O meia Matheus Índio, de 17 anos, que pediu desligamento do Vasco, terminou audiência na manhã desta terça-feira, na Justiça do Trabalho, no Centro do Rio, sem acordo com o clube cruzmaltino, que tenta reintegrar o jogador à equipe.
Com isso, a diretoria do Penapolense, que vinha negociando com o jogador há algumas semanas, confirmou a assinatura de um contrato de três anos e promete apresentar o atleta na próxima segunda-feira (18) como reforço para a elite do Campeonato Paulista.
O clube carioca possui 60% dos direitos econômicos de Matheus Índio. O restante está dividido entre o próprio jogador (20%) e o Grupo Sonda (20%).
O Penapolense tem parceria com a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda. A diretoria do Penapolense afirma que, com o desligamento do atleta, o Vasco deve perder a parte sobre o jogador.
Vasco aguarda retorno do atleta
Com o processo encerrado, o Vasco, por sua vez, espera decisão favorável nos próximos dias para o embargo de declaração apresentado na semana passada e que pretende reverter a rescisão indireta de Índio com o clube. Como está livre de vínculo com o Vasco até, pelo menos, sair nova direção no Judiciário, foi possível que o jogador firmasse contrato com um novo clube.
Embora tenha assinado por três anos, Índio pode nem jogar pelo time do interior paulista, pois já tem pré-contrato assinado com clube europeu e pode se transferir quando completar 18 anos – no dia 28 de fevereiro.
Na audiência desta terça, o Vasco levou um diretor do departamento de recursos humanos para mostrar que está em dia com as obrigações com Índio. O jogador e seus representantes, porém, lembram que o débito só foi quitado após entrarem com ação na Justiça e ainda afirmam que há uma dívida de R$ 300 mil da assinatura do primeiro contrato profissional de Índio com o Vasco, assinado no fim de 2011, após o Brasil ser campeão sul-americano sub-15, com ele e mais quatro jogadores vascaínos na campanha.
O diretor jurídico do Vasco, Gustavo Pinheiro, mostrou-se muito confiante na reversão do caso. Os representantes de Índio conseguiram a rescisão após entrarem com agravo regimental do mandado de segurança – em outras palavras, um recurso de outro recurso pedindo revisão do caso no Judiciário. Porém, se a decisão do juiz da 29ª Vara do Trabalho for pelo retorno do jogador ao clube, o contrato de Índio, até 2016, segue em vigor e o jogador ou se reapresenta ou paga indenização de R$ 20 milhões, que é o valor da multa rescisória de contrato do atleta com o clube.
– O que houve de movimentação favorável ao jogador foi uma decisão provisória, mesmo assim apertada, de 5 a 4 nos votos dos desembargadores. Não houve atraso superior a três meses. A legislação é muito clara nesses casos. Hoje, o clube está em dia. A audiência foi boa para a gente. Se a Justiça considerar improcedente o pedido do jogador, ele vai ter que pagar a multa ao Vasco. Embora eles tenham a decisão preliminar, isso (a decisão) não invalida o contrato com o Vasco – diz o diretor vascaíno.
Não menos confiante, os representantes de Índio apostam na manutenção da rescisão indireta com o Vasco. Quem defende Índio – e o grupo DIS – no caso é Aldo Giovani Kurle, advogado que trabalha com Gislaine Nunes, advogada que conseguiu a rescisão de Ronaldinho com o Flamengo no ano passado. Índio reclama de atraso do salário de R$ 20 mil e não pagamento de nada dos R$ 300 mil a quem tinha direito na assinatura do contrato.
Penapolense promete jogador no clube
O diretor de futebol do Penapolense, Paulo Carvalho, é quem confirmou a assinatura do contrato, também nesta terça-feira, e espera ver o clube lucrando em breve negociações, mas não revela qual é valor da multa rescisória.
– Ele já vem com um mercado muito bom na Europa. Todos os jogadores que disputam o Mundial já chegam o mercado assim. Isso vai ajudar ainda mais em futuras negociações. Conseguimos firmar uma multa rescisória bem alta para fora do país, mas não podemos revelar. A única coisa que pode tirá-lo do Penapolense é uma reviravolta na Justiça, mas está tudo certo e assinado. Ele chega na segunda-feira a Penápolis – explicou o diretor do Penapolense.
Promessa da base vascaína, Índio já despertou interesse de grandes clubes da Europa, com o Arsenal, por qual ficou um período treinando no ano passado. O meia defendeu a Seleção Brasileira, na Copa do Mundo sub-17, disputada nos Emirados Árabes Unidos.
O Penapolense (CAP) terminou o Campeonato Paulista de 2013 na oitava colocação entre 20 clubes. Foi a primeira participação do clube na elite do Estadual. O clube se classificou à segunda fase e foi eliminado pelo São Paulo no Morumbi, com derrota por 1 a 0. A campanha deu direito à equipe de Penápolis, a 480 km da capital do estado, disputar a Série D do Campeonato Brasileiro, na qual caiu na primeira fase. Em 2014, a equipe estará no Grupo 1, ao lado de São Paulo, Linense, Atlético Sorocaba e Comercial, que, pelo regulamento, não serão adversários do CAP na primeira fase.
Fonte: GloboEsporte.com