O promotor do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) Francisco de Paula Fernandes Neto apontou o Atlético-PR como responsável pela violência na Arena Joinville no domingo, no jogo contra o Vasco, e acusou a Federação Municipal de Esportes, administradora do estádio, de ter descumprido acordos feitos em 2009 com o órgão, incluindo a colocação de grades para separar a torcida rival. Diante das afirmações, o secretário de comunicação da Prefeitura de Joinville, Marco Aurélio Braga, e o presidente da entidade gestora do estádio, Fernando Krelling, destacaram que existe uma separação por grades para a torcida visitante no estádio. Porém, de acordo com os dois, o clube paranaense pediu, na última sexta-feira, que o espaço para a torcida adversária fosse ampliado, tendo em vista a grande procura para a partida. Por isso, a separação foi feita com um cordão de seguranças privados que não foi suficiente para impedir o confronto dos torcedores.
De acordo com Krelling, a área de visitantes dispõe de 1.700 lugares, cercados por uma grade de proteção. No borderô da partida, disponível no site da CBF, constam 2.683 entradas vendidas para os visitantes vascaínos. Dessa forma, a área reservada para a torcida adversária no estádio não foi suficiente para abrigar os cruz-maltinos e, por isso, foi feito um cordão humano com seguranças privados que não conseguiram impedir a selvageria na arquibancada.
- Existe uma limitação para a torcida adversária de 1.700 lugares, que são separados por duas grades de proteção. Tem uma grade dupla, com um vão entre elas. Mas para esse jogo, como era a partida do Vasco e existia muita procura, para não haver torcedores vascaínos no meio dos atleticanos, eles resolveram aumentar essa área de visitantes. Aí sim, a Polícia Militar fez uma vistoria ao lado deles, fizeram uma separação embaixo da arquibancada e o cordão de isolamento com seguranças privados. Mas tudo isso foi resolvido pelo clube e pela PM. Existe a separação, mas ela foi ultrapassada porque o Atlético-PR vendeu ingressos a mais para os visitantes - disse Krelling, ressaltando que isso também ocorreu na partida entre o clube paranaense e o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, em junho, na qual não houve confusão dentro da arena.
Krelling disse ainda que a própria Polícia Militar sugeriu o número de 90 seguranças privados para manter a ordem no interior da arena.
- O Atlético-PR até se prontificou a colocar os melhores homens no cordão de isolamento e a PM acatou. A reunião aconteceu no início da tarde de sexta-feira e a própria polícia solicitou esse número de 90 seguranças para a partida.
O secretário de comunicação da Prefeitura de Joinville confirmou as informações e considerou essa medida de ampliar o espaço para a torcida rival um erro no planejamento de segurança:
- O Atlético-PR vendeu mais ingressos para a torcida do Vasco, que ocupou um espaço que não é reservado para a torcida adversária na arena. Então foi feito um cordão humano. Há um espaço limitado para a torcida rival, separado por grades. O que eu aponto como erro de segurança também é esse espaço maior para a torcida do Vasco. Não poderia ser construída uma grade só para isso.
Fonte: GloboEsporte.com