Eri Johnson possui uma carreira consagrada, com várias novelas e peças de teatros em seu currículo. Em viagens pelo Brasil a trabalho, o ator carrega a paixão pelo Vasco e não esconde o orgulho de ser torcedor do clube. Inclusive, gosta quando seus fãs o reconhecem como vascaíno nato.
Na série "O meu coração cruzmaltino", Eri demonstra ter uma opinião diferente da dos demais torcedores do Gigante da Colina. O fã do Salgueiro (sua outra paixão) acredita que a Segunda Divisão talvez não seja tão ruim para o clube, pois pode marcar um recomeço. Além disso, demonstra um carinho pelo ídolo Edmundo e relembra as façanhas do ex-jogador dentro de campo.
No entanto, como todo torcedor apaixonado, cobra um Vasco forte no presente e diz não querer mais viver apenas de lembranças das glórias do Gigante da Colina
O DIA: Como é ser visto como um torcedor-símbolo do Vasco?
Eri Johnson : Eu costumo dizer para todo mundo, independentemente da fase que o time esteja atravessando, eu sou vascaíno. Quero sempre o melhor possível para o Vasco. Não só no futebol, mas em todos os esportes, quero que o Vasco vá bem, porque o Vasco é como se fosse minha família. Eu tenho orgulho de andar nas ruas do Rio e do Brasil e falarem: 'Olha lá o vascaíno.'
Você acha que é possível o Vasco escapar da Segunda Divisão?
Eu não sei se é bom ele não cair. É porque às vezes a gente tem um orgulho muito aguçado de falar para não cair. Quando caiu na primeira vez foi muito bonito, em termos de torcida, todo mundo mais orgulhoso de ser Vasco. Parece que o orgulho aumentou. É claro que tem a tristeza de estar na Série B, que não é o lugar do Vasco. No entanto, ao mesmo tempo, houve uma união que foi muito bonita, entre a torcida e a equipe. Eu fico pensando: será que o Vasco do jeito que está, se permanecer na Primeira Divisão, vai conseguir melhorar? O recomeço às vezes é fundamental. Mas, se não cair, espero que aconteça alguma coisa muito forte, porque não pode ficar todo ano brigando para não ir para a Segunda Divisão.
Como começou sua paixão pelo clube?
Desde que eu nasci, eu nasci carioca e vascaíno. Minha infância foi dentro do Vasco, tudo era dentro de São Januário. Jogava bola, soltava pipa, praticava arco e flecha, natação. O Vasco faz parte da minha infância, da minha vida. Eu sinto falta do clube. Hoje em dia não tem clube para gente frequentar. Se o Vasco fosse aqui na Barra, eu estaria pelo menos três ou quatro vezes na semana. O Vasco tem ser clube.
Lembra a primeira vez que assistiu a um jogo do Vasco?
Não lembro contra quem, eu saí da escolinha, jogava futebol de salão, e fui assistir ao jogo, sentando nas sociais, pensando: 'Daqui a uns anos eu vou estar ali representando meus amigos e os torcedores'.
Algo inusitado ou alguma superstição que tenha com o Vasco?
São várias. Tenho a mais tradicional, de ir várias vezes para o Maracanã e São Januário com uma camisa e, no caso de derrota, trocá-la. Em casa, eu cruzo as pernas para um lado, se o Vasco não vai bem, eu descruzo para o outro. Essas coisas que todo torcedor apaixonado tem. São várias manias.
Qual o momento mais inesquecível que o Vasco lhe proporcionou?
Quando nós ganhamos do Flamengo, no Campeonato Brasileiro de 1997. O Edmundo fez três gols. No terceiro, deu um drible e saiu rebolando. Também tem o Vasco x Palmeiras. Começamos perdendo de 3 a 0, depois o Romário falou que ia virar e nós viramos. Tem muitas lembranças. Porém, eu não quero mais lembrar, eu quero o Vasco forte no presente e no futuro. Atualmente está muito ruim.
Qual a maior tristeza?
Quando caiu para a Segunda Divisão. Foi muito ruim. Estava em casa vendo o jogo, lembro do Pedrinho chorando muito. Eu também chorei muito em casa. Foi muito difícil. Uma imagem muito triste, que vai ficar para sempre.
O maior ídolo?
Roberto Dinamite foi o maior ídolo, mas eu também não posso descartar o Edmundo. Eu tenho 52 anos, então acompanhei o Roberto Dinamite, ele foi muito ídolo nosso. Mas Edmundo foi exatamente o que eu gostaria ter sido caso fosse jogador do Vasco. Eu afirmo: se fosse jogador, eu gostaria de ter sido o Edmundo. Ele sempre foi vascaíno. Muitas vezes esquecia que era profissional e virava um torcedor dentro de campo.