No tabuleiro de São Januário, as peças de xadrez seguem em movimento, apesar da discrição na reta final da temporada com o Vasco lutando contra a degola e, por fim, rebaixado para a Segunda Divisão. O presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, um dos poucos pilares que restam da articulação que levou o presidente Roberto Dinamite ao poder em 2008, acena e articula nos bastidores pela candidatura do empresário Jorge Salgado para a sucessão de 2014. Na cabeça da nova chapa de candidatura do ex-vice de finanças está Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, que já garantiu participação no pleito de 2014.
A frente com Salgado e Horta deve unir pelo menos mais duas chapas de oposição - a Cruzada Vascaína, do candidato a presidente das últimas eleições Leonardo Gonçalves, e a Pró Vasco, do ex-vice de marketing Eduardo Machado - e é vista por muitos em São Januário com força suficiente para atrair os associados e impedir o retorno de Eurico Miranda, hoje candidato favorito para voltar à presidência do Vasco. Outro candidato declarado é o ex-vereador Roberto Monteiro, que tem o apoio do ex-vice de futebol José Hamilton Mandarino. Na corrente que se forma pela candidatura de Salgado ou de Horta também está Pedro Valente, antigo aliado de Eurico Miranda e candidato do Casaca! - grupo político do ex-presidente - nas últimas eleições de 2011.
Condutor do processo eleitoral do Vasco, Olavo negou que esteja apoiando à candidatura de Salgado, lembrando que o empresário sequer é candidato ao posto. Mas, por outras fontes próximas à dupla, o GloboEsporte.com recebeu a informação de que Olavo é um dos que tenta convencer Salgado a ser novamente candidato ao Vasco. O empresário, por sua vez, disse que uma definição da sua parte só será conhecida na primeira quinzena de janeiro. Além de Olavo, Antônio Peralta, atual vice geral de Dinamite, também simpatiza com a possível candidatura de Salgado. O empresário do mercado financeiro, que foi vice de finanças no fim da década de 1990, apoiador de Dinamite na eleição de 2008, além de porto seguro da gestão nos piores momentos financeiros, perdeu polêmicas eleições para Antônio Soares Calçada, em 1997.
- Converso com o Salgado, porque somos amigos de longa data. E Salgado anda conversando com todos no Vasco. E ele não declarou candidatura - despistou o presidente da Assembleia Geral do Vasco, que, aliás, não sabe se será candidato à reeleição neste posto em São Januário.
Ainda sem data para as eleições do ano que vem, que já prometem repetir polêmicas de outros pleitos - o caso da entrada em massa de quase dois mil sócios no último dia do mês de maio está sob análise de uma comissão formada em São Januário -, a formação da aliança entre Salgado e Horta une forças que não falavam exatamente a mesma língua em São Januário. Até bem pouco tempo. Sempre crítico com a administração Roberto Dinamite, Pedro Valente mantém discurso forte a favor da renúncia do atual presidente e para convocação de eleições imediatas. Nem apoio de Olavo, artífice da candidatura de Roberto com o Movimento Unido Vascaíno (MUV), o desanima a fazer coro pela dupla.
- Recentemente estive com Salgado e o coloquei para falar com Horta ao telefone. Eles se entenderam muitíssimo bem. E, inclusive, um falou para o outro: “se você se candidatar eu o apoio”. O que é urgente é a saída de Roberto Dinamite. Ele precisa ter a dignidade de renunciar à presidência. Ele já culpou o que chamou de herança maldita em 2008, vai continuar agora? Ele está destruindo o Vasco - disse Valente, que demonstrou preferência pelo perfil de Horta para a frente da chapa.
- Ele pegou uma escola de samba pequena (a Unidos da Tijuca) e a transformou numa potência. Salgado é meu amigo e um ótimo nome, mas o Horta tem esse perfil mais combativo - diz Pedro Valente.
Fonte: GloboEsporte.com
