Sonhos que se vão em uma fração de segundos. Uma vida ceifada pela covarde violência que insiste, por desleixo das autoridades, em habitar as ruas do Rio de Janeiro. Assim foi a história do menino Kayo da Silva Costa, de apenas oito anos de idade, vascaíno e jogador de futsal do Bangu Atlético Clube.
A tia avó, Aracy da Silva, presenciou o momento de maior drama vivido pela família até hoje.
Minutos após um grupo de criminosos tentarem resgatar dois bandidos que seriam julgados no Fórum de Bangu, Aracy viu de perto o pequeno Kayo, morto, nos braços da mãe.
“Corri para o local e vi minha irmã suja de sangue. Ele (Kayo) caído no chão. Queria saber onde é que estão os Direitos Humanos agora. Onde está o poder público? Era uma criança de oito anos com toda a vida pela frente”, disse.
Muito antes de vestir a camisa Bangu, clube da Zona Oeste, Kayo foi jogador do Vasco, time do coração.
O Club de Regatas Vasco da Gama, assim como toda população brasileira, a partir deste 1 de novembro, lamenta a morte do menino. O vice-presidente de Esportes de Quadra do cruz-maltino, Ricardo Luiz, também lamentou a situação.
“Estou consternado. Uma criança de oito anos, com uma carreira promissora, jogou com a gente ano passado e foi campeão. Poderia estar conosco novamente ano que vem. Vamos fazer as homenagens nos jogos. Colocar menções a ele. Acho um absurdo o crime da forma que aconteceu, mas acredito que ele vá ser mais um anjo no céu olhando por nós”, afirmou.
Militares do 14º BPM (Bangu), apoiados pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE), conseguiram prender oito suspeitos de terem participado da tentativa de resgate a dois criminosos no Fórum de Bangu, situação que culminou na morte de Kayo.
Com esses suspeitos foram encontrados 3.273 sacolés de cocaína, 2.286 pedra de crack, a droga da morte, 39 peças de munição e dois carregadores de pistola.
Fonte: Super Rádio Tupi