Uma das decisões da Confederação Brasileira de Futebol durante a reunião com representantes de diversas entidades do futebol brasileiro, na segunda-feira, pode levar os clubes a deixarem os Campeonatos Estaduais de lado nas próxima temporadas. Seguindo a sugestão da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), a CBF vai limitar a quantidade anual de partidas para cada atleta.
A proposta do sindicato é que cada jogador dispute no máximo 66 jogos por temporada, limite superado facilmente pelo número de partidas por ano da maioria dos grandes clubes do país. O Corinthians, por exemplo, clube que mais atuou até agora em 2013, já entrou em campo 68 vezes e vai terminar o ano com 75 jogos oficiais. Já o São Paulo tem 67 partidas oficiais, mais três amistosos na Europa e pode chegar em dezembro com um total de 83 jogos se chegar à final da Copa Sul-Americana.
Desta forma, os clubes teriam que fazer uma programação melhor para cumprir a lei, e a competição de menor importância seria colocada de lado. O "desprezo" pelos Estaduais já acontece há algumas temporadas em boa parte das equipes, em algumas de forma mais velada e em outras de um jeito mais escancarado. No início deste ano, o Atlético-PR inovou e disputou o Paranaense com o time sub-23, deixando a equipe principal com um tempo bem maior de preparação na pré-temporada.
Representante da Fenapaf na reunião da CBF nesta segunda, no Rio de Janeiro, o presidente Rinaldo Martorelli explicou como deve funcionar a nova regulamentação.
"A nossa proposta foi a mais bem aceita entre os presentes na reunião, por isso a CBF acatou. Para alguns, diminuir o Estadual é mal negócio, pois perderia receita. Abrir mão de competições também. Dessa forma, os clubes vão ser obrigados a contratar mais, o que é ótimo. Cada equipe vai ter de ter muito planejamento, para não deixar que um jogador participe mais de 66 partidas. Vai ser bom para a organização financeira do clube também", afirmou Martorelli.
Apesar de a ideia de acabar com os Estaduais ser defendida por alguns, a possibilidade é bem pequena no momento. Principalmente por causa dos clubes pequenos e médios, que dependem da competição para fazerem renda ou se manterem ativos durante o ano. O Vitória, por exemplo, que esteve representado na reunião pelo presidente Alexi Portela, vai terminar 2013 com 64 partidas, abaixo do limite de 66 jogos proposto.
A Fenapaf defende a proposta já há alguns anos, baseada em estudos feitos pelo fisiologista Turíbio Leite de Barros. Na nota oficial divulgada pela CBF depois do encontro desta segunda, não foi informado o número exato de jogos anuais por cada atleta, mas houve acordo entre as partes envolvidas, incluindo o Bom Senso FC, movimento criado pelos jogadores.
"Limitação da quantidade anual de partidas: visando a obtenção de melhor rendimento esportivo dos atletas, de maneira a quem possam atuar com pleno aproveitamento, a CBF estabelecerá um limite máximo anual de jogos com o objetivo de evitar um excessivo desgaste físico dos jogadores", informou a CBF.
Fonte: ESPN.com.br