Carol Canoa não tem dúvida. Chorou mais quando o Vasco caiu para a segunda divisão em 2008 do que quando perdeu o avô no mesmo ano. Mas, agora, ela garante que só vai derramar lágrimas de felicidades, porque o Cruzmaltino vai se livrar da degola.
— Fiz todas as simulações possíveis! Já ganhamos jogos inacreditáveis. As três próximas partidas são fundamentais. Vamos precisar, acima de tudo, de garra para vencer — defende a vascaína.
A menina de 19 anos não é qualquer torcedora. Famosa em sites de debates sobre o clube, ela atraiu mais de 10 mil seguidores para sua página no Facebook. Eles curtem e comentem em massa cada desabafo ou comemoração.
— Se eu ficar on-line, vem mais de 300 mensagens no bate papo. Me sinto bem com isso. Tem até fã-clube — diz.
Apesar da família vascaína (um tio-avô participou até do rateio pro clube comprar Tostão, em 1972), a paixão de Carol é coisa quase inexplicável. A menina é alagoana e viveu em Maceió até o fim do ano passado. O pai mandava revistas e capas de jornais dos momentos mais importantes para a filha. Ela guardou tudo até hoje e exibe com orgulho.
De lá, começou a participar de fóruns na internet e a debater sobre o Vasco. Até que conheceu o programa de rádio Só Dá Vasco, que abria espaço para os ouvintes. Ela ligou tanto que foi convidada para participar do programa.
Com o fim do ensino médio, mudou-se para o Rio para estudar jornalismo. Agora, está no ar quase todo dia nas frequências AM da Fluminense e da Bandeirantes.
— Quando acabavam os jogos, queria explodir, de alegria ou raiva, e usava o Facebook. Fazia crônicas e começava o debate. Agora, guardo pra rádio, mas as discussões continuam — diz Carol, que está no segundo período da faculdade, e, além disso tudo, comanda um programa só de meninas e (ufa!) debate em outro aos domingos com transmissão de vídeo pela net.
De opiniões fortes, ela nem vacila quando o assunto é Dorival Jr.: tinha que cair.
— Ele falhou claramente contra a Ponte em insistir com o Nei e em tirar o Yotún. A situação está tensa. Mas eu acredito!