Ariel Suárez e Cristian Rosso, remadores argentinos do Vasco, encerraram sua estadia na Sede Náutica da Lagoa com a participação na sexta e última regata do Campeonato Estadual, no domingo passado (20/10). De volta à Argentina - viajaram na segunda-feira - após chegarem ao Rio de Janeiro no final de setembro, participaram da etapa derradeira do Estadual em duas provas: single skiff, com dois barcos vascaínos, e oito com timoneiro, quando compuseram o barco com seis atletas muito jovens e ainda inexperientes, das categorias de base do clube.
No skiff, um quadro bem parecido com a prova do Campeonato Brasileiro, no dia 06 de outubro, também na Lagoa Rodrigo de Freitas. Ainda fora de sua melhor forma após a grave infecção bacteria que quase fê-lo parar de remar e fez com que ficasse três meses sem treinar, Ariel Suárez mostrou dificuldades para remar na marola. Após iniciar no esporte já com vinte anos de idade, sempre treinou na cidade argentina de Tigre, onde inexiste marola. Assim, teve muita dificuldades nas duas provas, tanto Brasileiro quanto Estadual, terminando, respectivamente, na quarta e na terceira colocações.
Natural de Mar de Plata, que possui condições bem similares às da Lagoa Rodrigo de Freitas, Cristian começou a remar ainda bem jovem e consegue se desvencilhar bem de situações de muita marola em decorrência de ventos fortes ou outros fatores, como passagem de embarcações a motor. Tanto no Brasileiro quanto no Estadual, Cristian venceu as provas com tranquilidade e colocou a medalha de ouro no peito e a bandeira vascaína no lugar mais alto do pódio.
Já no oito, o desempenho melhorou em relação ao Brasileiro, quando a situação dos argentinos de ponta se misturarem a muitos jovens na composição do barco se repetiu. No dia 06 de outubro, o barco vascaíno alcançou a quinta colocação. Desta vez, após semanas de treino no barco, houve aperfeiçoamento das qualidades dos jovens ao remar lado a lado com companheiros de tão alto nível, o que fez com que o Vasco quase conseguisse a medalha de bronze, disputando com o barco B do Botafogo nos metros finais o último lugar do pódio, sem sucesso.
Com exclusividade ao Blog CRVG - Em Todos os Esportes/SuperVasco, Rosso se mostra satisfeito com as duas provas. Campeão no skiff, ele enfatiza que a melhora no oito em relação ao Brasileiro motiva os atletas a continuar treinando com vistas a incrementar ainda mais suas qualidades:
- Foram boas provas. No skiff, vinha brigando com o Ariel, lado a lado. Mas nos segundos mil metros, quando começou a marola, para ele é um pouco mais difícil, eu estou um pouco mais acostumado, porque minha cidade, Mar del Plata, é muito parecido com aqui, também tem muita marola. O oito também foi muito bom, muito melhor do que o Brasileiro. Vai melhorando dia a dia. Competência em competência vai melhorando, e isto é importante para os meninos, para a motivação e para continuar nos próximos anos e tratar de conseguir melhores postos.
Também com exclusividade ao Blog, Ariel conta como foram as diculdades com a marola, fazendo com que fosse ultrapassado pelo jovem atleta do Botafogo Uncas Tales. Após ficar destacado junto a Cristian no começo da prova na liderança, a segunda metade reservou muitos problemas à fera argentina do remo vascaíno, devido ao motor de uma lancha.
- No skiff eu tenho muito problema com a marola. Onde eu treino não existe marola (Tigre), e aqui na Lagoa é muito difícil remar. Eu tenho muitos problemas. Com mil metros de prova eu estava dez segundos à frente do menino do Botafogo. Havia muita marola, devido ao motor de uma lancha, que me tornou muito difícil remar. Em muitos momentos estive próximo de virar. O Cristian rema muito bem na marola, e o menino do Botafogo remou muito melhor do que eu, conseguiu passar e eu não pude competir bem.
Quanto ao oito, Ariel também vê melhora substancial em relação ao desempenho na mesma prova no Campeonato Brasileiro, o que para ele mostra aos jovens que a dedicação ao trabalho tem tudo para gerar frutos. Ele ressalta que o convívio dos jovens com a dupla argentina foi determinante para a melhora de desempenho, com a maioria dos atletas captando as orientações passadas pelos dois, que possuem larga experiência internacional:
- Acho que a maioria dos meninos captou. No oito se percebeu isto. A competência deles foi muito maior do que no Brasileiro. Chegamos muito perto de medalha, mas o importante é que a equipe trabalhou bem. Isso que foi dito, a competência foi muito boa. Sempre se deve entregar tudo no desenvolvimento das competências que um dia a vitória vai chegar. O importante é deixar tudo nas competências, e creio que os meninos agora entenderam bem - encerrou Ariel.