“NA VISÃO DO GENTIL”. Entrevista com Gabriel Mendes
(Touchdown) Como foi para o elenco do V.G Patriotas vencer a atual bicampeã da competição?
Foi acima de tudo a chance de continuarmos lutando pelo único objetivo que temos no campeonato, que é o título. Pelo histórico dos dois últimos anos, em que perdemos para o Corinthians nos playoffs, não deixa de ser um peso que tiramos das costas. Mas não vi o jogo como uma revanche, porque ambos os times estavam bastante modificados. E não considero nenhum tipo de “campeonato à parte” ou algo do tipo. Sinceramente, se não ganharmos o título, essa vitória sobre o Corinthians, para mim, não valeu de nada.
(Touchdown) Depois de uma vitória sofrida nas quartas de final, você acredita que o time chega mais focado para o próximo jogo?
Naturalmente, uma vitória como aquela aumenta a confiança para a semifinal. E por ter sido tão apertada e decidida nos instantes finais, redobra a nossa preocupação com os detalhes que decidem uma partida de FA. Vencemos o Corinthians justamente no detalhe que nos fez perder para o Flamengo. Mas sabemos que os maiores desafios ainda estão por vir. Em playoffs, o jogo mais difícil é sempre o próximo. O que aconteceu na arena de batalha contra o Corinthians já ficou para trás. Agora estamos 100% focados no adversário da vez, que é o Jaraguá Breakers.
(Touchdown) O elenco do V.G Patriotas irá viajar até Jaraguá do Sul para enfrentar o Breakers. Você acredita que o desgaste da viagem ou a torcida adversária podem ser fatores importantes nesta decisão?
Sem dúvida, essas são duas grandes vantagens para o Breakers. Eu adoraria jogar no Rio e com a torcida do Vasco a favor. Mesmo pra quem vai de avião, a viagem é desgastante, porque mexe com toda a rotina. E torcida pode fazer sim a diferença. Não que ela faça o adversário jogar menos, mas ela motiva muito os jogadores da casa. Este ano, tivemos uma resposta muito boa da torcida do Vasco nos jogos em casa. E isso contagiou o time. Mas num jogo dessa importância, nenhuma adversidade é maior do que a vontade de ganhar. No ano passado, pegamos 17 horas de estrada até Jaraguá, enfrentamos uma torcida barulhenta, saímos perdendo e viramos o jogo. Portanto, nós já conhecemos cenários adversos. Mas o Patriotas é um time cascudo. Quanto maior a dificuldade, mais os jogadores se transformam e buscam forças pra vencer.
(Touchdown) Em sua opinião, quais foram os pontos positivos de forma geral da temporada regular do Torneio Touchdown? Houve alguma equipe que te surpreendeu positivamente ou negativamente?
O campeonato este ano foi bem mais equilibrado. Tivemos grandes confrontos, com viradas de placar e decisões no último quarto. Isso mostra a evolução da maioria dos times, o que é muito bom para o esporte. O público também aumentou nessa temporada. Cada vez mais, os torcedores estão entendendo e gostando de FA. Existem times que representam a cidade, como Breakers, Timbó e Vila Velha. E os clubes associados ao futebol, como Vasco e Flamengo, vêm recebendo um carinho enorme das torcidas. Tudo isso contribui para que o Torneio Touchdown seja o torneio mais qualificado, mais disputado e mais confiável do país.
Sobre as equipes, a que mais evoluiu este ano foi a do Jaraguá, graças a um trabalho sério e de longo prazo que vem sendo feito lá. Na verdade, no ano passado o time do Breakers foi subestimado pela maioria dos comentaristas de plantão. Já era um time fortíssimo que só perdeu para o Vasco (apertadíssimo) e para o T-Rex num jogo em que dominou amplamente, mas pecou em momentos decisivos. Embora fosse cotado como 7ª ou 8ª força, o Breakers já era a 4ª força no ano passado. E este ano, pulou para a 1ª posição.
Uma surpresa, para mim, foi o Minas Locomotivas. Eu já tinha visto alguns jogos deles, mas não imaginei que fossem fazer uma campanha tão sólida no ano de estreia no TTD. A Lusa e o Brasília V-8 evoluíram bastante do ano passado para este, embora ainda estejam muito abaixo dos times de ponta do torneio.
A maior decepção, na minha opinião, foi o Botafogo FA que não conseguiu se classificar para os playoffs num grupo fraco. Basta dizer que este ano, eles tomaram surras do Vasco e do Tritões e que no ano passado, fizeram partidas duríssimas contra esses mesmos adversários. O bicampeão Corinthians ter sido eliminado nas quartas de final e encerrar a temporada com 5-3 também não deixa de ser uma decepção, mas pelas muitas baixas sofridas no elenco, é até compreensível.
E o Tubarões e o Challengers, que poderiam ser apontados como decepções por não estarem nos playoffs, na verdade deram muito azar na tabela. Ambos, muito provavelmente, ganhariam do Antares, que acabou pegando uma tabela mais fraca e se classificou.
(Touchdown) Depois de um ano tão acirrado na temporada regular, o que você espera para as próximas temporadas da competição?
Sendo muito sincero, eu nem parei pra pensar nas próximas temporadas. Estou completamente focado em 2013. Mas meu desejo é que mais times fortes entrem no campeonato, para que ele possa ser sempre nivelado por cima. Se a evolução de 2012 para 2013 se repetir no próximo ano, já ficarei satisfeito.
(Touchdown) Você pode deixar um recado para os fãs do Patriotas e do Torneio Touchdown?
A torcida do Vasco, que nos deu um grande apoio este ano, pode ter a certeza de que vamos fazer o possível e o impossível para buscar uma vaga na final e ganhar esse título. Em todas as edições do TTD, sempre estivemos, no mínimo, na semifinal. Respeitamos a equipe do Breakers, apontada pela maioria como favorita para esse duelo. Mas favoritismo não vence jogo. O que ganha jogo é concentração, disciplina, determinação e disposição. E isso, o Vasco Patriotas tem de sobra.