O Vasco entrou em campo com os reservas, preocupado com a briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O Goiás apelou para a força máxima, consciente de que chegar ao G-4 não é tarefa fácil, e o caminho mais fácil para a Taça Libertadores é pela Copa do Brasil. Com uma atuação de muita entrega de seus suplentes, o Cruz-Maltino conseguiu a vitória por 3 a 2, insuficiente para assegurar a classificação para a semifinal da competição, mas importante para reconquistar a confiança de um elenco abalado por um desempenho muito fraco no Brasileirão.
O jovem Thalles, uma grata surpresa no comando do ataque, marcou duas vezes no início do jogo, e Willie garantiu a vitória no segundo tempo. O Goiás marcou com Hugo e Amaral, com um gol em cada tempo. A torcida, que compareceu em bom número na noite desta quinta-feira (29.937 pagantes, com renda de R$ 539.900,00), empurrou e incentivou durante os 90 minutos. Saiu coma vitória, sem a vaga, mas com o espírito renovado para a dura briga na reta final da temporada. Após o apito final, gritou e apludiu o esforço do time.
Na semifinal, o Goiás enfrenta agora o Flamengo. O primeiro jogo acontece já na próxima quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Serra Dourada. A partida de volta acontece no Maracanã, no dia 6 de novembro.
O JOGO
O Vasco entrou com o time praticamente todo de reservas - com relação ao clássico contra o Botafogo, apenas Juninho, Yotún e Fillipe Soutto estavam em campo - e entre eles figurava o jovem Thalles, de 18 anos, que em poucos minutos colocaria fogo na disputa. Escalado no comando do ataque, o garoto arrancou logo aos dois minutos, quando recebeu belo passe de efeito de Fagner e finalizou com segurança para abrir o placar. Pouco depois, aos 16, Thalles flertou com a irresponsabilidade, mas foi premiado pela ousadia. O passe de Sandro Silva o deixou com a bola na entrada da área. Na direita, Juninho pedia a bola livre de marcação, de frente para o gol. Mesmo marcado, Thalles arriscou o chute, cruzado, colocado, no canto esquerdo de Renan: 2 a 0 e explosão nas arquibancadas do Maracanã.
A vantagem, naquele momento, deixava o time carioca em boa posição na briga por uma vaga na semifinal, já que havia perdido por 2 a 1 em Goiânia. As iniciativas do Goiás estavam relativamente administradas, principalmente porque Walter não conseguia entrar no jogo... Literalmente. No início da partida ele se chocou com Renato Silva e feriu a cabeça. O corte sangrava muito e o departamento médico esmeraldino demorou bons minutos para recolocá-lo em condições de jogo, não antes de trocar duas vezes de camisa. E na primeira bola que pegou livre, o atacante não marcou, mas exercitou sua outra arma mortal: o passe. A bola longa deixou Hugo na cara de Alessandro: 2 a 1, e o time goiano voltou para partida.
Com o placar, a disputa seguia para os pênaltis, e os times diminuíram um pouco o ritmo. Ainda assim, o Cruz-Maltino poderia ter ampliado sua vantagem em duas oportunidades: primeiro com o zagueiro Luan, que teve um gol mal anulado pela arbitragem, alegando impedimento. Depois com Fagner, que jogou fora finalização livre após passe de Juninho.
Walter deixou o campo no intervalo sem saber se voltaria, poisa cabeça doía muito. Pois voltou, e em dez minutos ajudou novamente a criar um lance de gol para o Goiás. Ele recebeu bola da cobrança de lateral dentro da área, usou o corpo ajeitou para trás para Amaral, que se antecipou e tocou uma bola marota, meio lenta, mas que ainda assim venceu Alessandro. Pouco depois, no entanto, o atacante sentiu um problema na coxa direita e precisou deixar o campo, preocupando a torcida para as próximas partidas da equipe.
Em vantagem, pois com o 2 a 2 o Cruz-Maltino precisava marcar duas vezes para se classificar, Enderson Moreira colocou o volante Welinton Junior no lugar de Walter. Dorival Junior foi para o "tudo ou nada" e fez o movimento inverso: lançou o atacante Willie na vaga do volante Sandro Silva. O Vasco esboçou uma pressão em busca do resultado, mas o time esmeraldino, bem postado, trancou o lado esquerdo de sua defesa, que vinha sendo uma boa válvula de escape do time da casa. O Goiás chegou a marcar o terceiro, com Hugo, anulado com marcação de impedimento. O gol da vitória, no entanto, foi para o outro lado, com Willie, aos 34. A torcida se incendiou, empurrou, mas o time da Colina não conseguiu o quarto gol que lhe garantiria a vaga, que ficou com os goianos.
GALERIA
FICHA TÉCNICA
VASCO 3 X 2 GOIÁS
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 24/10/2013 - 21h (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Altemir Hausmann (RS/Fifa) e Kleber Lúcio Gil (SC/Fifa)
Renda/público: R$ 539.900,00 / Presentes 36.061 / Pagantes 29.937
Cartões amarelos: Sandro Silva e Pedro Ken (VAS); Amaral (GOI)
Cartão vermelho:
Gols: Thalles, 3'/1ºT (1-0), Thalles, 16'/1ºT (2-0); Hugo, 19'/1ºT (2-1), Amaral, 10'/2ºT (2-2) e Willie, 34'/2ºT)
VASCO: Alessandro, Fagner, Luan, Renato Silva e Yotún; Sandro Silva (Willie, 22'/2ºT), Fillipe Soutto (Pedro Ken, 35'/2ºT), Juninho e Jhon Cley (Marlone, 29'/2ºT); Thalles e Reginaldo - Técnico: Dorival Júnior.
GOIÁS: Renan, Vítor, Ernando, Rodrigo e William Matheus; Amaral, David, Eduardo Sasha (Júnior Viçosa, 29'/2ºT), Hugo e Roni (Thiago Mendes, 13'/2ºT); Walter (Wellington Júnior, 20'/2ºT) - Técnico: Enderson Moreira.
TROFÉU NETVASCO 2013
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
---|---|---|---|---|
1º | Thalles | 9.0592 | * | 6.3934 |
2º | Juninho | 7.2686 | 1º | 6.9008 |
3º | Willie | 7.1322 | 7º | 5.9258 |
4º | Luan | 6.7920 | * | 5.6207 |
5º | Fagner | 6.5882 | 11º | 5.7312 |
6º | Yotún | 6.5344 | 21º | 4.9498 |
7º | Reginaldo | 6.4601 | * | 3.7943 |
8º | Sandro Silva | 6.3209 | 20º | 4.9631 |
9º | Pedro Ken | 5.8691 | 17º | 5.3137 |
10º | Fillipe Soutto | 5.6460 | 18º | 5.2897 |
11º | Renato Silva | 5.5083 | 26º | 4.5475 |
12º | Alessandro | 5.5041 | 15º | 5.4964 |
13º | Marlone | 5.4780 | 8º | 5.8435 |
14º | Jhon Cley | 5.0799 | 24º | 4.7772 |