Convidado especial do Programa Caldeirão Vascaíno, veiculado pela Rádio Livre 1440 AM, o ex-vice de Finanças do Club de Regatas Vasco da Gama, Nélson Rocha, falou sobre o grupo político do qual faz parte, o Vira Vasco, explicitando o principal objetivo:
“A gente tem um grupo criado, o Vira Vasco, que não começa pelo fim. Muita gente tem como fim, como objeto, a disputa pela presidência do Vasco. Nosso objetivo não é esse, obviamente que para você transformar você precisa do poder, mas nosso objetivo é de reconstrução do Vasco. Estou há 16 anos na política do Vasco, fiquei 12 anos na oposição impedido de participar do processo, acabaram me expulsando do clube, ganhei na Justiça o retorno, não me colocavam no quadro, há muitas histórias para contar. Fico muito feliz de ver muitos grupos participando do processo eleitoral porque vemos novamente a possibilidade da democracia no Vasco, coisa que ficou afastada por muitos anos. Eu vejo tudo isso com muita satisfação, a disputa é salutar, é importante que a gente tenha sim vários grupos. Naturalmente, quando há muitos grupos, assim como na política partidária, é preciso que tenha uma consolidação, senão fica muito candidato e se dispersa demais.”
Nélson Rocha aproveitou para comentar o atual cenário político do clube, criticando membros de diretorias anteriores:
“Você vê o quadro político do Vasco e vê alguns que destruíram o clube querendo voltar, como se não tivessem responsabilidade absolutamente nenhuma pelo que está aí. As pessoas têm que entender de uma vez por todas que tudo o que o Vasco vem passando, não que a administração atual não tenha cometido erros, cometeu muitos erros também, sobretudo a inércia, mas o que me causa espanto é que esses que criaram o problema hoje acham que são donos da verdade. Temos um grupo sim, vamos participar do processo político, mas esse não é o ponto focal do nosso grupo, queremos reconstruir o Vasco."
Nélson Rocha comenta sobre mensalão no Vasco
Ex-vice de Finanças e membro do grupo político Vira Vasco, Nélson Rocha comentou ao Programa Caldeirão Vascaíno, da Rádio livre 1440 AM, sobre a adesão em massa de sócios no Vasco, com 1700 associações em um dia, o popular mensalão:
“É uma situação impactante do ponto de vista negativo, a prática que acontece no Vasco é exatamente igual ao mensalão, é compra de votos, é um absurdo. Por um lado você vê no mês de janeiro entrarem 7 pessoas e em um dia em outro mês entrarem 700, está configurado, e acho, volto a insistir, que o Vasco não pode permitir ter um pleito nessas condições. Como identificar quem é quem nesse jogo? Tenho uma posição clara, e mandei um recado para o Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da Assembléia-Geral, mandei um recado para o presidente Roberto Dinamite, que não se pode aceitar essas pessoas votando. Então, como fazer? Eu sugeria que aquelas pessoas que ingressaram a partir de 2013 não possam votar nessa eleição, esse quiserem votar, só na próxima. Será um escândalo se tivermos um pleito eleitoral nessas condições, é um absurdo o Vasco legitimar o mensalão dentro do próprio clube. Não basta o clube ter participado da CPI no início da década passada, tendo inclusive denunciado desvio dentro do clube de R$ 72 milhões, a gente volta a viver um escândalo de proporções nacionais, e o Vasco é um clube nacional.”
Nélson Rocha compara a situação financeira do Vasco de 2009 com a atual, dizendo que hoje o Vasco respira mais aliviado, comparado ao início da primeira gestão de Roberto Dinamite:
“Em 2009 havia uma crise financeira gigantesca, as pessoas não têm noção, mas hoje o Vasco vive uma situação infinitamente melhor do que quando começamos. O problema que o Vasco teve recentemente foi a questão do bloqueio da Receita Federal, antes tinha bloqueio de todos, menos da Receita, não se podia deixar dinheiro na conta, o que era um inferno. Sobreviver em 2009 foi um atarefa das mais difíceis, chegamos a estar 5 meses com salários atrasados.”
Nélson Rocha descarta aliança com Cruzada e comenta sobre cotas de TV
Muitos grupos políticos estão se movimentando para as eleições de 2014 no Vasco, tendo alguns pré-candidatos já se manifestado, como Roberto Monteiro, Léo Gonçalves e Eurico Miranda. Nélson Rocha, ex-vice de Finanças e integrante do grupo Vira Vasco, ao ser questionado no Programa Caldeirão Vascaíno, da Rádio Livre 1440 AM, se se aliaria à Cruzada Vascaína para apoiar Léo Gonçalves, assim respondeu:
“Não, nem conversei com o Léo, não acho que o Léo seja a melhor opção para o clube, nós temos construído uma corrente própria. Não sou candidato porque não tenho tempo para me dedicar ao clube, é muito difícil ser candidato porque você acaba por ter que dedicar tempo. O clube precisa de credibilidade, e as pessoas não podem se aventurar. As pessoas não podem ser levianas, nem oportunistas, achando que, como o clube está mal, tem a oportunidade de ser candidato. O Vasco precisa do compromisso de que as pessoas possam se reunir em torno de candidaturas que possam trazer credibilidade, e com o devido respeito, acho que é legítima a participação de todos, mas não enxergo isso nas candidaturas que já se apresentaram.”
Um assunto que sempre gera polêmica e discordâncias entre os vascaínos, cotas de TV, foi também abordado por Nélson Rocha, que fez um esclarecimento sobre valores recebidos pelos clubes:
“Para o ano que vem ainda está em vigor o contrato que foi assinado em 2012. Para que todos saibam, o que acontece é que existem 5 clubes que ganham a mesma coisa na TV aberta, isso não é novo não, sempre foi assim. O ex-presidente gosta de dizer que era diferente, não era não, isso é falácia, é mentira. Os 5 que ganham iguais na TV aberta são, Vasco e Flamengo no Rio; Palmeiras, São Paulo e Corinthians em São Paulo. Aí você entra no Sportv, também é igual, mas onde está a diferença? No pay per view, por que? O pay per view, a rigor, vale se as pessoas que assinarem forem do time. Como se descobre isso? A Rede Globo faz uma pesquisa todo ano no mês de julho para identificar. Flamengo e Corinthians têm 15%, o Vasco 6%, isso faz uma diferença grande no recebimento.”
Fonte: Supervasco