Aniversariante do próximo dia 24 de dezembro, Caíque, de 45 anos, torcedor folclórico do Vasco, não recebeu o presente que esperava do seu time de coração. Na tarde de ontem, cinco anos e um dia depois, o auxiliar de obras voltou a sentir o desgosto de um rebaixamento para a Série B do Brasileiro. Entre o início e o fim do jogo contra o Atlético-PR, ele foi da confiança na salvação à decepção por mais uma queda. Nada que vá diminuir o amor pelo Gigante da Colina.
— Não vai diminuir. Dessa vez não deu, mas eu sou Vasco sempre. Amo esse clube desde pequeno — disse.
Já com os tradicionais adereços — a placa com a palavra “fé” e a imagem de Nossa Senhora Aparecida e um galho de arruda na mão — , Caíque chegou otimista à casa de um amigo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A tiracolo, levou uma placa com palpites de resultados de outros jogos favoráveis ao Vasco. Entretanto, com o primeiro gol atleticano, o pitaco de 1 a 0 a favor dos cariocas caiu por terra. O gol de Edmílson chegou a dar um alento, mas, ainda no primeiro tempo, os gritos de “eu acredito” deram lugar à incredulidade com o escorregão de Alessandro no segundo tento do Furacão.
Nos minutos finais, já conformado com a goleada e a queda, Caíque enfim soltou o galho de arruda que a essa altura já havia se despedaçado com sua inquietação.
Fiel à inscrição que carrega pendurada no pescoço em todos os jogos que acompanha, Caíque espera ver o Vasco de volta à elite já em 2015.
— Se Deus quiser, a gente volta no ano que vem, de cabeça erguida. E eu estarei em São Januário, firme e forte, torcendo pelo meu Vasco — afirmou.