O momento do Vasco no Brasileirão, com risco cada vez maior de queda, fez mudar a rotina dos jogadores. Devido a invasão de torcedores em São Januário, há duas semanas, e ao protesto – com direito a ovada no zagueiro Renato Silva – no desembarque do time, no último domingo, no aeroporto Santos Dumont, após a derrota para a Ponte Preta, o lateral Fagner admitiu que tem pensado duas vezes antes de colocar o pé fora de casa.
Na invasão da torcida às dependências do clube, Fagner, aliás, chegou a ser ameaçado de morte caso saísse do Vasco ano que vem para jogar no Flamengo.
– Às vezes, eu penso muito se vou sair para jantar ou não com a minha mulher. Eu não quero ficar ouvindo besteira na rua. Às vezes, não é só de vascaíno, de outras torcidas também, porque minha mulher e meu filho não são obrigados a ouvir isso. Então, certas coisas você evita. Nessas horas, você tem que ser mais profissional. As coisas dentro de campo não estão dando certo? Tem que treinar mais. É isso que a gente tem que fazer. É trabalho, trabalho, trabalho – disse o jogador.
No desembarque após a derrota para a Ponte, o grupo pegou o ônibus ainda na pista do Santos Dumont, em uma estratégia do clube para evitar confronto com organizadas:
– O mais importante é que todos do clube se preocupam muito com isso. No aeroporto mesmo, a estratégia da saída... No dia a dia, a gente tem que ser consciente da onde você está indo, o que está fazendo. Acho que isso é o mais importante.
Nos últimos dois treinos em São Januário, o esquema de segurança foi reforçado. Na terça-feira, uma viatura da Polícia Militar ficou dentro do estádio, enquanto seguranças particulares controlavam todas as entradas da Colina. Torcedores, inclusive sócios, não puderam entrar.
Lateral defende goleiros do time
Desde o início desta temporada, o Vasco sofreu bastante com problemas no gol. A equipe já teve Alessandro, Michel Alves e Diogo Silva em sua meta e, até agora, nenhum deles conseguiu se firmar de vez na posição. O lateral-direito Fagner saiu em defesa dos arqueiros do elenco e destacou, que pelo time ser formado por onze jogadores, as cobranças não podem ser apenas sobre um atleta.
– O time é feito por 11 jogadores e todo mundo tem de assumir a culpa, seja novo, com mais experiência. É covardia (botar a culpa nos goleiros). A equipe não é feita por um nem por 11, é por 30. E é nessa situação que a gente vê quem tem caráter. Num clube grande, como é o Vasco, tem muita pressão. De imprensa, torcida e diretoria. E temos de ter muita personalidade nesse momento para conseguir sair dessa situação ruim – destacou Fagner.
Fonte: Lancenet