Nem nos piores momentos do Vasco, o que era mais raro na fase multicampeã de Carlos Germano na meta vascaína, de 1992 a 2000, o ex-goleiro sofreu bombardeio igual. Preparador de goleiros do time há seis anos, o ex-jogador se tornou alvo de críticas da torcida e da imprensa pela forma – e principalmente pelas falhas - de Diogo Silva, Alessandro e Michel Alves, mas, ao contrário dos tempos no gol vascaíno, não se defendeu de nada. Germano, porém, lamenta que tenha acontecido o que mais temia: um rodízio de goleiros. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, no fim de setembro, o ex-goleiro lembrava os prejuízos da prática em 2008, ano do rebaixamento, e dizia que isso deveria ser evitado na temporada de 2013.
Sereno, Germano prefere não se estender muito quando comenta as solicitações que fez desde o fim da temporada passada, quando Fernando Prass deixou o Vasco ao receber proposta do Palmeiras – o ex-camisa 1 do Vasco saiu com rescisão na Justiça. Em entrevista à Rádio Globo, ele não se eximiu da parcela de responsabilidade, mas lembrou que as condições de reforços do clube não permitiam muitas alternativas.
- Quando acabou o Estadual, que foi ruim para todos nós, no Vasco, sentei com o ex-diretor de futebol do Vasco (René Simões) e conversei sobre a necessidade de buscar outros nomes. Fiz minhas sugestões, mas não foram aceitas. Resolvemos que íamos seguir trabalhando com o os profissionais que tínhamos aqui – disse o ex-goleiro.
O Vasco começou o Estadual em janeiro com Alessandro no gol, ainda na fase em que o treinador era Gaúcho. Depois, com Paulo Autuori, Michel Alves ganhou chance. Dorival, no entanto, ao ouvir Carlos Germano, resolveu dar chance a Diogo Silva, que, na visão do preparador de goleiros, poderia ter continuado como titular, mesmo após algumas falhas.
- Sei que não é fácil manter um jogador após vaias e falha, mas tem que dar essa força. Na época que comecei também tive minhas falhas e inseguranças, mas fui bancado na época pelo meu preparador e pelo treinador. E dei a volta por cima – lembrou Carlos Germano, em entrevista à rádio carioca, sem se eximir da culpa.
- Eu sou preparador de goleiros, tenho minha parcela nesse momento e faço meu trabalho de preparação, como é feito normalmente em todos os clubes.
Helton e mais sete tentativas furadas
Com a saída de Prass, no fim do ano, o Vasco fez a primeira tentativa por Dida, que passou por uma temporada na Portuguesa, mas preferiu acertar com o Grêmio, do então velho conhecido Vanderlei Luxemburgo. Mais para frente, apesar de Germano não revelar, a diretoria foi atrás de outros nomes. Na primeira lista estavam Marcelo Grohe, reserva de Dida no Grêmio, Renan, do Goiás, e o veterano Magrão, do Sport. O ex-diretor René Simões, no entanto, preferiu trazer Michel Alves e descartou outro investimento apesar do rodízio que já estava em processo no gol vascaíno. René alegou falta de verba para novas contratações para a posição.
Ainda assim, Germano tomou parte em alguns contatos. Conversou com a comissão técnica do Grêmio e tentou seduzir Grohe, que acabou desistindo da transferência e não sendo liberado. Renan e Magrão descartaram o Vasco pela condição econômica, com salários atrasados, que o clube vivia. Com Ricardo Gomes na direção do futebol, novos nomes foram contatados. Um deles é Martin Silva, um nome que pode ser contratado para 2014. Gomes, ex-Cruzeiro, do Tottenhan, e Neto, da Fiorentina, foram outros nomes apresentados, mas as conversas também não adiantaram. Mas a maior frustração foi com Helton, do Porto. Ricardo chegou a viajara para Portugal e iniciou as conversas. O clube português, no entanto, brecou o contato e descartou perder o goleiro a um ano do fim do vínculo com o clube.
Sem saída, a comissão técnica decidiu preservar os nomes do elenco. A opção por Jordi foi descartada, principalmente, pela contusão do goleiro durante a disputa da Taça Belo Horizonte. Depois de dois meses inativo, o garoto de 20 anos defendeu o gol do Vasco na Taça Otávio Pinto Guimarães esta semana. A ideia de Germano e de Marcio, ex-goleiro e auxiliar da preparação de goleiros, é preparar Jordi para ser titular do gol vascaíno em 2014, caso a diretoria não consiga novamente contratar nenhum goleiro de ponta para a próxima temporada.
Fonte: GloboEsporte.com