Nos últimos dias, Dedé tem transitado entre dois polos distintos, entre a calma e a tensão, entre a razão e o coração. Prestes a ser campeão brasileiro pelo Cruzeiro - a Raposa pode garantir matematicamente o título neste domingo, com cinco rodadas de antecedência, se vencer o Cruzeiro e o Atlético-PR não vencer o São Paulo -, o zagueiro não consegue se livrar de certa angústia em seu peito. De longe, acompanha a briga de seu ex-clube, o Vasco, por algo muito menos nobre do que uma taça: a simples presença na Série A ano que vem:
- É muito difícil para mim ver o Vasco nesta situação. Vou torcer como se estivesse lá. Vejo a situação hoje e lembro dos momentos que vivi lá. Foi onde cresci, é o time que está no meu coração.
Em Minas Gerais, onde desembarcou em abril, o jogador teve começo difícil, com críticas da torcida e falhas decorrentes do drama que viveu durante os dias em que sua irmã caçula, Mariana, sofreu de encefalite. Superado o problema, Dedé revela que encontrou na Toca da Raposa a paz para trabalhar que já não tinha nos últimos tempos em São Januário.
- O que eu mais torço é para que o Vasco um dia tenha a estrutura do Cruzeiro. Sua torcida é enorme. Se tiver estrutura, vai ser sempre um dos times mais difíceis de se bater. Aqui, eu trabalho sem dor de cabeça, só me preocupo com meu futebol. No Vasco, após a saída do Rodrigo Caetano (atualmente diretor de futebol do Fluminense), as coisas caíram muito. Chega uma hora que pesa no grupo - afirmou.
Mas há coisas que Dedé não esquece. O carinho da torcida cruzeirense, ele admite, ainda não chega perto do que recebeu dos vascaínos entre 2010 e 2013. Se tudo der certo para o zagueiro, o reencontro com os torcedores que o alçaram ao posto de Mito será no próximo dia 24, em um Maracanã lotado.
- Faço questão de ir, de sentir o calor da torcida. Não quero falar mal da torcida do Cruzeiro, que me trata com muito respeito, mas sinto saudade da torcida do Vasco. Cada roubada de bola, parecia que eu havia feito um gol. Esse calor vai ficar marcado em mim - admitiu.
Para Dedé, o primeiro título brasileiro é apenas questão de tempo, algo que encara com a serenidade de quem liderou o campeonato com folga. No fim de tudo, o zagueiro prefere guardar suas orações para algo mais urgente.
- Rezo sempre para que o Vasco saia dessa. Mando minha mensagem para todos, tenham garra. O Vasco não merece cair - ressaltou.
Fonte: Extra Online
