Ao saber de sua convocação para a Copa do Mundo de 2006, Cris chorou. Ao conquistar seu primeiro título pelo Lyon, depois de viver momento complicado na Alemanha e no Cruzeiro, ele também chorou. Ao se despedir do clube francês após oito anos, novo choro. Os momentos de extravasar a emoção foram poucos na trajetória do zagueiro. Por isso, ele reagiu com frieza em meio a uma chuva de críticas desde a chegada ao Vasco. E, assim, mesmo depois de marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, na última quarta-feira, ele evitou o desabafo.
Os extremos fazem parte da personalidade do zagueiro de 36 anos. Pela primeira vez capitão do Vasco, ele foi o destaque no clássico realizado em Florianópolis, mas mostrou não ver sua atuação como a chance de dar uma resposta.
- Procuro pensar muito antes de falar alguma coisa. Acho que quando estamos em momento difícil, de nervosismo, se não pensarmos, falamos tudo. Procuro sempre dosar minhas frases, minhas palavras para não ter problemas no futuro. As críticas construtivas são interessantes, mas às vezes algumas que são pessoais magoam. Mas estamos no meio do futebol, que é igual a uma roda gigante: um dia você está por cima, no outro está por baixo. Num dia você é criticado e no outro é elogiado. Então é preciso manter a calmar e fazer seu trabalho.
A tranquilidade e a frieza fazem Cris admitir a falha que resultou no gol do Flamengo, no clássico do último domingo. A experiência também faz o zagueiro entender que o principal é não deixar que os momentos ruins sirvam para desestimular.
- Infelizmente no Brasil você é julgado por um lance, e não pelo conteúdo de um jogo. Tive uma falha contra o Flamengo, e a análise foi feita por essa falha. Reconheço, mas nunca larguei. Meu pensamento é coletivo. Ontem entrei em campo tranquilo, esqueci o jogo contra o Flamengo e entrei em campo para ajudar o time a conquistar a vitória.
Assim, Cris acha que dificilmente fará um discurso de desabafo se fechar o ano mantendo uma regularidade positiva e ajudando o Vasco a cumprir o objetivo de escapar do rebaixamento.
- Chorei poucas vezes na minha vida. Mas tudo é momento. É difícil eu perder o foco, sou centrado nos meus objetivos - frisou.