As torcidas de Vasco e Fluminense vão ter poucos motivos para comemorar os 30 anos da primeira final carioca de um Campeonato Brasileiro. Longe dos brilhos de Assis, Washington, Romerito, Arturzinho, Mauricinho e Roberto Dinamite, naquele já distante 24 de maio de 1984, os dois times correm sério risco de passarem pela data duelando na Série B.
Os resultados do fim de semana não ajudaram, é verdade. Mas as quedas, caso consumadas na próxima semana, não serão coisas de apenas uma rodada, falta de sorte ou maré de azar.
Pior para as duas torcidas que fizeram um belo espetáculo no fim de semana. No sábado, os tricolores levaram mais 44 mil pessoas ao Maracanã, em um dia de muita chuva e que poderia encher de preguiça o torcedor. Mas não. Ele apoiou, sofrei, gritou. Alguns, poucos, mancharam isso com uma tentativa de invasão do vestiário após o jogo e que acabou em nada. Nada iria devolver ao time o ponto perdido diante do Atlético-MG e muito menos a fraca campanha da equipe atual campeã brasileira. É bom lembrar isso para se ter ideia do tamanho do fracasso. O Fluminense não depende mais dele mesmo.
Do lado do Vasco, espetáculo ainda mais bonito no domingo. Maracanã com mais de 55 mil pessoas, adversário entregue (já rebaixado desde setembro) e o time cruzmaltino até que fez o seu papel. Venceu, apesar de ter apresentado um futebol de baixíssimo nível após o gol, que saiu logo aos 5min de jogo e só acordou com o gol de Bernardo aos 42min do segundo tempo. Mas agora conta com o “se” para se salvar. Se vencer o Atlético-PR, se este quiser afundar seu rival, o Coritiba, mas se o Coritiba perder ou empatar com o São Paulo fora de casa na última rodada.
O futebol carioca, que tem o principal palco do futebol brasileiro, que vai receber a final da Copa do Mundo, que vai ser sede da final Olímpica em 2016, pode começar 2014 melancolicamente com dois de seus grandes na segunda divisão, jogando às terças e sextas e castigando ainda mais seu torcedor.
Dizem que, às vezes, um rebaixamento serve para um time reestruturar e o clube colocar as coisas no eixo. No caso de Vasco e Fluminense, pelo menos um deles, e na pior das hipóteses, os dois, vão ter que aprender tudo de novo no ano que vem.
Fonte: Terra
