O Vasco da Gama anunciou nesta terça-feira (29/10) a contratação de Adilson Batista para o cargo de treinador. Atualmente com 45 anos de idade, o paranaense dirigirá pela primeira um clube carioca e terá sete jogos para livrar o Gigante da Colina da incômoda zona de rebaixamento. O melhor momento do ex-zagueiro no cargo de treinador ocorreu no Cruzeiro, onde conquistou dois campeonatos estaduais (2008 e 2009) e um vice-campeonato da Taça Libertadores (2009).
Após a apresentação do currículo de Adílson, a pergunta da maioria dos torcedores que acompanham a base é a seguinte: como vai funcionar esse importante setor durante a passagem desse treinador? Para responder esse questionamento, o Blog Meninos da Colina conversou com pessoas que acompanharam de perto os últimos trabalhos do treinador. O primeiro entrevistado foi Vinícius Grissi, repórter da Rádio Globo de Minas Gerais. O profissional deu detalhes do aproveitamento da base do Cruzeiro durante a passagem de Batista:
"O aproveitamento da base não é o forte do Adilson. Pelo menos não foi no Cruzeiro, trabalho que eu acompanhei mais de perto. O grande mérito dele foi o Diego Renan, que viveu altos e baixos, mas foi importante para o time em determinado momento. Jonathan, Thiago Heleno, Guilherme e Charles também viveram grande fase com ele, mas já estavam consolidados entre os profissionais quando ele chegou. O Adilson pegou o Cruzeiro com uma geração boa, que foi campeã da Taça SP e do Brasileiro em 2007, mas quase ninguém teve chance. O Marcos, lateral-direito, chegou a ser aproveitado algumas vezes. Ele viveu um período que o Bernardo e o Dudu estavam muito bem, mas ambos não conseguiam se firmar. Em geral, ele era bem impaciente com os jogadores mais jovens. Os jovens chegaram a reclamar muito das cobranças. Mas é um treinador que eu admiro muito. Trabalhador e sabe de bola. Se atrapalha em algumas convicções, mas acho que o Vasco faz um bom negócio. Ele precisa dar respostas".
Em 2010, no Corinthians, Adílson permaneceu pouco tempo e não lançou nenhum jogador. Algumas pessoas que acompanharam o Santos em 2011 durante a 'Era Adílson Batista' revelaram que o mesmo também não soube trabalhar com a base e preteriu por diversas vezes os laterais Danilo e Alexsandro, que foram titulares da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Londres em 2012.
No equipe que mais comandou após sua saída do Cruzeiro, o Figueirense, Adílson deu chances a diversos jogadores das categorias de base. O volante Denner, de 18 anos, foi lançado e bancados no time titular pelo treinador. Batista utilizou no clube catarinense uma estratégia parecida com a implantada por Dorival Júnior em sua passagem pelo Vasco. Era comum atletas do juniores disputarem jogos-treinos contra reservas do time profissional durante a semana. Adílson comandou o Figueirense neste ano de 2013 e também de 2005 a 2006, período onde ele também utilizou bastante as divisões inferiores:
- Eu trabalhei pouco com ele no Figueirense, mas no período que estive no clube ele trabalhou bem com as categorias de base. Fazia parte da política do clube naquele época aproveitar bastante a base e ele conseguiu fazer. Não sei como vai ser a postura dele no Vasco, mas as duas passagens dele pelo Figueirense foram positivas no que diz respeito ao acesso de atletas da base para o profissional. Ele lançou agora o Denner e em sua primeira passagem (2005-2006) o Henrique, o Soares, o Felipe Santana e o Rafael Lima. Foi ele que subiu todos esses jogadores. Ele observa bem a base. Vejo como positiva a atenção que ele dá para a base. Trabalhei com ele duas vezes e vi ele trabalhar bastante com a base. Mas cada clube tem sua maneira de trabalhar. Em sua primeira passagem pelo Figueirense ele aproveitou bem o time júnior, assim como agora também - afirmou Fernando Gil, hoje técnico da equipe sub-20 do Joinville-SC.
Fonte: Blog Meninos da Colina - Supervasco