Longe de São Januário há pouco mais de três semanas, Rodolfo reapareceu nessa segunda no clube. Ele se reapresentou ao Vasco após afastamento para finalizar a recuperação da grave lesão no ligamento cruzado do joelho direito, sofrida em março. Nesta manhã de terça, o zagueiro de 30 anos volta a treinar com o grupo. O fim do tratamento do jogador foi na clínica particular do coordenador da fisioterapia do Fluminense, Fabio Marcelo.
Com muitos problemas físicos nos últimos anos de carreira - lesão no seu último ano no Lokomotiv Moscou, da Rússia, duas no Grêmio e uma no ano passado pelo Vasco -, o jogador pediu ao diretor executivo do Vasco, Ricardo Gomes, e foi atendido para terminar o tratamento com um profissional que conheceu no seu início de carreira no Fluminense.
O caso nem é tão raro no futebol - alguns jogadores preferem ser operados e às vezes tratados com médicos de confiança -, mas chegou a causar certo mal-estar na Colina Histórica. O chefe do departamento de futebol do Vasco, Clóvis Munhoz, que operou Rodolfo junto com Claudio de Luca, outro profissional vascaíno, não entendeu muito bem a opção do jogador em se tratar fora do clube, após quase sete meses de recuperação em São Januário. Munhoz, que já está no departamento médico do Vasco há 30 anos, disse que o jogador já estava na fase de "ajuste fino" da recuperação. Ou seja, o tratamento final, com trabalhos de impulsão, de troca de direção, de equilíbrio e arranque.
- Rodolfo disse que queria falar comigo, mas não me procurou depois. Ele falou com Ricardo Gomes, que me passou que ele queria fazer tratamento com o Fabio Marcelo, uma pessoa que ele já tem amizade. Falei que não queria tratar ninguém que não quisesse ser tratado por mim e pela equipe do Vasco. Durante meses passou por todos profissionais da fisioterapia, da preparação física, dos médicos, todos que o atenderam sempre com todo carinho, toda a atenção e agora, na fase final, já com amplitude de recuperação do movimento, ele decidiu tratar fora, tudo bem. Achei estranho, mas é problema dele, um direito dele - disse o chefe do departamento médico do Vasco.
O Vasco liberou Rodolfo para o tratamento, que foi feito na clínica particular do fisioterapeuta tricolor. Clóvis Munhoz pediu um relatório liberando o atleta para o trabalho com bola, que chegou nesta segunda-feira. Nesta terça, ele treina junto com o grupo no CFZ. Fabio Marcelo, que já trabalhou no Vasco, tratou de Rodolfo quando o jogador se lesionou na Rússia e conhece o jogador há muitos anos - desde o início de Rodolfo no Fluminense. Segundo Clóvis, no entanto, não houve contato entre Marcelo e os profissionais do departamento médico vascaíno. O diretor de futebol do Vasco, Ricardo Gomes, disse que o jogador fez o pedido a ele num momento delicado, após mais uma lesão e mais tempo de inatividade nos últimos anos de carreira.
- Ele passou por uma recuperação difícil, em que a cabeça estava complicada. Então, ele nos pediu que essa última parte fosse com um profissional que ele conhece há muitos anos. Dissemos que tudo bem, que estava cedido. Mas quem vai liberar o jogador (para voltar a atuar) é o Clóvis. Ele só teve esse espaço cedido - lembrou Ricardo.
Sem atuar uma vez em 2013, Rodolfo foi reintegrado ao grupo do Vasco em março, logo em seguida sofrendo a lesão num treino ainda com Paulo Autuori. O contrato do jogador vai até 30 de julho do ano que vem. Em maio deste ano, em entrevista à Rádio Brasil, o jogador demonstrou preocupação em não ficar lembrado no Vasco como um jogador que só se machuca.
- Não quero ser lembrado como o cara que passou pelo Vasco e só se contundiu. Recebo meu salário e não posso fazer nada. Isso me magoa profundamente. Das coisas ruins, tiro coisas boas. Vou dar muita alegria ainda - garantia o jogador, há cinco meses.
Fonte: GloboEsporte.com
