A missão era clara quando Adilson Batista aceitou comandar o Vasco no fim de outubro. Dois meses de contrato para livrar o time do rebaixamento nas últimas sete rodadas do Brasileirão. Com seriedade, o treinador buscou o improvável, conquistou o apoio dos torcedores e trouxe a esperança novamente para a Colina. Os 61% de aproveitamento até agora não foram suficientes para livrar o Gigante da zona de rebaixamento, mas neste domingo, às 17h, na Arena Joinville, ele está convicto de que a equipe poderá vencer o Atlético-PR para permanecer na Série A. O futuro é incerto, mas Adilson olha para trás com a sensação de que fez tudo o que podia pelo clube.
O DIA: Você está perto de completar o ciclo de sete jogos à frente do Vasco. Qual é o balanço que faz deste período?
Adilson Batista : Estou muito satisfeito com tudo desde que cheguei ao clube. A recepção, o ambiente que encontrei, a sintonia com o grupo, a dedicação de todos. O pessoal me deu muito apoio e vi que todos estavam juntos com a intenção de ajudar nessa missão. Evidentemente que, pela situação, a gente queria ter saído antes da zona de rebaixamento. Mas continuamos vivos no último jogo e com a chance de coroar esse trabalho com a permanência na Série A.
Muita gente questionou o fato de você ter aceitado o cargo de treinador mesmo ciente da situação do Vasco. Valeu a pena?
Nossa vida é sempre uma provação. Eu não vim para o Vasco pensando em prejudicar o clube ou a minha carreira de técnico. Sei a grandeza que o Vasco tem, vi que existia a possibilidade de livrar o time e ainda temos chances na competição. Trabalhar no Rio é um mercado novo para mim e estou em um clube que sempre respeitei. O Vasco me deu a oportunidade e entendi que não poderia recusá-la em respeito ao Roberto Dinamite (presidente) e ao Ricardo Gomes (diretor-executivo).
Qual era a visão que você tinha do Vasco antes de chegar ao clube?
Sempre que enfrentei o Vasco vi um clube enorme, com uma torcida apaixonada e que tem uma linda história. O Vasco tem tradição e conquistas incríveis. Por isso tinha de aproveitar a oportunidade que surgiu sem pensar no momento. Foi o que fiz e não me arrependo de ter vindo para comandar o time neste desafio.
Deseja continuar em São Januário em 2014?
Procuro não pensar nisso ainda. Minha vontade agora é que o Vasco continue na Primeira Divisão. Meu foco e todas as minhas preocupações estão nesse jogo com o Atlético. Somente após o Brasileiro vou procurar pensar nisso para conversar com a diretoria.
Quais foram os pontos positivos e negativos no trabalho até agora?
A gente trabalhou visando cada adversário. Sentimos muito a falta de tempo para colocarmos as ideias para os jogadores, mas tivemos algumas semanas cheias (sem jogos quarta ou quinta). Procuramos tomar cuidado com a situação física do grupo, mas perdemos atletas com lesões e por suspensões. Foram muitas as dificuldades. O pouco tempo para resolver os problemas foi o ponto negativo. Mas vi um bom ambiente e tive tranquilidade para trabalhar. Isso também é importante e foi o lado positivo.
Caso consiga sucesso, para quem você vai dedicar a vitória e a permanência na Série A do Brasileiro?
Vou dedicar a permanência ao torcedor do Vasco, que não nos abandonou e acreditou até o fim no trabalho. Dedicarei também à instituição, ao Roberto Dinamite e ao Ricardo Gomes. O maior patrimônio de um clube é o seu torcedor. É por eles que trabalhamos. Lógico que também tem o lado profissional e buscamos sempre crescer, mas o amor da torcida supera isso tudo.
Guiñazu e Juninho não vão poder estar em campo em Joinville, mas a experiência deles pode ajudar fora das quatro linhas?
Lógico, tanto que o Guiñazu já disse que vai estar em Joinville mesmo suspenso.
E o Juninho?
Ainda não sei se vai, mas seria importante.
É o maior desafio da sua carreira?
Já tive outros trabalhos como este na carreira, pois estou na estrada há muito tempo. É um desafio grande pela falta de tempo. Tem sido diferente, mas venho tendo retorno.
No comando do Vasco, você tomou algumas atitudes polêmicas, como o afastamento de atletas - André, Willie e Sandro Silva. Acha que foi a decisão certa naquele momento?
Eu vejo as coisas no dia a dia e vou fazendo tudo dentro daquilo que enxergo. Faço muito as coisas pensando no grupo. As pessoas podem ter certeza de que tomo atitudes em busca do bem coletivo. Sei que nem sempre agrado a todo mundo. Mas não estou aqui para isso. Tenho de desenvolver o meu trabalho e fazer o melhor para o Vasco. Assunto encerrado. Essa questão não vai resolver os meus problemas.
O que esperar da partida com Atlético-PR?
Um jogo dificílimo, duro e complicado. Mas estamos confiantes em vencer.