Foram 100 dias de agonia, sofrimento e uma sensação de impotência por não poder ajudar os companheiros após uma chegada cercada de expectativa. Recuperado de um estiramento na coxa direita, Guiñazú se mostrou feliz por, enfim, ter retornado diante do Grêmio na última rodada, porém, deixou claro o sentimento que tem sentido com toda a situação que o Vasco enfrenta: raiva.
– Tem duas coisas que eu sinto: a felicidade de voltar ao campo, mas uma raiva interna muito grande, uma tristeza no sentido de voltar desse jeito, na situação que está o nosso time – desabafou.
Para El Cholo, seu maior lamento foi não ter tido mais tempo para contribuir com sua experiência e liderança dentro das quatro linhas neste Brasileirão.
– Essa raiva é porque não pude ajudar muito os companheiros, mas vamos tentar, vou estar à disposição desse grupo maravilhoso, do novo treinador e de todo mundo aqui. O torcedor pode ter a certeza de que vamos lutar em cada segundo e em cada bola para deixar o time na Série A – prometeu o argentino.
No Internacional, Guiñazú ganhou o carinho dos torcedores pelo seu estilo aguerrido e por não desistir nunca. Agora no Vasco, ele transmite estes ensinamentos para que os cruz-maltinos acreditem que pode ser possível sair da degola.
– Temos que ir para o jogo do Corinthians e resgatar os três pontos. Sempre respeitando a qualidade desse time, mas hoje temos que ter sangue nos olhos. É como se fosse uma final e temos que encarar como tal. Nosso grupo está muito comprometido em conseguir sair desta situação – destacou o volante, que deverá ser titular novamente no domingo.
NOVO VISUAL É APENAS DETALHE
Conhecido pelos torcedores por ter jogado durante grande parte de sua carreira com o cabelo raspado, Guiñazú foi questionado pela primeira vez sobre o seu novo e exótico visual com trancinhas. Obcecado pelo foco e a determinação, o volante surpreendeu fazendo uma analogia sobre estas características e o estilo.
– Eu aprendi no futebol que se você não correr e brigar, pode estar cabeludo, careca, que não vai dar certo. O estilo de jogo é o que importa. Se você estiver sempre jogando com essa garra, com essa intensidade, pode ter o visual que for. Se não fizer isso, as coisas não vão dar certo – disse o volante, que causou espantou nos companheiros quando apareceu desta forma pela primeira vez.
Bate-Bola
Guiñazú
Em entrevista ao LANCE! em Atibaia (SP)
O que faltou contra o Grêmio?
Na Arena, o jogo estava totalmente controlado, contra um Grêmio que tem grandes jogadores, está no grupo da Libertadores, mas que não conseguiam entrar na gente nunca. Mas tomamos o gol e não conseguimos reagir. O futebol hoje está bem parelho, devemos estar muito concentrados, não temos mais margem de erro.
O time precisa jogar de uma forma mais ofensiva contra o Corinthians no domingo?
Não sou treinador ainda, temos que esperar para sabermos como vamos jogar, mas devemos ter uma atitude mais que elevada para ganhar do Corinhtians, que é uma equipe muito organizada. Sabemos que vai ser uma pedreira, mas temos que enfrentar. Nossa margem de erro é zero e vamos entrar em campo sabendo disso.
E como você se sentiu fisicamente em seu retorno aos gramados?
Eu tinha falado para o professor que iria até aonde as forças forem. Eu treinei uma semana normal com o grupo e fui para o jogo. Lógico que as pernas pesaram, mas fiquei muito feliz por ter voltado e não ter sentido nada. Estou aqui a disposição para ajudar esse grupo.
Fonte: Lancenet