Concentrado na luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o Vasco não tem sossego nas disputas judiciais de bastidores. O clube foi condenado recentemente a pagar cerca de R$ 1 milhão ao atual preparador físico do Olaria, Mauro Cesar de Melo Britto. Ele foi demitido do Cruzmaltino em 2008 e também será indenizado por dano moral em razão de uma frase do presidente Roberto Dinamite na época do caso.
Mauro Cesar chegou ao clube de São Januário como estagiário do futebol em 1993 e foi contratado no ano seguinte para a função de auxiliar de preparação física. Ele trabalhou em todas as categorias e com treinadores vitoriosos como Joel Santana e Antônio Lopes. No ano de 2008, quando Dinamite assumiu o cargo de presidente, o profissional foi demitido junto com outros funcionários.
Na época, uma entrevista do dirigente ao jornal Folha de S.Paulo serviu como anexo do processo. Além de cobrar os direitos trabalhistas, Mauro Cesar entrou com um pedido de indenização pela declaração do mandatário na imprensa. Junto ao seu nome integrando a lista de demitidos, a seguinte frase de Dinamite: "Não demiti todo mundo. Só demiti quem não trabalhava para o Vasco".
Publicada no Diário Oficial do Estado na última terça-feira, a sentença favorável ao ex-funcionário condenou o Vasco a indenizá-lo através da quantia de R$ 932.432,23. Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Mauro Cesar de Melo Britto admitiu o desapontamento com a conduta dos cartolas.
"Fiquei 15 anos no Vasco e fui demitido em 2008, um mês depois de o Dinamite assumir. Entrei com a ação, pois não me pagaram nada. Ninguém apareceu no dia da minha saída, não depositaram o dinheiro... O presidente ainda deu uma declaração dizendo que havia demitido quem não trabalhava. Não sei o que ele quis dizer com isso e também decidi pedir danos no processo. Fiquei chateado, mas vida que segue", afirmou Mauro Cesar.
Advogado responsável pelo caso, Diogo Maia deixou claro que o pagamento ainda deve demorar a acontecer, já que o Vasco possui outros processos em curso e tem parte das receitas destinadas aos credores. "O clube está em um sistema de execuções centralizadas, por isso, paga uma quantia por mês que acaba dividida entre os credores", comentou.
A reportagem tentou contato com o departamento jurídico cruzmaltino. Porém, os dirigentes não retornaram às ligações para falar sobre o caso. No mês passado, o UOL Esporte divulgou mais um processo do Vasco, que deve pouco mais de R$ 425 mil ao Esporte Clube Pau Grande, por um contrato de locação assinado na gestão Eurico Miranda e ignorado pela administração Roberto Dinamite.
Fonte: UOL