Com qual apelido Carlos Roberto de Oliveira entrará para a história do Vasco como presidente? Nos tempos de jogador, foi chamado de Dinamite em uma manchete de jornal, depois de um gol sobre o Internacional, no Maracanã, e carregou a alcunha para o resto da vida. Agora, mancha a biografia por estar à frente do clube em seu segundo rebaixamento para a Segunda Divisão. O pronunciamento frio e sem conteúdo após a consumação da queda ilustrou bem a contradição de um ídolo que caiu do pedestal.
— Um clube da grandeza do Vasco não merecia essa situação. Quero lamentar também a violência ocorrida. Mas já estamos trabalhando para projetar um Vasco em 2014 que volte à primeira divisão o mais rápido possível — declarou Roberto, sem a menor contundência, observado pelo diretor Ricardo Gomes.
Na época em que calçava chuteiras, Dinamite foi o principal responsável por recolocar o clube no caminho das conquistas frequentes. Até ver o atacante explodir como artilheiro e campeão brasileiro em 1974, o clube passou 15 anos com apenas um título, o do Carioca de 1970. Além do título nacional, Dinamite foi cinco vezes campeão carioca.
Após a aposentadoria em 1993, se manteve apenas como torcedor e maior ídolo do Vasco até os anos 2000, quando começou a participar da vida política do clube. Em 2008, foi eleito presidente e alçado ao status de salvador da pátria depois das gestões ruins de Eurico Miranda. Mas o ano acabou na primeira queda à Série B e foi então que os problemas começaram a surgir na relação entre Dinamite e Vasco.
Com exceção de 2011, quando o Vasco foi campeão brasileiro e vice da Copa do Brasil, o presidente teve muito mais momentos ruins do que bons para se lembrar. Antes mesmo de completar um ano de mandato, viu o Vasco cair pela primeira vez. Depois de trazer o time de volta à Série A, viu a situação financeira do clube se tornar cada vez pior.
Antigos aliados romperam e a oposição não deu um minuto de paz. Dinamite se tornou o principal alvo da torcida em protestos de torcedores. Idolatrado com a bola nos pés, passou a ser xingado e entrou para a história como o único presidente do Vasco a ser rebaixado duas vezes.
Fonte: Extra