Presidente da Força Jovem: 'Cheguei a recuar, mas houve uma hora em que não havia para onde ir'

Quarta-feira, 11/12/2013 - 09:55
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"A gente pisou na bola. Se a polícia e o Ministério Público não tomarem a rédea e não começarem a punir as pessoas, isso aí [a briga] vai acontecer de novo", afirmou Júlio César Sobota, um dos diretores da torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético-PR.

Dois dias após a briga que deixou quatro torcedores feridos no jogo entre Atlético-PR e Vasco, em Joinville, e chamou a atenção até da imprensa internacional, nem mesmo um líder de uma torcida defende que a situação se mantenha tal como é hoje.

Ontem, o Ministério Público do Paraná chegou a um acordo ontem com Os Fanáticos para que os integrantes da organizada deixem de frequentar os estádios em todo o país durante seis meses.

Pelo acordo, os torcedores atleticanos continuam podendo assistir aos jogos, mas não poderão fazer alusão à uniformizada, como nas camisetas e nos bonés, por exemplo.

Na prática, portanto, a medida não retira das arquibancadas quem já tenha se envolvido em brigas anteriores.

Já no Rio, o Ministério Público decidiu ir à Justiça pedir que a Força Jovem, torcida organizada do Vasco envolvida na briga, seja impedida de ir aos jogos do time.

A diferença em relação ao caso do Atlético-PR é que a Promotoria pedirá que a medida contra a organizada carioca tenha uma duração maior: três anos.

EMPURRA-EMPURRA

Embora admita a participação de membros da torcida na confusão ocorrida na Arena Joinville, em jogo pela última rodada do Campeonato Brasileiro, a Fanáticos afirma que quem começou a briga foram os torcedores do time adversário.

"Agimos em legítima defesa", disse o advogado da organizada, Juliano Rodrigues.

Os torcedores do Vasco, por sua vez, jogam a culpa nos atleticanos. Segundo o presidente da Força Jovem, Bruno Pereira Ribeiro, ele e seus colegas de organizada só se defenderam dos ataques sofridos em Joinville.

"Quando o rato se sente acuado, o que acontece? Cheguei a recuar, mas houve uma hora em que não havia para onde ir", disse o torcedor.

Em uma das imagens da batalha entre as torcidas exibidas pela TV, um torcedor do Atlético aparece estirado no chão, sendo pisoteado.

Na sequência, Leone Mendes da Silva, integrante da Força Jovem, usa um bastão para agredir o homem caído.

"Isso não foi certo. Só que, num momento daquele, a pessoa fica nervosa, não pensa no que pode acontecer. Claro que é errado chutar, dar paulada, mas também se deve questionar como o cara foi parar ali, no meio da torcida do Vasco", disse Ribeiro.

Fonte: Folha de São Paulo