Uma vitória sobre o Criciúma poderia mais uma vez livrar o Vasco da agonia que se chama zona de rebaixamento. Mas a derrota por 3 a 2, neste domingo, fez Dorival Júnior deixar o Estádio Heriberto Hülse inconformado. Além de ver seu time prejudicado na tabela de classificação numa partida que se apresentou passível de conquista de pontos, o treinador identificou na arbitragem um fator determinante contra sua equipe. Ele também reconheceu que a expulsão infantil de Willie – logo após a equipe catarinense marcar seu terceiro gol – contribuiu para o placar, mas se recusou a enxergar com desânimo o futuro cruz-maltino no Campeonato Brasileiro. O discurso foi o de que é possível dar fim ao sofrimento com uma nova sequência de bons resultados.
- É uma derrota que marca, que machuca porque o Vasco teve uma postura a todo instante de buscar o resultado. Não fomos felizes em momentos oportunos da partida. Quando fazíamos o gol sofríamos o revés logo em seguida. Com a perda do Willie ficou mais difícil. Com um a menos é natural que ficasse mais complicado pela maneira como estava sendo disputada a partida. Mas não tem nada perdido. O campeonato está em andamento. O Vasco tem que buscar uma recuperação rápida, como vinha fazendo nas últimas rodadas, e tentar o maior número possível de pontos o quanto antes – resumiu Dorival Júnior.
Confira aqui os principais trechos da entrevista coletiva do técnico após a partida:
Arbitragem
Arbitragem? Eu só queria falar da omissão clara no lance do pênalti em cima do Marlone. Foi o mesmo árbitro (auxiliar da linha de fundo) que de maneira acertada marcou pênalti contra o Vasco e foi completamente omisso quando nosso jogador dominava a bola na pequena área e foi esbarrado com as duas mãos, tirando a possibilidade de conclusão da jogada. E ele estava a dez metros do lance e se omitiu completamente. Ao contrário do pênalti a favor do Criciúma, quando ele gritou cinco vezes “pênalti, pênalti, pênalti” para o árbitro da partida. Na nossa situação ele se omitiu completamente. É só vocês passarem o lance que vão ver o absurdo novamente contra o Vasco da Gama. Infelizmente não conseguimos o resultado muito em razão de um erro fatal da arbitragem, que interferiu diretamente em tudo isso. O erro que eu digo é do assistente de fundo de campo, porque a condução da partida foi boa.
Peso da derrota
Não tem que ter peso nenhum. Como ganhamos a última partida e não teve peso. Nós somos profissionais e temos que assimilar o quanto antes para buscar a recuperação na rodada seguinte. Não desanimo de maneira nenhuma. O Vasco fez boa partida, poderia ter tido uma sorte melhor. Estamos num ano em que todo e qualquer detalhe a bola acaba parando dentro do nosso gol, infelizmente. Mas temos que lutar, trabalhar e anular essa possibilidade. É um momento difícil. Quando o time esboça reação, na maioria das vezes há uma participação direta da arbitragem nesse sentido. Não estou aqui justificando nossa situação, porque nem preciso disso. Mas temos tido problemas em sequência, matando uma possível recuperação. Mas o Vasco não vai baixar a cabeça. Independentemente do que tem acontecido, nós vamos alcançar nosso objetivo, que é sair o quanto antes dessa situação.
Chances desperdiçadas
Isso é relativo, faz parte de uma partida. Jamais vou jogar a culpa de um gol tomado ou de um gol não feito nos atletas. É uma situação que temos que trabalhar internamente, porque tenho que manter o ambiente favorável e motivado. E nem sempre é fácil depois de um jogo como esse. Temos que trabalhar para buscar uma melhor condição.
Vasco perdeu para ele mesmo?
A falha coletiva é natural que existiu. Mas perder para ele mesmo é relativo, porque nós enfrentamos um adversário. Então não é assim. Mas são gols que de maneira natural não aconteceriam. É o momento do Vasco, e temos que trabalhar contra isso. Não é fácil, mas precisamos estar mais atentos. Até outro dia tomávamos gol no início das partidas e depois buscávamos a recuperação. Agora a coisa tem se invertido. No momento de um gol acaba acontecendo uma situação como essa, e foi em sequência. Mas alguma coisa de bom tem para o Vasco. Não é possível. Tem momentos que você vai ser agraciado com uma ou outra situação. Um erro de arbitragem, coisa que ainda não aconteceu a nosso favor. Contra, houve várias vezes. Então a qualquer instante o Vasco vai ter que ser abençoado, é isso que eu espero.
Tropeços dos adversários diretos na rodada
Mas isso não conta. Temos que fazer nossa parte e esquecer os adversários. O Vasco tem que se preocupar consigo. Era um jogo para sair da zona de rebaixamento e começar a se afastar consideravelmente dessa condição.
Expulsão de Willie
Foi fundamental, um lance decisivo. Acabou propiciando a vitória do Criciúma, e foi natural que as coisas ficassem mais difíceis. Correr atrás com dez elementos, com desgaste de jogos, as dificuldades foram bem maiores, complicando sobremaneira nosso resultado. Não conversei com ele ainda. Não converso com os jogadores depois da partida porque os ânimos estão alterados, e isso tem o momento certo. Mas a conversa vai acontecer, sempre acontece, não vai fugir. É natural. Independentemente de o jogador ser novo ou mais velho. Situações como essa têm que se trabalhadas internamente, é natural.
Volta de Juninho e apoio da torcida contra o Goiás
Não só volta do Juninho. O torcedor tem feito sua parte, e em Macaé não vai ser diferente. A torcida vai abraçar a equipe. Só com a força dos torcedores vamos sair dessa situação. É o que nós vimos aqui hoje: a torcida do Criciúma empurrando o time do primeiro ao último minuto, independentemente dos nossos gols. A torcida incentivou o tempo inteiro, e é assim que queremos ver a nossa, porque só juntos vamos sair dessa situação.
Discurso de incentivo para os jogadores
Temos acreditado sempre, buscado, trabalhado. O Vasco não está morto, não. Mesmo tendo interferência direta no resultado, vamos buscar uma melhor condição.
Fonte: GloboEsporte.com