Saiba mais sobre Polar, torcedor-símbolo do Vasco na década de 40

Sábado, 30/11/2013 - 06:28
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TORCIDAS DO VASCO 1940: POLAR CRACK DA POPULARIDADE

Figura eminentemente popular, Affonso Silva, o Polar, atravessou as multidões das ruas sem para elas, o que não é fácil, cair no ridículo.

Sua vida, aliás, muito complexa, não caberia aqui num registro que visa menos fazer um panegyrico do que prantear a sua ausência que já começa a deixar um sulco de saudade. Certo, havia muito intelectualzinho que esbravejava enfurecido quando pretende arrancar sua importância pela Rua do Ouvidor, tinha que se contundir com a turba multa de basbaque atenta a última caracterização do reclamista que, não raro, na sua original casaca branca confeccionada por Almeida Rabello, citava autores gregos.

Polar não tinha inimigos.

Sua vida, ele que nasceu, quer nos parecer, nas vizinhanças de um campo de futebol, teve elco de esportivo.

Até mesmo no trajetória em parábolas de sua existência.

Polar teve o destino de um Crack. Sua popularidade nasceu nos campos modestos de futebol e nos Estádios onde se praticavam a luta livre ou o Box, tendendo o sorvete de que tomou a alcunha. 09 de Agosto

POLAR O HOMEM VIRTUOSO POR PROFISSÃO

Polar também era um Crack. Crack da popularidade já acentuamos em nota anterior.

Fosse caracterizado de Papai Noel como acima, distribuindo brinquedos a petizada, fosse no papel de soldadinho que tanto ele tornou popular, ou ainda no Rei Momo que ele encarnou em 1934.

Affonso Silva constituía sempre uma atração.

Tinha como os Cracks, os seus fãs, os torcedores, que o acompanham rua afora, aplaudindo-o.

Mas a sua vida, realmente, sempre esteve estreitamente ligada aos movimentos esportivos, sobretudo ao futebol. Ao ciclismo, ao atletismo e ao Box.

Nos rings, nas pistas de corrida, em machinas ou de atletismo, ele foi tantas vezes, o “annorincer”, o “speaker” tantas vezes reclamado para a apresenta dos ases ou dos campeões e para a exposição dos tempos e das “performasses”,

Nos campos de futebol ele era a voz que animava o fã que torcia com vez firme e impar, sendo logo reconhecido e apontado.

O Álbum de fotografia de Polar é a história ilustrada de sua vida, nestes últimos 15 anos. Folheando-o vemos o em centenas de fotografias e dentre estas uma grande parte o situa em campos se sports. Reclamista profissional, no esporte ele era o mais puro dos amadores. Torcia como o mais ardoso dos fãs e habituado que estava a faz proselvios, em seu derredor todos torciam com ele para o Club de suas simpatias.

Nos rings acontecia o mesmo. Mas ali ele não tinha predileções firmadas. Animava de preferência, o que não contava com o favoritismo e assim equilibrava a força da torcida, estimulando os players. Aqui o vemos em duas atividades diversas.

Numa foto, entre boxeurs e lutadores Rubens Soares, Jack Russel, Dudu, também já desaparecido. Godfrey Brasilino Fino e Antônio Rodrigues , em baixo, ele esta num campo de atletismo, anunciando o inicio de mais uma prova, megafone a boca.

Não raro, em meio a função esportiva, o propagandista inato que ele era surgia instintivamente e ele, espontâneo.

Proclamava taes ou quais virtudes desse ou daquele produto ou então, auxiliava tal campanha do Club X que visava aumentar o seu número de sócios.

E foi em vésperas de embarcar para a Europa onde foi para acompanhar uma de suas filhas, eleita “Embaixatriz da Torcida” que ele sem nenhuma tendência a ironia comentou em uma roda:

“A Prefeitura bem podia me encarregar de fazer propaganda da Cidade em Paris. Eu tenho casacas tão bem trabalhadas como as dos Diplomatas, tenho uma bandeira Brasileira que desfraldaria nos Estádios em que se disputariam as partidas do Campeonato do Mundo e tenho uma coisa que eles não tem, o hábito de fazer reclame aliado a uma voz cujo timbre paira acima do tumultuar das multidões.”

E Polar tentou, mesmo, levar avante o seu projeto. Como era ingênuo esse reclamista que lidava, cada dia, com cem homens de negócios.

E claro que a sua proposta não foi aceita.

Mas Affonso Silva, nem por isso deixou de fazer em Paris, em Marselha, em Strasburg, a propaganda que imaginava.

Só não usou foi a casaca. Esta só entraria em uso se a proposta tivesse sido aceita pela Prefeitura.

Polar era assim, Quando fazia reclames a carácter, estava trabalhando.

Quando trajava como qualquer mortal, estava também fazendo propaganda, porque ele era inata em suas pessoa, mas nesse caso, era espontânea e graciosa o reclame.

Não duvidaremos que no outro mundo, ele continue a dizer bem disto ou daquilo. Foi uma virtude que lhe deu a profissão, esta de falar sempre a favor.

E por isso que ele nunca falou mal de qualquer que fosse. Não tinha hábito. 14 de Agosto.

Fonte: Jornal Globo Esportivo 09 e 14 de Agosto de 1940



Fonte: Blog Torcidas do Vasco