlético-PR do último domingo pelo Campeonato Brasileiro.
Nas cenas transmitidas pela televisão, atleticanos e vascaínos trocam socos e pontapés numa briga generalizada.
"Não bati. Me defendi. Quando o rato se sente acuado o que acontece? Cheguei a recuar, mas houve uma hora em que não havia para onde ir", disse à Folha.
Em entrevista coletiva, integrante da torcida uniformizada do Atlético-PR também alegou legítima defesa.
Conhecido como Bruno Fet, ele apareceu na TV com os punhos cerrados, em posição de luta, no meio do conflito.
Na versão dele, tudo começou porque torcedores atleticanos invadiram a área reservada ao Vasco.
"Talvez, por estarem em maior número, eles perceberam que havia poucos seguranças e vieram para cima. Não tem uma explicação [para o início da briga]. Mas tivemos que nos defender."
Em uma das imagens, um torcedor do Atlético aparece estirado no chão, sendo pisoteado por alguns vascaínos. Na sequência, Leone Mendes da Silva, integrante da Força Jovem, usa um bastão para agredir o homem caído. Ele foi um dos três vascaínos presos após o episódio.
"Isso não foi certo [espancar o atleticano]. Só que em um momento como aquele a pessoa fica nervosa, não pensa no que pode acontecer. Claro que é errado chutar, dar paulada, mas também se deve questionar como aquele cara foi parar ali, no meio da torcida do Vasco", disse Ribeiro.
O Ministério Público do Estado do Rio vai à Justiça pedir que a Força Jovem seja impedida de acompanhar os jogos do Vasco por três anos.
"Firmamos dois termos de ajustamento de conduta que foram descumpridos pela Força Jovem. Agora vamos pedir que a torcida seja banida", disse o promotor Paulo Sally.
Em maio de 2012, componentes da Força Jovem espancaram até a morte um torcedor do Flamengo após uma partida no Maracanã. Em agosto, protagonizou uma briga com torcedores do Corinthians no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Fonte: Folha de São Paulo