A boa notícia chegou algumas horas antes do jogo contra o Goiás, válido pelas quartas de final da Copa do Brasil. O departamento jurídico protocolou requerimento para pagar em 180 vezes a dívida de R$ 6,5 milhões junto ao Banco Central por transferência irregular na venda de Bebeto ao La Coruña em 1992. Em Brasília, a diretoria vascaína pagou a primeira parcela de R$ 30 mil e está tudo acertado para assinar o contrato com a Caixa Econômica Federal nesta sexta.
O Vasco usava há três meses a logomarca da Caixa no peito em cessão não onerosa do banco estatal. O vínculo com o clube, que era para ser de um ano, no entanto, deve ser de nove meses. O valor do patrocínio é o mesmo: R$ 15 milhões por um ano de exposição na camisa vascaína. Estes últimos detalhes estão sendo discutidos em reunião nesta noite, em Brasília.
O último empecilho na assinatura com a CEF era o parcelamento dessa dívida ativa com a União. O caso é do início dos anos 2000, quando o Vasco e outros nove clubes brasileiros foram punidos e condenados por transações consideradas irregulares na ordem cambial do país. A pendência valia como Dívida Ativa da União, por isso se transformava em novo impedimento para o Vasco assina com a Caixa, mesmo após receber as certidões positivas com efeito de negativas.
Inscrito no Cadastro Informativo de Crédito, o Cadin, do Banco Central, o clube se beneficiou de uma lei assinada no 9 de outubro, há duas semanas. A lei 12.865, no artigo 17, prevê a reabertura de parcelamento em condições especiais de dívidas com a União. Com isso, os valores que chegavam próximo a R$ 10 milhões, incluindo juros e multas, passou para cerca de R$ 6,5 milhões.
Para dar entrada no parcelamento de 180 vezes, o Vasco precisava pagar a primeira parcela, de pouco mais de R$ 30 mil, o que foi feito nesta quinta-feira. Após a primeira quantia depositada, o clube foi retirado da inscrição do Cadin e ficou livre, finalmente, para assinar com a Caixa Econômica Federal.
Entenda o caso
Em 1992, o Vasco vendeu Bebeto por US$ 2,5 milhões para o La Coruña, porém, somente US$ 1,35 milhão entrou pelo Banco Central brasileiro. No início dos anos 2000, o Vasco foi condenado a pagar cerca de R$ 3 milhões de multa pelo caso, que tramitava no judiciário desde aquela época. Para assinar com a Eletrobrás, em 2009, o clube passou pelo mesmo aperto, mas ofereceu o estádio de São Januário como garantia de execução fiscal. Desta vez, o Vasco parcelou em 180 vezes a dívida, que já estava perto de R$ 10 milhões, mas caiu para R$ 6,5 milhões, segundo ajustes de nova lei de reparcelamento.
Fonte: GloboEsporte.com