Vascaíno que quase se atirou da marquise de São Januário em 2008 relembra episódio e lamenta fase atual do time

Sábado, 23/11/2013 - 16:11
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A luta do Vasco para evitar o segundo rebaixamento no Campeonato Brasileiro deixa a torcida apreensiva a cada rodada. O sofrimento por ver o clube do coração nas últimas posições da tabela é compartilhado por milhões de cruzmaltinos fanáticos. Um deles é emblemático. Trata-se de Luiz Fernando Nascimento Vilaça. O torcedor ameaçou se atirar da marquise de São Januário quando o time caiu para a segunda divisão em 2008.

Encontrado pela reportagem do UOL Esporte, Vilaça mantém a paixão pelo clube cinco anos após o episódio que por pouco não lhe custou a vida. Atualmente, ele reside em São Paulo e viaja para todos os jogos do Vasco. O personagem da primeira queda fez questão de descartar um novo ato impensado e manifestou a certeza de ter feito história no Cruzmaltino.

Após a derrota por 2 a 0 para o Vitória, em 7 de dezembro de 2008, Luiz Fernando subiu na marquise de São Januário e chegou a ficar pendurado. A tragédia foi evitada pela rápida ação de homens do Corpo de Bombeiros e pedidos de seus amigos para que desistisse de se atirar.

"Não me arrependo, mas não faria de novo. Ninguém deve pensar nisso. A vida é muito boa de viver. Acho que entrei para a história do Vasco. Ninguém vai esquecer aquele episódio. Tinha bebido e estava fora do meu normal. Mas lembro dos meus amigos sofrendo naquele momento. Felizmente não aconteceu o pior. Isso mostrou o amor que a torcida tem pelo clube aos dirigentes", afirmou Vilaça.

Atualmente com 26 anos, o fanático vascaíno ainda é membro da principal organizada do clube e se mudou para São Paulo com o objetivo de estudar e trabalhar. A relação com a agremiação cruzmaltina segue mesmo distante do Rio de Janeiro, assim como a frequência nos jogos. Luiz Fernando não perde uma partida e já assegurou presença nos três últimos compromissos do Vasco no Campeonato Brasileiro. O primeiro acontece neste sábado, às 19h30 (de Brasília), contra o Cruzeiro, no Maracanã.

"Acompanho o Vasco de qualquer jeito e será assim se cairmos novamente. Fico deprimido só de pensar em não torcer. Frequento a torcida organizada e faço tudo com ainda mais paixão do que antes. Os meus amigos são os mesmos. Nada mudou depois daquele dia triste. Vou apoiar e acreditar", disse.

"Infelizmente, a diretoria do Vasco não aprendeu com a primeira queda. O Roberto Dinamite [presidente] não serve para administrar o clube. O time tem jogadores que deveriam atuar no Boa Esporte e Guaratinguetá. Eles não têm condições de vestir a camisa do Vasco. A torcida sabe disso e só a direção não enxergou durante todo o ano. O clube não vai diminuir se cair mais uma vez, mas é lógico que ninguém quer jogar uma segunda divisão", completou.

Atendente de uma loja de roupas e estudante de contabilidade, Luiz Fernando Nascimento Vilaça confessa que o "feito" de 2008 ainda rende piadas quando as pessoas o reconhecem. Ele aproveitou para reafirmar o apoio ao time e sugerir formas de protesto em caso de o rebaixamento se consumar.

"Eu levo na esportiva as provocações. Isso acontece, mas não é sempre. O que não adianta é agir com violência contra o clube. Não adianta quebrar, nada disso... Vamos ter inteligência para cobrar os dirigentes caso o pior aconteça. Podemos ficar do lado de fora do estádio e não entrar no primeiro jogo pós-queda. Porém, tenho a certeza de que isso não será preciso. O Vasco vai ganhar os três jogos, alguém vai perder e pagar esse pato", encerrou.



Fonte: UOL