Defesa de vascaíno detido em SC será custeada pela Força Jovem e alegará legítima defesa

Terça-feira, 10/12/2013 - 08:25
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A defesa de Leone Mendes da Silva, de 23 anos, vascaíno flagrado agredindo um torcedor do Atlético durante um jogo no domingo deve alegar que a ação foi legítima defesa. A informação foi dada por um primo de Leone, que está acompanhando o caso. O jovem está preso sob a acusação de tentativa de homicídio, e será defendido pelo advogado da torcida organizada.

— A torcida entrou em contato conosco oferecendo o serviço. Nós já tínhamos procurado um advogado, mas ele cobrou R$ 4 mil somente para ir até Santa Catarina fazer contato e buscar informações. Vamos esperar a definição da torcida para não termos que gastar tanto — disse.

A família espera que a defesa consiga soltá-lo com a alegação. Para eles, Leone entrou na briga para se defender de agressões e, como eram minoria, “utilizaram o que tinham em mãos”.

Até a tarde de ontem, nenhum parente de Leone havia recebido qualquer contato do Vasco com oferta de ajuda. Sem muitos recursos, eles depositam as esperanças no defensor da torcida organizada.

— Eles me explicaram que o que está pesando muito é a imagem dele batendo em um homem já caído. Mas no meio da confusão as pessoas não pensam direito — revelou o primo.

Leone deixou a casa da mãe com destino ao Sul às 19h de sábado, no ônibus fretado. O último contato com a família foi feito uma hora antes do jogo.

— Precisamos ir até lá. Ele não ligou para casa, está sem roupas e sem os documentos, que ficaram aqui na casa.

De acordo com o primo, outros parentes de Leone estão recebendo ameaças pelo Facebook.

— Dizem que se ele voltar vão espancá-lo e atear fogo no salão dele — finalizou.

Ele já foi detido no Engenhão

Leone Mendes da Silva — preso por agredir um torcedor do Atlético Paranaense com um bastão na cabeça — já foi detido acusado de “incitar a violência” contra tricolores, no Engenhão. Por volta de 17h do dia 21 de agosto de 2011, Leone e outros seis homens foram presos com morteiros e pedras. Todos foram obrigados pela Justiça a permanecer oito meses longe dos estádios. Não há informações, entretanto, se eles cumpriram a determinação.

De acordo com o processo, que tramita no V Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Méier, um grupo de 80 torcedores caminhava pela Rua Piauí para assistir o jogo da 18ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2011. PMs do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) narraram que a agressão começou contra os integrantes da Young Flu, mas depois atingiu também os militares, que faziam a escolta.

Sete foram presos, levados para um posto da 26ª DP (Todos os Santos), que estava de plantão no estádio, e encaminhados ao Jecrim. Lá, assinaram um termo circunstanciado. De acordo com o documento, eles tinham “perfil que se justapõem a fórmula negativa de periculosidade” e foram obrigados a comparecer na delegacia no dia e no horário do jogo do Vasco, durante os oito meses sequentes. No último dia 30 de agosto, a juíza Cláudia Márcia Gonçalves Vidal oficiou a delegacia para checar se os acusados compareceram, mas ainda não houve resposta.

Fonte: Extra