A torcida do Vasco cumpriu sua promessa e encheu o Maracanã. O público de 50.421 pagantes foi o maior entre clubes na nova era do estádio. Mas os aplausos que tomaram conta das arquibancadas quando soou o apito final do empate por 2 a 2 com o Santos, no último domingo, foram apenas o encerramento de uma jornada de 90 minutos que tornou-se uma verdadeira montanha-russa de emoções.
Foi com euforia que a torcida começou a partida. O ímpeto inicial da equipe confundiu-se com a empolgação do público, mas tudo isso durou pouco. Mais especificamente sete minutos, quando Juninho Pernambucano caiu no gramado sentindo uma grave lesão na coxa direita. O silêncio tomou conta dos torcedores, e eles próprios tentaram se reanimar cantando “O Juninho é nosso rei” enquanto o ídolo deixava o campo numa maca.
O baque psicológico do público também foi visto na equipe, que perdeu força e viu o Santos dominar as ações. Sem muita reação, os vascaínos silenciaram com o gol de Bruno Peres, e enquanto o time recolocava a bola em jogo, ouvia algumas vaias. Ao mesmo tempo, uma outra parte dos torcedores gritava “Vasco” para tentar recolocar os jogadores na disputa.
Quando o ambiente ameaçava ficar hostil depois que o Santos ampliou sua vantagem com Gustavo Henrique, Edmilson logo marcou o gol do Vasco. Em sua primeira grande explosão, a torcida cruz-maltina encheu o Maracanã com seu tradicional “o Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor”, que acabou por evitar o abatimento emocional dos jogadores.
Se Juninho é objeto de amor incondicional dos vascaínos, seu substituto foi responsável por talvez o único momento de vaia na partida do último domingo. Jhon Cley foi o único jogador hostilizado por uma torcida que apoiou sua equipe durante os 90 minutos, mesmo atrás no placar.
Por outro lado, Bernardo mostrou que, mesmo com problemas fora de campo durante os seis meses em que esteve parado em recuperação de uma lesão no joelho esquerdo, não deixou de ser alvo de carinho da torcida. Aos 20 minutos do segundo tempo, o Maracanã gritou seu nome em coro. E quando cinco minutos depois o técnico Adilson Batista o chamou para entrar em campo, o som foi similar ao de um gol.
Mas a explosão do gol verdadeiro chegou depois, quando André empatou para o Vasco e foi junto à torcida para comemorar. O gol do atacante encheu os vascaínos de esperança, que foi traduzida nos gritos de “eu acredito”.
Embora a vitória não tenha sido concretizada, a vibração dos vascaínos foi semelhante. No momento em que soou o apito final, os telões do Maracanã mostraram que o Corinthians havia vencido o Fluminense, confirmando que o Vasco saiu da zona de rebaixamento após sete rodadas. Os três pontos não vieram, e o time perdeu seu ídolo até o fim do ano. Mas o torcedor cruz-maltino mostrou que acordou no último domingo disposto a festejar a todo custo.
Fonte: GloboEsporte.com